Capítulo 11

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Assim que a tomei em meus braços e toquei sua pele macia, senti um aroma inconfundível, um perfume atordoante, me senti embriagado no mesmo momento, o que eu sentia por essa garota era difícil de ser controlado. Ela parecia confusa, seus olhos transpareciam medo, era notável, passou um de seus braços em meu ombro com muito receio, toquei sua outra mão e a descansei em meu pescoço, a música estava lenta e contribuía para um clima romântico, mas eu não estava totalmente preparado para isso e tenho certeza que ela também não.

Com as mãos de Rebeca em meu pescoço, toquei sua cintura e a aconcheguei colada ao meu corpo, confesso, estava tenso, era raro sair para jantar e ter um momento assim, meus momentos sempre eram, de balada, para cama com uma, duas, três mulheres, e não fazia ideia eu queria que com Rebeca fosse diferente, eu queria cuidar dela, principalmente porque ela não sabia cuidar de si mesma e isso era notável.

Rebeca me olhou brevemente, aquele par de olhos azuis eram lindos, e me transmitiam algo que eu não sentia em anos, me transmitiam paz, ela desviou o olhar e deitou a cabeça em meu peito, a música nos envolveu e nossos movimentos estavam calmos como a música. Senti que Rebeca apertou seus braços e deslizou as mãos em meus braços que descansavam em sua cintura. Ela se virou para me olhar, tinha algo em seu olhar que eu não conseguia traduzir. Me sentia fora de controle e pela primeira vez eu estava gostando.

– Logo o garçom chega com os nossos pratos. - Disse depois de um breve momento, senti que não era isso que Rebeca pretendia me dizer pelo seu olhar questionador, mas assenti.

Ao invés de responder a puxei para mais perto de mim como se fosse possível estar mais próximo e respirei em seu cabelo, estava cheiroso.

– Adoro sentir seu cheiro...- Murmurei fechando os olhos e me afundando naquele perfume delicioso.

– É melhor do que o cheiro de bebida... Espero...- Sorri com as palavras de Rebeca.

– Acredite, qualquer coisa é melhor que o cheiro de uma garota bêbada.... Mas o seu perfume... - Disse sendo interrompido pelo garçom que segurava uma bandeja.

– Aqui está Senhor Davis. - Disse o garçom educadamente. Toquei a mão de Rebeca e a arrastei para a mesa.

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– Então me fale de você... - Disse levando a taça de vinho a boca. Rebeca mordeu o lábio inferior e abaixou a cabeça.

– Minha vida não é tão interessante assim... - Disse com um meio sorriso.

– Eu acho que você está escondendo o jogo, anda! - Disse dando uma garfada na minha lagosta que estava deliciosa.

Rebeca abriu um largo sorriso assim que uma música começou a tocar, eu não conhecia mas ela parecia gostar.

– Gosta do que ouve? - Perguntei.

– Está brincando? Essa música... Eu... Eu sempre sonhei que.... Esquece, é besteira minha. - Soltei o garfo e a encarei.

– Diga, eu quero saber. - Eu realmente queria saber tudo sobre ela.

Ela ficou em silêncio e aquilo me incomodou, incomodou porque algo a incomodava, ela se sentia mal por alguma razão, e eu queria saber qual era.

– Eu sempre quis casar com essa música...- Disse mordendo o lábio inferior, sempre que ela fazia isso não conseguia me encarar e aquilo só significava uma coisa, ela morria de vergonha de mim, porque sempre fazia isso.

– É uma ótima música para vê-la entrando na igreja. - Disse me encostando na cadeira e cruzando os braços no peito para encará-la melhor.

– O que? - Perguntou ela contendo um riso.

– Desculpe não ter contado sobre a boate...- Disse por fim o que eu guardava desde que saímos do prédio.

– Não me deve explicações e mesmo que devesse não é algo que precise se desculpar. - Disse de forma despreocupada, estava sendo sincera. E eu estava morrendo de vontade de beijá-la desde que a carreguei desmaiada para dentro de seu apartamento. Que Droga!

– É impressão minha ou você não tocou na lagosta. - Disse apontando para seu prato intacto. Rebeca sorriu, um sorriso maroto que derreteu o coração que eu achei que a tempos tinha perdido, ela fazia ressurgir a cada momento algo que eu desconhecia em mim.

– Eu detestei esse prato. - Disse com um ar de culpa.

– Por que pediu meu anjo? - Perguntei rindo.

– Porque eu gosto de lagosta, mas essa eu não gostei.

– Não vai sair daqui sem comer, peça algum outro prato. - Ordenei já chamando o garçom.

– Lyon!

– Pode por favor retira o prato da senhorita e trocar por outro da escolha dela. - Disse para o garçom que prontamente atendeu.

Assim que terminamos o jantar nos retiramos do restaurante e seguimos para a minha casa.



Acorrentada #wattys2017 Onde histórias criam vida. Descubra agora