Pleasure

Caixa de Pandora

Olaaaaaaaaaaaaaaaaaaar, meus nenes! Preparados? Eu espero que não, porque sim, quero ver todo mundo louco, poder ser?

Deixo vocês com a caixa de pandora de hoje. Nos vemos no final do capítulo.

Ps: na hora que uma música for indicada, eu sugiro fortemente que escutem porque essa faz T O  D A diferença no clima da cena. 😌

...

"A maioria dos deuses joga dados, mas o destino joga xadrez, e você não descobre, até que seja tarde demais que ele estava jogando com duas rainhas o tempo todo." 

– Terry Pratchett.

Jamais a vira tão silenciosa.

Camila não se recordava daquela expressão em seu rosto e nem tampouco daquele brilho quase inexistente de desafio e poder em seus olhos. A calma de seus movimentos intensificava o quanto ela não se esforçava em parecer presente de mente naquele encontro quando não o estava. Olhava pouco em seus olhos, e seu sarcasmo natural havia partido ou se escondido de forma tão competente que Camila perguntou-se se algo de muito sério havia acontecido na Companhia.

Ou talvez, o mais provável fosse que algo tivesse acontecido com ela própria...

Um despertar talvez? Uma reação nova vinda de uma mulher como ela após presenciar a cena na qual ela e Ferrara deploravelmente haviam perdido qualquer tipo de controle? Um enfado daquele jogo? Uma insatisfação com a própria conduta? Um desprezo tão intenso pela conduta dela própria?

Mastigou o risoto de camarão com dificuldade, engolindo-o com auxílio de uma taça de água. Com extrema lentidão limpou seus lábios com o guardanapo de pano, colocando-o sobre o seu colo logo em seguida.

Voltou a mirá-la, com seus olhos se perdendo na seriedade e tranquilidade de seu rosto, com seus lábios desejando tocar aqueles lábios, sentir-lhe o sabor e então se perderem na magnitude de um prazer certamente absoluto e proibido.

A noite quente exalava seu próprio poder. O mar tão poderoso torna-se, a cada quebra quase luminosa de ondas, tão grandioso quanto Júlio César em suas maiores conquistas. A música do luau parecia distante, assim como as pessoas inseridas nele. As crianças já haviam sido recolhidas e a frente daquele hotel composto por uma praia inesquecível tornava-se uma vez mais o palco dos verdadeiros amantes latinos.

Arrepiou-se e desejou saber de toda a sua alma o que viria a seguir.

– Não está bebendo, nem comendo. – Lauren comentou. A latina mordeu seus próprios lábios, sentindo sobre seus olhos a força, ainda que reprimida, vinda dos olhos dela.

– Água está bom para mim. Me sinto indisposta – Para prová-lo tomou outro gole, e Lauren também, porém de seu vinho branco, afastando logo em seguida seu prato de suas mãos.

O silêncio reinou entre as duas, provocando a atmosfera tensa e densa a se intensificar. Até que Lauren o quebrou.

– Indisposta ou... Enfadada por algo... Ou alguém?

Mover-se com naturalidade pareceria para Camila tão falso como tudo o que ambas vinham fazendo. Calmamente depositou a taça sobre a mesa, umedecendo seus lábios, mirando-a tão distinta, tão bem vestida e perfeitamente inserida naquele ambiente elegante e sofisticado.

– Não deixe que nada sobre mim lhe preocupe, pode ficar em paz, Lauren, se é o que te preocupa desde que voltou nesta noite. Já lhe disse que não espero muito disso tudo. – As mãos dela encontraram as suas sobre a toalha de linho branco.