Abnegation 》l.s ♡

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-Vamos subir para tratar sobre esse assunto, sim?

Vejo meu antigo e o futuro chefe saindo juntos do banheiro e paro enquanto seco o chão para olhar melhor a cena. Demoraram um tempo lá dentro, o suficiente pra eu entregar novas bebidas para a mesa 4 e voltar para secar o que eu fiz. Observo o Sr. Styles, como assim Mark o chamou, e reparo em sua beleza e altura. Não havia parado para pensar, pois notar todos notam, não há como não o faze-lo. Possuía cabelos compridos como já disse, eram jogados para um lado e pareciam muito macios. Tinha os olhos verdes esmeralda, mas além de ter o brilho como a pedra, também havia um pouco de escuridão, como um mistério, como se lançassem um desafio para alguém ser mais penetrantes que eles. Creio que é impossível. Possuía também um maxilar bem definido e isso era bem... Hm, sexy? Seu corpo era alto e forte como percebi ao tentar seca-lo em vão, e agora com aquela camisa um pouco menor que ele dava para ver bem seus músculos definidos.

Mark virou seu olhar pra mim e eu voltei a secar com rapidez. Enquanto subiam as escadas para o escritório terminei meu trabalho e fui falar com o Zayn.

-Terminou de limpar o chão, Cinderela? -Ele me questionou soltando uma gargalhada no final.

Sorri ironicamente para ele e disse:

-Para de se divertir com a desgraça alheia e vê se faz algo útil, como orar para eu não perder o emprego.

-Orar em uma boate, quem nunca, não é? Primeira coisa que faço quando entro em uma é orar: tanto pela minha alma, tanto para a bebida estar gelada. Amém!

Dou uma gargalhada não me contendo e bato em seu braço.

-Para de brincar com essas coisas, seu idiota. Pelo visto eles foram resolver os últimos detalhes da compra mesmo. Suas fontes são confiáveis, em?

-Se for pra fazer, nós fazemos direito. -Diz Michelle dando uma piscadinha enquanto chega e fica do meu lado no balcão.

Zayn concorda com a cabeça e completa:

-Nosso clã trabalha só com informações de patente alta, meu querido -Faz um hi-five com a morena do meu lado e sorri.

-Vê se não se metem em encrenca. -Falei como o pai do grupo, o que normalmente eu era.

-Diz o que derrubou álcool no dono dessa porra toda- Sim, ela era histérica -E eu sei que você queria ter lambido aquele peitoral ao invés de fingir fazer algo com o pano.

Zayn começou a gargalhar tão alto que precisou tampar a boca para os clientes não reclamarem. Revirei os olhos e mostrei o dedo do meio.

-Querida, vamos começar a cuidar.

Ela já sabia que eu me referia a "sua vida" e mostrou a língua. Sim, bem adultos que moram sozinhos e pagam suas contas.

Fui recolher alguns pratos e copos das mesas já abandonadas e vi a cozinha em alegria por a noite estar acabando. No fundo eu gostava dessa sensação de união que tínhamos.

Quer dizer, trabalhar a noite toda nunca é agradável. Parece até trabalho escravo, porém você para e pensa: "não, eu estou ganhando por isso" e aí volta a trabalhar. Ainda mais porque perdemos momentos bons com nossa família e quando estamos com elas não temos a disposição de antes. No entanto, com o tempo me acostumei e já consigo brincar com eles e conversar como antes no horário do almoço, única coisa que perdi é a ida e volta das respectivas escolas. Mas não reclamo, além de não ajudar em nada e trazer negativismo pra a casa (ainda mais), eu tenho consciência que é pro melhor deles e consequentemente o meu melhor.

Só que quando passamos por algo e mais pessoas passam junto, você tem a sensação que só quem está ali te entende. Como quando terminamos o ensino médio com nossas devidas turmas, todos podem estar comemorando com vocês por mais uma etapa vencida, porém esses sentimentos no peito de saudade, orgulho, medo, alegria tudo misturado só quem sente é quem se formou. Então mesmo que eu só converse muito mesmo com o Zayn e a Michelle, tenho um vínculo por exemplo com Josh (um dos ajudantes de cozinha), com Steven (o cozinheiro), com a Rachel (quem cuida da entrada) etc. .