Capítulo 2

2.7K 191 11
                                    


Estávamos trocando leves olhares misteriosos, mas sempre tinha alguém para tirá-lo do nosso clima, peguei mais um copo de Vodca e senti meu estômago começar a enjoar, não conseguia ouvir e entender o que as pessoas diziam, tudo passava lentamente por mim, estava completamente fora de mim, louca, corajosa. Senti uma mão acariciar minhas costas.

– Você se importaria se eu fosse embora agora? - Disse Adrian ao meu ouvido.

– Vamos... - Murmurei concordando mesmo detestando a ideia de sair daquele lugar.

– Não, Rebeca, vou levar uma garota comigo, você pode voltar de táxi? - Fiquei brava no começo, mas depois acabei tranquilizando, ao menos teria mais tempo de ficar observando aquele deus.

– Tudo bem, vou aproveitar mais um pouco. - Engraçado como ele me trocou rápido. Adrian sorriu, e roubou um selinho de mim.

– Queria bem mais que um beijo assim, mas você me recusou. - Revirei os olhos fingindo tédio e ele sorriu.

– Vai logo pegar sua gata! - Disse dando-lhe um tapinha no ombro.

Logo ele sumiu no meio da multidão, eu me virei para olhar o homem ele havia sumido, droga.

Estava completamente chapada, fiquei pensando em como pegaria um táxi sozinha, com essa roupa. Deus do céu.

Estava desanimando quando começou a tocar "BYOB do Alok", retornei para a pista de dança e me acabei de dançar.

Logo senti uma mão acariciar minha nuca, me virei.

– O que é isso? - Gritei apontando para a bebida colorida que um homem razoavelmente bonito e vestido socialmente vestido me oferecia.

– É uma bebida nova da casa! Você vai gostar, experimente! - Disse ele, estava em um mundo que não era meu, tentando esquecer todos os problemas e sendo imprudente por isso, assenti e peguei o copo de sua mão levando-o a boca, mas fui impedida no meio do caminho.

– Acho que chega de bebidas por hoje! - Minha perna tremeu e meu coração subiu a boca, senti algo remexer dentro do meu estômago e minha bile subir e voltar, oh Deus não, não agora!

Coloquei as mãos na boca e me curvei tentando ao máximo segurar o que estava para sair dali, corri em direção a única porta que vi naquela imensidão, era uma sala de limpeza? Tranquei a porta e coloquei tudo o que havia ingerido para fora, me senti fraca e um mal-estar que parecia não querer passar.

Minha cabeça latejava e tudo rodava, ai não, não não, de novo não, apertei meu estômago e coloquei o restante para fora. Que noite memorável.

Ouvi batidas na porta.

– Abre a porta! - Alguém gritou do lado de fora. Sentei no chão e me encolhi em um canto, só sairia de lá quando todos estivessem ido embora.

– Não! Vai embora! - Gritei de volta apertando minha têmpora.

– Não vou embora! Abra logo essa porta ou eu vou fazê-lo. - Gritou o homem que imaginei ser o Deus Grego. Não parecia feliz.

– Devia desistir, e curtir sua noite! - Sentei ao lado da porta, de forma que ela poderia ser aberta normalmente sem me acertar, me encostei na parede.

– Detesto ver garotas passando mal assim, trouxe água para você. Abra logo essa porta! - Disse ele não tão bravo como da outra vez.

– Não! - Gritei nervosa, ele não podia me ver assim, estava descabelada, com a maquiagem borrada e parecendo uma bêbada de fim de carreira.

– Tudo bem... - Murmurou ele.

Ouvi um barulho estranho na maçaneta e em segundos a porta estava aberta, um homem com uma camisa social branca entre aberta fechou a porta atrás de si, o som da música alta pareceu diminuir significativamente, ele se agachou ao meu lado e me estendeu uma garrafa de água gelada. Hesitei no primeiro momento, mas então seus olhos brilharam em um azul visivelmente preocupado, estreitei os olhos e o fuzilei momentaneamente.

– Precisa de muita água agora! - Disse ele.

– Preciso ir embora e me jogar na cama! - Disse séria.

– Esses serão os seus próximos passos, mas antes, água! - Disse ele me entregando a garrafa de vez. - Beba!

– Olha, eu nem te conheço, você não me conhece, não devia se importar tanto! Por que não volta para seus amigos? - Disse petulante.

– Devia me agradecer por eu me importar, já que o seu amigo te deixou sozinha em uma balada bêbada por uma garota que provavelmente transará uma única noite.

Soltei o ar derrotada e desviei meu olhar daquele homem perfeito, levei a garrafa a boca e tomei alguns goles, um deles me fez engasgar e tossir.

– Melhor você ir embora! - Disse ele me pegando pelo braço e me colocando em pé.

– Eu posso me mover sozinha! - Disse, no mesmo momento ele me soltou e senti o chão se aproximando de mim, Ah droga.

Rapidamente ele me pegou pela cintura e passou um de meus braços pelo seu pescoço, me ajudou a sair de lá, me levando até a recepção.

– Oi Diana! Pode entrar no cadastro dela por favor? - Perguntou o deus grego a recepcionista.

Ainda apoiada no homem que nem sabia o nome, encostei minha cabeça que parecia querer cair em seu peito, meus olhos alcançavam, seu pescoço despido, sua pele, conseguia sentir seu aroma deliciosamente erótico.

– Achei! - Gritou a recepcionista, fechei meus olhos apreciando aquela pele deliciosa. - Rebeca Hill, bom ela mora no Metropolitan, apartamento 16. Irá levá-la?

– Não, chame um táxi. - Não conseguia assimilar muita coisa, mas uma coisa eu assimilei, ele não via a hora de se ver livre de mim, claro. Me soltei dele e fui em direção a saída.

Trombei com algumas pessoas que circulavam ali até chegar na rua. Respirei aquele ar gelado, estava frio, me encolhi tentando me manter quente. Minha cabeça ainda rodava.

Em frente a boate havia uma praça toda florida, com bancos bonitos, e coberta por estacas de madeira, aquilo me chamou a atenção, não pensei duas vezes, dei alguns passos em direção a praça, mas senti quando mãos seguraram meus braços e me puxaram de volta, um carro passou por mim tão rápido que eu poderia ter virado um pedaço de nada.

– Qual é o seu problema? - Gritou. Estava encostada contra uma parede, ele me pressionava com seu corpo e falava próximo demais de mim, assim pude ver como ele era perfeito, como ele era protetor, porque se era assim com alguém que não conhecia imagina com quem conhecia.

– Só queria ir até a praça. - Disse na defensiva.

Ele suspirou e tapou os olhos nervoso.

– Você quase foi atropelada por uma Ferrari! - Disse ele entre os dentes.

– Desculpe... - Disse.

– Vamos melhor eu te deixar em casa. - Disse me arrastando para longe, não tive tempo de pensar ou agir, meu impulso foi maior, eu queria estar com ele, não fazia ideia do porquê, ele poderia ser um psicopata eu não me importava, ele tinha algo diferente de todos os outros, e eu estava disposta a descobrir o que era.

Acorrentada #wattys2017 Onde histórias criam vida. Descubra agora