Exército Mental

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O movimento de Lucy ao seu lado na cama fez com que Lauren abrisse seus olhos, mirando a habitação na qual se encontrava.

Bastaram alguns segundos para que se localizasse e se lembrasse que sua localização e sua nudez deviam-se ao fato de ter passado a noite com Lucy.

A mulher uma vez mais se remexeu, fazendo com que seus cabelos castanhos jogados contra o travesseiro atraíssem a atenção de Lauren. Fechou seus olhos, levando as mãos aos cabelos, bocejando ao dar-se conta de que pouco havia dormido e de que certamente não se passava das oito da manhã.

Puxou o lençol abarrotado de seus pés, cobrindo a nudez de Lucy, sentando-se na cama ao constatar que deveria ter estado com ela em sua casa, não na dela.

Agora teria que esperar chegar à sua casa para banhar-se e então tomar seu longo e sagrado café da manhã.

Seus planos não eram adormecer após ter estado com Lucy, mas o cansaço mental e físico combinado com excessivas doses de uísque, pela primeira vez, haviam minado sua férrea determinação após seus encontros com alguma mulher. Não havia dormido na noite anterior e tampouco havia apagado nesta madrugada. A bagunça com os horários pela longa viagem a Tóquio reclamava seu preço. Sentia-se inquieta e sonolenta, seus braços lhe doíam e sua cabeça latejava de forma desconfortável e insistente.

Precisava ir para casa, para a sua cama.

Se encarregaria de sair sem fazer barulho, não se esquecendo de pedir a um dos empregados para levar o café da manhã para Lucy na cama.

Na segunda pela tarde pediria que sua secretária lhe enviasse alguma joia e um buquê de rosas.

Lucy entenderia que havia terminado.

A verdade era que não deveria ter ficado ali naquela noite. A atenção que aquela mulher havia recebido dela no coquetel dava vazão para pensamentos ilusórios típicos de uma mulher como Lucy.

Com uma sutil despedida, Lauren se ocuparia de que ela percebesse que havia sido bom, mas que havia terminado. Levantou-se, recorreu suas roupas pela habitação de cores claras e luxuosas. Vestiu-se, lavou o rosto e escovou os dentes após achar uma escova de dente fechada em uma das inúmeras gavetas do banheiro. Não se preocupou com os nós que lhe assomavam as mechas do longo cabelo ou a maquiagem que restava por seu rosto. Calçou seus sapatos e pertences, conferiu as chaves do carro e então deixou o quarto. Desceu as escadas notando que seu humor não era o de uma mulher que havia passado a madrugada tendo em seus braços Lucy Vives.

Era linda, verdadeiramente uma boa companhia, mas lhe faltava algo tanto pessoalmente como na cama.

Dirigiu até sua casa ultrapassando todos os limites de velocidade, não se dando conta do quão bela ficava dentro daquele conversível de última geração, os brilhantes cabelos voando com o vento que lhe banhava o belo rosto e os lábios bem formados.

Automaticamente os portões de sua casa se abriram.

Estacionou também com velocidade, dando-se conta de que havia esquecido o celular no carro durante toda a noite pelo fato de este ter tocado exatamente na hora que fechava a porta. Pegou-o, certificando-se de que não era Lucy, franzindo o cenho diante da chamada de sua secretária particular.

Era domingo, não era?

Que diabos Rose estava lhe chamando às oito da manhã de um domingo?

Deslizou o dedo pela tela do celular, atendendo a chamada, fazendo uma careta ao escutar a péssima qualidade da ligação. Disse algumas poucas palavras que certamente não foram entendidas por sua secretária. Fechou o carro, acionando o alarme, entendendo algumas palavras entre os inúmeros zumbidos e chiados que tornavam a ligação quase incompreensível.

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