Anos 50
Pouco a pouco Krystal foi despertando para o mundo real, seus sonhos foram confusos, quase irreais. A dor descomunal em seu corpo a faz despertar de vez. Seus olhos piscaram com a claridade excessiva, o que não era comum, cristais nunca brilharam tanto.
Num flash, as memórias vieram à tona, os dias correndo pelas ruínas do labirinto, a água cristalina, sua fuga. Estava tão exausta que acabou por dormir no chão, o que não era muito atípico, não se considerava uma elfa fresca, mas preferia o conforto de um colchão de penas de pegasus do que o chão duro.
Chacoalhou sua cabeça para espantar pensamentos desnecessários, estava num mundo novo, não fazia ideia de como os humanos se portavam, mas isso não era preocupação por hora, sua primeira prioridade era comida, já que estava sem comer num intervalo de tempo alarmante. Havia trazido comida consigo para o labirinto, mas não contava que acabasse tão rápido.
Precisava sair dali, havia perdido tempo para. Achava improvável algum elfo viria atrás dela, mas seu coração não conseguia acreditar nessas palavras. Quanto mais longe da gruta melhor.
Com o corpo dolorido pelas horas contra o chão duro, mas com a energia renovada, ela recomeça sua corrida, não havia necessidade disso, mas seu coração ficava mais leve a cada passo que se distanciava do seu antigo mundo.
Mesmo com tudo que estava acontecendo, Krystal não pode deixar de reparar na beleza daquela floresta, era diferente do reino do Ar e da Floresta, porém a presença da Flor de Relis marcava a presença da magia élfica.
Conforme sua corrida, as flores foram diminuindo, ela sentia o suor escorrendo por suas costas, seu rosto estava quente devido ao exercício, trazia uma sensação nostálgica de sua casa.
Em meio a seus devaneios, a floresta acabou.
Ela não pode evitar cerrar os olhos, a claridade era maior do que ela estava acostumada. Aos pouco seus olhos foram se acostumando, até que não sentia mais desconforto. Tomando coragem, abriu os olhos. Não pode deixar de sorrir como uma criança, estava diante do seu maior sonho, que agora estava se realizando.
O Céu.
Desde que leu alguns livros proibidos da biblioteca do Espirito, o Céu tomou conta de seus pensamentos, ela não queria mais ver o céu de pedra que estava acostumada, a luz dos cristais não era mais suficiente, ela queria aquilo chamado de Sol.
E lá estava ele, imponente como se fosse o rei mais poderoso, doía olhá-lo por muito tempo, era quente, diferente dos cristais frios que ela conhecia. O Sol parecia uma grande bola de fogo, tão grande que nem mesmo todos os elfos de seu reino juntos, não conseguiriam reunir aquela quantidade de fogo. E não era só isso, havia as Nuvens, ela havia lido que quando a chuva estava para cair elas se escureciam, podendo ficar negras, escondendo até mesmo o grandioso Sol.
Mas não era essa a realidade, elas estavam brancas e leves, trazendo paz consigo, em contraste com o delicado Céu azul, tudo estava perfeito, pareciam que a natureza lhe sorria e dava as boas-vindas. Krystal achou que poderia olhar para o Céu por toda a eternidade.
— A entrada não é permitida para civis! — Disse uma voz autoritária.
Krystal deu um gritinho de susto, ainda não estava preparada para um confronto com um humano. Com a velocidade digna de um elfo bem treinado, ela pega o punhal na sandália e se vira para a voz misteriosa com uma expressão assassina. Num primeiro momento ela não falou nada, estava estudando as palavras ditas pelo humano. Ela conseguiria falar a língua dele com facilidade, já que era originária de sua língua materna, o latim.
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O Labirinto dos Elfos
FantasyQuatro amigos faziam trilha, quando decidem sair dele e se embrenhar na mata e busca de uma aventura, mal sabiam eles que encontrariam um caminho de lindas flores que os lavariam até uma gruta misteriosa. Levados pela curiosidade, eles decidem adent...