Capítulo 20

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Rebeca

Mesmo estando em um lugar fechado, escuro, sujo e molhado, sabia muito bem quanto tempo estava trancafiada, pelas minhas contas, hoje faria uma semana, o tempo havia passado rápido, e cada dia eu implorava mentalmente para, meu pai, ou qualquer outra pessoa que me encontrasse e me resgatasse, não poderia contar com a polícia, principalmente porque, onde tem máfia, tem polícia comprada.

Meus olhos estavam queimando, sentia-os se encherem de lágrima, apertei forte para evitar que ela escorresse, passos ecoaram no ambiente, era como se minha mente estivesse longe, tudo ao meu redor estava fosco, minhas forças não eram as mesmas, eu queria gritar, mas seria em vão, respirei fundo esperando alguém falar.

– Precisamos insistir mais... Ela sabe onde estão! - As vozes vinham do corredor, instintivamente olhei para as correntes que prendiam meus pulsos no alto, eu estava novamente pendurada no teto, pelos braços. Hora eles me soltavam, hora me prendiam, eles precisavam de mim viva, essa era uma verdade.

– O que pretende fazer agora? Ela não vai falar. Talvez não saiba.

– Claro que ela sabe, e vai me dizer. - Durante todos os dias tem me perguntado sobre umas pedras, pedras essas que são raras, não me especificou, sempre afirmando que eu sabia da existência delas.

A porta se abriu, parecia bem pesada pelo barulho, logo em seguida foi fechada, passos vieram em minha direção acompanhados por um arrastar de ferro, então uma luz foi acessa, e tudo ficou incrivelmente claro, meus olhos doeram.

– Rebeca, Rebeca, Rebeca... Resolveu cooperar?

– Não me envolvo com os trabalhos do meu pai.

– Não pode simplesmente deixar a máfia princesa.

– O que quer de mim, já disse que não sei de nada...

– Sinto falta de te bater, dois dias é muito para mim.

– Você é um louco... - Murmurei sem forças.

– Eu sou, mas fico mais ainda quando não tenho o que eu quero! - Disse ele se levantando da cadeira e andando em minha direção.

Ergui a cabeça ainda com os olhos semi abertos para encará-lo.

– Você parece tão fraca... - Kevin, tocou meu rosto com as pontas dos dedos delicadamente. - É uma jovem linda. Eu diria sensual.

– Não é recíproco. - Mentira, Kevin por mais ruim que fosse, eu tinha que admitir ele era lindo, atraente, forte, quente, mesmo ele fazendo o que estava fazendo comigo eu tinha que admitir em outras ocasiões, se não soubesse quem ele era, facilmente me envolveria, era assim que eu sempre sofria.

– Posso cuidar de você Senhorita Trevor.

– Prefiro morrer...

– Seria um desperdício, a máfia sempre precisa de mulheres como você.

– Eu tenho uma família! - Disse firme.

Kevin riu alto.

– Trevor Hill ou Anthony Davis? Deve ser difícil escolher entre duas máfias. Mas te darei uma dica, seu pai não se importa com você e Lyon, só se importa consigo mesmo, talvez seja melhor entrar para a minha família– Forcei um sorriso e o fuzilei.

– Como eu disse, prefiro morrer. - Ele fez um único movimento, não prestei atenção em como, mas fui parar no chão como um saco de batatas, fiquei estendida naquele chão sujo e úmido, não conseguia me mover.

– Vamos conversar, depois você vai comer.– Disse puxando uma cadeira e se sentando a minha frente. Me apoiei nos meus braços tentando me levantar, não conseguia ficar em pé, então ao invés disso massageei meus pulsos cortados.

–Você trabalhava bem, ouvi muitos boatos sobre você, como trabalho impecável na Rússia. É por isso que está aqui? É por isso que mudou de cidade, está longe de seu pai, é por isso que mudou seu nome Allie? - Minha respiração se tornou pesada demais. O pânico tomou conta do meu corpo. - É por isso que durante todos esses anos fugiu da Governo Russo? Eles anseiam pela sua cabeça em uma bandeja.

– Não sabe de nada! Não preciso fugir.

– Não, não precisa. Faremos uma troca, você me entrega as pedras e eu não te jogo em território Russo.

– Não pode me machucar...

Kevin disparou um soco em meu rosto e em seguida um chute em meu estômago que me fez cuspir sangue, a dor era excruciante.

– Eu posso sim te ferir! Você sabe disso. - Se virou e bateu a porta atrás de si.


Lyon

– Sabe o que eles querem para devolver Rebeca?

– As pedras.

– E onde estão?

Não respondi.

– Lyon, onde estão?

Girando em meus dedos uma bela joia azul brilhava.

– Bem aqui.. - Murmurei a encarando.

Brian arregalou os olhos e se aproximou maravilhado.

– São essas? as desejadas Jadeites?

– Sim, são elas.

– Como conseguiu? - Eu havia sido um verdadeiro cretino, Rebeca não havia notado quando a toquei enquanto cativava seus lindos olhos cheios de lágrima.

– Eu roubei.

– E agora terá que entregá-las para trazer sua amada de volta... - Murmurou Brian.

Mantive silêncio.

– Quanto elas valem?

– Cada pequena pedrinha dessa...- A girei mais uma vez. - Três milhões. - Brian engoliu seco e se sentou na cadeira a minha frente.

– Quantas pedras tem nessa joia? - Seus olhos pareciam dilatados.

– É um bracelete muito bem montado, Trevor fez questão de colocar todas elas juntas. São ao todo trinta Jadeites.

– Você deve estar brincando comigo.

– O que vai fazer?

– Eu não sei ainda.


Nicole

Pode ser horrível ouvir atrás da porta, mas estava decidida a descobrir o que Tony estava escondendo de mim, e seu nome era Rebeca, a vadia que estava roubando Anthony de mim.

Mas eu tinha um trunfo nas mãos, pelo que eu escutei, Rebeca havia sido sequestrada, e para devolverem a vadia, eles queriam o bracelete, que por sinal é muito valioso.

Muito bem Nick, parece que podemos resolver seu lado, você quer Rebeca fora do caminho, então faça. Sentencie a garota e tenha o garoto. Pode ser um tiro no escuro, mas não foi atoa que sempre fora a melhor nas aulas de tiro.

Acorrentada #wattys2017 Onde histórias criam vida. Descubra agora