29. - DIA DE PRINCESA

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Quando terminamos o passeio, voltamos para o estábulo, o rei estava nos aguardando encostado no batente da porta do rancho.

— Que bom que voltaram queria falar com Krystal! — Disse o Rei.

Corrigindo, o rei me aguardava. Desci do cavalo com medo do que estava por vir, entreguei as rédeas para Resna, e fui até ele com o coração na boca, o que é que ele queria falar comigo?

— Vamos dar uma volta no jardim, querida. — Disse ele me pegando pelo braço.

Ele me levou até o jardim onde tinha flores muito estranhas das cores vermelhas, amarela e laranja, andamos um pouco até que paramos num banquinho de ferro branco rodeado por lava. Ele me fez sentar nele e se sentou ao meu lado.

— Krystal, eu tenho algo para lhe pedir, e não sou muito bom em floreios, costumo ir direto ao assunto.

— Eu prefiro que você vai direto ao assunto! — Disse com medo.

— Como sabe perdi uma das minhas filhas, mesmo com Resna ao meu lado, sinto que ainda falta um pedaço no meu coração, e acho que você pode preenche-lo. — Disse ele.

— E como faria isso? — Perguntei suprindo a vontade de sair correndo.

— Gostaria que ficasse morando conosco! — Disse ele animado. — Você seria feliz aqui.

Demorei um pouco para assimilar o significado das palavras dele, e quando finalmente entendi, fiquei pasma, como não ofender o rei com minha recusa?

— Não! — Disse com firmeza, pela sua cara de espanto devo ter sido grossa demais. — Meus pais estão na superfície, assim como sua filha, minha avó, não posso deixá-los.

— Não consigo entender, você poderia ter tudo aqui. — Disse ele ficando com o rosto vermelho de raiva.

— Não quero ter tudo, apenas sair daqui e voltar para casa! — Disse com aspereza.

Me levantei e sai, deixando o rei sozinho, não foi muito educado, mas o que eu poderia dizer?

Corri até meu quarto, tranquei a porta da frente, como não encontrei a chave da porta de ligação, peguei a cadeira da escrivaninha e a travei na maçaneta, depois pude me jogar na cama.

(...)

Relutante desci para o jantar, o único motivo foi que eu estava morrendo de fome. Quando cheguei todos estavam lá, com exceção de Resna. Me sentei ao lado da rainha, bem longe do rei, ele me olhava de modo estranho, ignorei ao máximo, concertando-me na minha comida.

Após a refeição tentei usar a desculpa de estar indisposta, porém, Shanae alegou que havia um teatro a nosso espera, e que ele me faria bem. Como não ficaria elegante continuar recusando, aceitei a contragosto.

A peça até que foi bonita, falava sobre o amor impossível entre dois elfos, um elfo d'água e outro do fogo, elemento contrários. A história me lembrou um pouco de Romeu e Julieta, mas com um final feliz, sem que o casal se matasse por bobeira.

Quando voltei para meu quarto estava mentalmente esgotada, meu desejo era cair na cama, mas antes eu precisava fazer algo, retirei a cadeira que bloqueava a porta e entrei no quarto de Resna, ela já estava deitada. O quarto dela era igual ao meu só que mais decorado e tinha bem mais vermelho.

— Resna? — Perguntei, ela parecia estar dormindo.

— Sim!? — Disse ela abrindo os olhos.

— Gostaria de saber até quando eu e meus amigos vamos ficar nesse reino. — Disse apertando minhas mãos.

— Como você tem nosso sangue, os elfos dos outros reinos acharam que você gostaria de ficar mais tempo aqui. — Ela fez uma pausa. — Está sob sua escolha decidir quando ir embora.

O Labirinto dos ElfosOnde histórias criam vida. Descubra agora