Vou Te Amar

Abram Alas!!!

Eu já havia acordada mas preferi tomar um banho e ficar trancada em meu quarto. Meu pai havia me alertado na noite passada que os pretendentes chegariam após o almoço e eu não queria vê-lo  pelo menos até os imbecis chegar.

-Amanda?-Entra Jason dando duas batidas leves na porta.-Por que está aqui e não se arrumando e se enfeitando toda?-Ele sacode as mãos e enfatiza as palavras. Lhe lanço um olhar sarcástico.

-Jura? Vai me torturar mais?

-Claro que não.-Jason me lança um sorriso amigável.-Vim para saber se quer dar uma volta pela cidade antes de encontrar os.. pretendentes.-Sua voz se altera mas preferi não perguntar, eu precisava mesmo sair dali.

-Como total certeza! Preciso urgentemente sair desse palácio.-Digo me levantando.

-Estranho, para alguém que não saiu do quarto a manhã inteira..-Ele diz com as mãos nos bolsos. Paro e lhe observo por um instante. Ele vestia um smoking bem alinhado ao seu corpo de cor preta, a camisa social branca e deixava o último botão aberto realçando seu pescoço largo e  maxilar marcado. Jason era alto, muito alto tinha 1,80 se comparado á mim que tem 1,64.

-Amanda?-Diz Jason me analisando.

-Hum..? Desculpa.

-Vamos?

-Claro!-Ele estende o braço em minha direção e coloco minha mão na parte interna do seu cotovelo. Alguns modos o país ainda tem mesmo depois de 17 anos dos tempos mais modernos do século vinte e um.
Jason era do tipo de cara dos livros de Janne Austen, sempre sério, bem vestido de postura ereta e muito educado, fora sua elegância e beleza admiráveis...

-Já...-Ele começa um pouco hesitante.- Já falou ao seu pai sobre os pretendentes?

-Não, meu pai escolheu a dedo com a ajuda da governanta... Preferi não me meter nessa parte da escolha, juro a você que se eu estivesse lá minha resposta seria não á todos e assim meu pai seria obrigado a escolher sozinho como faz agora...

-Entendo.-Um pequeno sorriso brotou em seus lábios.-Onde quer ir?

-Que tal comermos algo? estou faminta, não tomei café da manhã.-Jason me lança um olhar de desaprovação.

-Pois bem, conheço um lugar onde poderá tomar um café da manhã reforçado para compensar o que não tomou. Harry por favor até o  Piper 's Plaza.

Jason cuidava de mim desde que me conhecia por gente, quando éramos pequenos Jason sempre me levava aos seus esconderijos em sua mansão em Dublin e na imensa floresta mais á frente do imenso campo atrás da casa.
Confesso entre meus 11, 12 anos fui gostando dele, mas decidi renunciar esse sentimento por sua falta de demonstração de que sentia o mesmo. Desde então somos apenas amigos, digo, melhores amigos, sempre nos comunicamos pelo computador ou por cartas.

Não damos mas nenhuma palavra até chegar ao Piper's Plaza que não era muito distante do nosso ponto de localização.
Assim que chegamos Jason fez questão de fazer o trabalho do chofer e abrir a porta para mim. Sorri pelo seu gesto, realmente depois que voltou da América latina. Jason estava estranho, um tanto perturbado e feliz. Olho ao redor e logo vi uma moça sorrir e acenar de uma mesa. Olho para Jason, o mesmo sorria e acenava de volta.

-Amanda, quero que conheça alguém.-diz ele me conduzindo até a mesa onde a moça se encontrava.

-Alteza, é um prazer finalmente conhecê-la pessoalmente, Jason me falou muito sobre você.

-Desculpe, deveria conhecê-la?-Eu já havia juntado os pontos, mas como sempre tive esperança que a resposta fosse contrária.

-Amanda, essa é Âmbar..Minha noiva.-Por um segundo senti meu peito ser atingido por centenas de balas ao mesmo tempo. Sorri. Ou pelo menos tentei.

-Queria apresentá-la á você o quanto antes, mas achei melhor esperar alguns dias, principalmente agora.-Exibi um meio sorriso, não fazia ideia do que falar. Âmbar devia ter a idade de Jason , era alta magra e elegante, ruiva de olhos verdes marcantes, sardas pelo rosto que davam um toque angelical a sua fisionomia e tinha sorriso encantador.

Depois de um tempo analisando-a tive que falar ou Jason estranharia meu silêncio.

-O prazer é todo meu Âmbar, creio que por Jason falar bastante de mim não preciso falar meu nome.-Tentei ser o mais educada possível já que um estranho ódio pulsava em minhas veias.

-Sim, ele já me falou.-E sorriu.

-Qual sua nacionalidade?

-Sou da América, para ser mais específica, Canadá.-E sorriu novamente.

-Hum..E foi lá que se conheceram?

-Sim.-Jason interveio.-Em uma das minhas viagem de negócios.

-Disso eu sei.-Tentei soar amigável, mas pelo olhar e o clima que se formou minha tentativa foi um fracasso.

- Então podemos comer? Estou faminta!!-Ambar interrompe o constrangedor silêncio.

-Claro.-Diz Jason.

[...]

Depois do café me retirei. Jason quis me acompanhar mas recusei, disse que seria melhor ele ficar com Âmbar e aproveitar o momento juntos, por mais que a saudade que sentia fosse louca eu não podia pedir pra ele trocar a noiva pela a amiga.
Me dirigi ao carro e respirei fundo.

-Para casa Harry por favor.-foi a única coisa que disse até chegar no palácio.

-Amanda!-Ouvir aquela voz grave e visivelmente irritada do meu pai me fez estremecer por um momento, me viro e o encaro.-Onde estava?

-Fui tomar café com Jason, e conhecer a noiva dele. Por que?

-Não apareceu no café da manhã e ainda desaparece.

-Desculpa pai, precisei respirar antes de ser sufocada completamente!-Digo deixando os braços cair ao lado do corpo.

-Não pense assim...

-Pai. Obrigar alguém a se casar é... é extremamente horrível, e toda aquela história de "encontrar o verdadeiro amor"? Não é só por que você conheceu a mamãe assim que será comigo também! Agora se me der licença vou para meu quarto.

Meu pai não diz mais nada apenas respira e me observa ir.
Comecei a andar apressada e distraída. Seria bom que Jason se casasse não poderia viver a vida toda sendo meu guarda costas, uma hora ele tinha que viver.

-Aii!-De repente me vi no chão sem ter a menor ideia de como fui parar ali.

-Me perdoe, a machuquei?

-Hã?...

-Alteza eu a machuquei?-Diz um rapaz de  voz grave me ajudando a levantar.

-Não, estou bem.

-Minhas sinceras desculpas.-O rapaz era moreno de cabelos bem pretos, pele levemente amarronzada e olhos castanho mel.

-Estou bem, obrigada. Qual o seu nome?

-Me Chamo Ian.-Ele sorri, perco o fôlego.

-Muito...lindo..quer dizer muito prazer. Ian.-Sinto minhas bochechas pegarem fogo.

-O prazer é todo meu alteza.-Sinto sinceridade em seu tom de voz, seus olhos castanhos me analisavam assim como os meus faziam, alguns segundos bastaram para que eu reparasse que a veia de seu pescoço pulsava rápido em alto relevo. Mesmo assim conseguiu ficar com a fisionomia seria , com certeza diferente de mim.

Sem revisão!