Xeque-mate

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CHEGUEEEEEEEEEEEEEEI. Sobrevivi a semana de provas (com notas altíssimas, amém)!

Bom, será que alguém aqui sentiu falta? Não precisa mais sentir. Eu nem deveria voltar aqui depois de tantas ameaças que sofri por causa do último capítulo. Matem a Lauren, o Robert, o que tenho a ver? hehe

Antes de ir, vou agradecer os 60k de leitura. Que sonho lindo, você são demais! ❤️

Não vou enrolar mais nessas notas, aproveitem o capítulo e já deixem a playlist aberta quando a música for indicada. Tchau, bbs.

...

Camila fechou a porta do quarto, querendo fazer o mínimo possível de barulho, chamar o mínimo possível de atenção. O corredor daquela ala do hotel não se encontrava vazio e sabia que levava no rosto as marcas da vergonha de uma mulher que havia se submetido a humilhação de implorar para que a mulher que não a amava ficasse junto a ela.

Não sabia se era dor ou raiva. O misto de sensações era desesperador e se não saísse daquele hotel em poucos segundos, tudo o que levava dentro de seu peito desde o instante da volta de sua primeira lembrança explodiria em sua cara, feriando-a muito mais do que já se encontrava ferida.

Absolutamente manipulável e tola. Aquele era o preço a ser pago quando se entrega o coração para uma vadia com o qual se jogava, antes de sentir qualquer sentimento, um perigoso jogo sem regras. Não podia respirar e as lágrimas, para a sua desgraça, não cessavam um só instante.

Saiu pelos fundos do hotel, o barulho do salto das sandálias repicando no chão exatamente como os sapatos de Camila Ferrara faziam.

O som era desesperador, a náusea incontrolável.

Precisava sair dali, e precisava sair agora.

[PLAY – Sin Banderas – Que Lloro]

Caminhou pela praia sem muito rumo e deteve-se, quase que como num dejavú, quando alguém a puxou pelo braço. Sua reação inicial foi afastar-se, assim, em um safanão, soltou-se, mirando logo em seguida quem obviamente havia lhe seguido.

Era Ferrara e entre todos os seres do mundo que ela poderia ter visto naquele instante, aquele era o único que acabava por partir o que havia sobrado de seu controle. Seu cenho se franziu, seus lábios entreabertos deixaram escapar um soluço doído, do fundo da alma da verdadeira mulher ferida que levava dentro de si. Os olhos de Ferrara tornaram-se automaticamente cristalinos, enxergou dentro dele aquele amor desmedido, aquela veneração pouco explicada e principalmente, aquele carinho que não deveria mais existir, não depois de tudo o que havia se passado. Ele escorreu a mão por seu braço, entrelaçando seus dedos com os dela em um silêncio que dizia mais do que mil palavras. Ele sabia que a mulher que havia sido sua esposa estava ali, naquele corpo, escondida em algum lugar. Talvez desde o princípio ele soubesse que Elena e sua Camila eram a mesma mulher e que uma sabia da existência da outra, conscientemente ou não.

Camila se aproximou, os lábios trêmulos e molhados pelo pranto.

Com demasiada delicadeza desuniu suas mãos, levando-a ao rosto de Ferrara, acariciando sua bochecha de uma forma familiar e denunciadora.

Ele também se aproximou, segurando-a pela cintura com uma mão enquanto que com a outra limpou-lhe as lágrimas do rosto, afastando logo em seguida os cabelos que caiam sobre os olhos de Camila, impedindo-o de mirá-los em todas as suas dimensões.

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