23. - O REINO DA FLORESTA

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A mesa do café estava cheia de comida, nem parecia que apenas seis pessoas iriam comer, já havia notado que os elfos se pareciam com a sociedade do século XIX, sempre ostentando as coisas, comidas, roupas, diversões. Não consigo imaginar se daqui há alguns séculos estará como meu mundo é hoje.

Errei na conta, eram sete pessoas, uma babá foi contratada para cuidar do príncipe, ela tinha que sempre estar ao lado da rainha e de seu filho. O nome da elfa era Ladir, ela era um pouco gordinha para um elfo, a primeira que não apresentava magreza ou músculos.

A refeição foi harmoniosa, como era nosso último dia, Dirar estava fazendo de tudo para que esse dia não ocorresse nenhum problema, até que ele mesmo cometeu um.

— Percebi que no meio do festival os quatro deram uma fugidinha para o jardim... — Disse o rei deixando que a frase morresse.

Engasguei com o pão com geleia que estava em minha boca. Tossi assustada.

"O que eu respondo ao rei? "

— Meu querido, não os faça ficar constrangidos. — Repreendeu Lëea carinhosamente. Nunca amei tanto essa mulher quando naquele momento. — Todos já estivemos na juventude, nós dois já demos muitas escapadinhas quanto ainda namorávamos. — A rainha ficou com os olhos brilhando relembrando sua juventude.

— Meu amor, não precisava falar da nossa intimidade, para eles. — Disse Dirar um pouco constrangido com a revelação, ele pegou na mão da esposa.

Eles eram tão fofos.

— Então aproveitaram a visita ao jardim ontem? — Perguntou o rei com um sorriso divertido no rosto.

Ruborizei violentamente.

"O que ele pensa que fiz no jardim? " Pensei contrariada com a visão que o rei tinha minha e de meus amigos. É claro que era melhor ele pensar assim, do que ele souber realmente o que aconteceu.

— S-sim. — Respondi gaguejando.

Ouço Will engasgar com a bebida e a tossir como louco, dei tapinhas em suas costas para aliviar.

— Ficou feliz em ouvir isso. — Disse Dirar sorrindo.

O restante da refeição ocorreu sem mais desses assuntos, falávamos sobre o festival, num momento a rainha e a babá tiveram que sair, pois o bebê começou a chorar.

Após o café, o rei nos levou até o final do pátio, onde uma carruagem nos esperava, o único problema era que não via os cavalos, a carruagem azul com detalhes prateado, com algumas estrelas douradas, estava boiando na água.

— Onde estão os cavalos? — Perguntei não contendo minha curiosidade, tive que perguntar.

— São cavalos marinhos, estão de baixo d'água. — Disse Dirar fazendo sinal para o cocheiro, que deu um longo assovio.

Quatro cavalos emergiram, mas não eram cavalos de quatro patas, eram cavalos marinhos iguais ao que se vê em aquário, só que do tamanho de um cavalo terrestre. Cada um tinha uma cor diferente, azul vibrante, verde folha, amarelo canário e rosa choque. Todos eram vibrantes a ponto de doer se olhar por muito tempo.

— A viagem é de baixo d'água! — Explicou o rei vendo a cara confusa de Makenna.

— E o ar? — Indagou Lian um pouco preocupado.

— Nossa água é mágica, podem respirar de baixo d'água! — Explicou o cocheiro.

Então toda a água do lago é mágica, não só na toca do dragão. Interessante. Imagino como que essa magia não passa para a água da superfície, já que em muitos lugares tiram a água do subterrâneo.

O Labirinto dos ElfosOnde histórias criam vida. Descubra agora