Capítulo 7 - Encontro

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Oxy, ou melhor, Tom, foi o assunto de toda a primeira aula do curso naquela quente manhã de verão. Lola passou pelo menos trinta minutos contando a Daisie sobre meu primo super gato e atraente, que era simpático e até mesmo cozinhava. Ainda por cima, era um tanto corajoso já que tinha assistido aquele filme assustador conosco. Eu ria por dentro ao me lembrar de como ele havia pedido para dormir no meu quarto naquela noite, de tão assustado que o pobrezinho estava. Daisie não parava de fazer perguntas sobre como era possível que eu nunca tivesse falado sobre esse primo e por que eu ainda não havia o apresentado a ela. Foi só quando fiz perguntas sobre Beethoven que ela esqueceu da existência de Oxy.

E então foram mais trinta minutos sobre como "Bee", como ela o chamava, era o melhor namorado do mundo, sobre o quanto ele a amava e o quão gato ele era. Ouvi alguma coisa sobre uma cama cheia de pétalas de rosa e um jantar regado a vinho tinto, enquanto Lola guinchava e eu apenas revirava os olhos. Deus tinha me feito sem romantismo algum, pelo visto.

Foi então que algo jamais imaginado por meu cérebro de quase dezoito anos aconteceu. Vincent, um dos garotos do time de basquete, sentou em frente à minha mesa e sorriu em minha direção. Eu não sabia se aquilo era uma miragem, primeiro porque Vincent não fazia o tipo que cursava cursos extras de verão, e segundo porque eu achava que ele nem sabia que eu existia. O que diabos estava acontecendo?

– Ei, Sam – Vincent sorria como eu sorria quando tio Dumas comprava pizza – Como você está?

Olhei para os lados, confusa. Meu deus, aquele homem estava mesmo falando comigo? Daisie deu uma risadinha e me cutucou com o ombro, enquanto Lola cobria a boca com as mãos. Droga, será que era uma pegadinha?

– Tudo bem... – respondi, confusa – E você, Vincent?

– Eu estou ótimo – ele sorriu de novo e eu fiquei ainda mais confusa – Olha só, o que acha de assistirmos a um filme nesse final de semana?

Assim que ele disse aquilo, Lola não conseguiu segurar um guincho fino e Daisie se sacudiu na cadeira ao meu lado. O que estava acontecendo? Ele estava me chamando para um encontro? Que situação aleatória era aquela?

– Ela vai, ela totalmente vai – Daisie se meteu e respondeu por mim, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

A cena a seguir era como se eu estivesse assistindo a um filme e não a algo acontecendo em minha vida. Vincent sorriu e levantou, caminhando para longe de nós com todo o estilo que só ele tinha. Ele era um cara bonito, muito bonito, sua pele era bronzeada e brilhava em um tom dourado e seus cabelos pretos sempre estavam estilizados para cima com gel de um jeito charmoso. Além disso, ele tinha um corpo muito bonito, que fazia questão de mostrar a todos enquanto treinava sem camisa na quadra da escola. Ele era do tipo de cara inalcançável, daqueles que eu nem mesmo sonhava porque sabia que nunca teria. Que realidade paralela estranha era aquele em que Vincent me chamava para ir ao cinema?

Lola e Daisie falavam comigo repetidamente, mas eu não conseguia ouvir, como se meus ouvidos estivessem fechados e apenas zumbidos entrassem por eles. Nada naquele momento fazia o menor sentido e eu teria meu primeiro encontro. Meu primeiro encontro. Eu sabia que estava velha para isso, mas honestamente não achava que isso fosse acontecer jamais. Mas agora, totalmente do nada, eu tinha um encontro. Um encontro com Vincent, o cara bonitão do time de basquete. Será que eu salvei um país inteiro na vida passada?

.

– Quem é Vincent? – Oxy me acompanhava com o olhar, enquanto eu andava de um lado para o outro da sala do apartamento, falando coisas desconexas.

– Um cara da minha escola – tentei explicar – Ele é muito bonito e me chamou pra sair.

– Sair pra onde?

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