Capítulo 17

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– Ainda não acredito que o papai mandou você aqui! Não era necessário! - Disse dando as costas para Bernard assim que ele passou pela porta.

– Você acha que eu gostaria de estar aqui também? Não mesmo. - Retrucou Bernard jogando a mala em um canto da sala.

– Hey! Não deixe isso aí! Coloque no seu quarto!

– Eu tenho um quarto?

– É de hóspedes, não é grande coisa. Ande com isso porque ainda tenho que me arrumar.

Bernard revirou os olhos e caminhou até o final do corredor, me virei peguei minha bolsa que havia deixado em cima do sofá e corri para a porta, sai antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, hoje eu teria um dia de princesa.


Nicole


Entrei no quarto de Tony, e a bagunça era generalizada, assim que ele saiu do closet deu aquele sorriso devastador. Estava lidando para arrumar a gravata. Segurei um riso, a cena era engraçada.

– Tony, você usa terno, smoking, social, todo o santo dia, como não consegue dar o nó em uma gravata? - Perguntei me aproximando a passos lentos, ele estava parado em frente a um grande espelho com moldura vitoriana e muito elegante, a visão que eu tive foi de um homem atraente, elegante, mas muito perigoso, poucos sabiam.

– Parece que hoje né é meu grande dia. - Disse com um falso sorriso no rosto, ele estava me escondendo alguma coisa.

– O que há de errado com você Lyon Anthony Davis? - Perguntei como uma advertência, ele soltou um suspiro, e relaxou os músculos do ombro.

– Não há nada de errado comigo.

– Vamos lá, se abre comigo, você está diferente.

– Tem sido uma semana difícil... - Disse por fim, antes de se virar e caminhar em direção ao closet, algo estava muito errado com ele, e isso estava me deixando intrigada. Talvez Brian soubesse.

– Tenho algo para você. - Disse ele vindo do closet carregando uma caixinha. Franzi o cenho.

– Um presente de "bom retorno"?

– Mais ou menos, um presente do seu pai. Ele me fez prometer que só te entregasse quando fizesse 18 anos, no fim acabei me esquecendo, agora que fez 21 estou te entregando.

– Sabe o que é?

– Abra. - Disse ele estendendo a caixinha com uma das mãos, me recusei em pegar por um momento, mas então acabei aceitando.

– Não quero que se sinta mal por isso, é apenas uma lembrança.

Assenti e voltei a olhar a caixinha. A apertei com uma das mãos e ela se abriu. Uma pequena chave com um pedaço de papel se revelava, achei melhor deixa-la para outra hora, aquilo com certeza me deixaria mal.

– Você leu?

– Sim.

Engoli seco. O que tinha ali?

– Vou gostar do que está aqui?

– Talvez...

Respirei fundo e deixei a caixinha de lado sob a cama, me voltei para Tony ele ainda estava com a gravata embolada, achei que devia ajuda-lo, na verdade era o que eu mais queria, ficar próxima dele. Assim que toquei em sua camisa, ele soltou os braços abrindo passagem para mim, estávamos bem próximos, conseguia sentir sua respiração em meu rosto, seu perfume era indiscutivelmente maravilhoso, mas ele jamais me olharia como uma mulher, jamais tocaria em mim, jamais me beijaria, e esse pensamento me causava náuseas.

– Você leva jeito com isso... - Murmurou com a voz rouca.

– Estive treinando... - Brinquei.

– Prefiro não saber como. - Disse ele com um olhar brincalhão.

– Viu é fácil! - Disse assim que ela estava no lugar correto, ele se analisou e pareceu gostar do que viu, abriu um sorriso estridente e se aproximou de mim me dando um beijo na testa, me puxou em um abraço.

– Tente não se meter em confusão enquanto eu estiver fora, Brian e Mark virão comigo. David ficará aqui na mansão, os outros seguranças ficarão fora da casa, por favor qual quer coisa sabe o que fazer.

– Não se preocupe comigo, não sou mais uma criança... - Disse cruzando os braços no peito. Tony pareceu relaxar.

– Ótimo. Armas na biblioteca, no sótão, dentro dos armários, e deixei uma embaixo do seu travesseiro. - Disse com um sorriso quase angelical, revirei os olhos.

– Revólver?

– Pistola, semiautomática.

– O que pretende fazer no leilão, arrematar joias que não é.

– Mercado negro.

– Cuidado.

Ele assentiu e saiu do quarto as pressas. Não era só isso, ele estava armando alguma coisa, ele estava diferente, algo o havia mudado, eu precisava descobrir.

...

Bernard entrou no quarto e abriu sua mala, retirou um note book e em segundos a imagem de George Trevor Hill aparecia na tela do computador.

– Como as coisas estão indo? - Perguntou o homem.

– Poderiam estar melhores, não acho que ela irá ceder.

– Deixe para falar com ela no leilão ou ela fará de tudo para barrar.

– Tem certeza que precisa dela para isso?

– Você não conseguirá fazer sozinho.

– Falarei com ela. Mas corre o risco de não funcionar.

– Não recue!

– Não irei.

Bernard fechou o note book, e se virou para outra mala a abrindo, retirou de dentro duas pistolas, e uma luva de couro, jogou dentro de uma mala separadamente, as luvas, as armas, enrolou uma grande folha de papel que se parecia com uma pintura antiga e a colocou acomodada dentro de um cone, jogou uma jaqueta de couro, e duas escutas. Fechou a bolsa e a deixou de canto, precisaria dar um jeito de coloca-la no porta malas enquanto Rebeca não estivesse por perto.

Era um trabalho de risco moderado, mas que renderia muito dinheiro.

Acorrentada #wattys2017 Onde histórias criam vida. Descubra agora