Capítulo 10

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ALGUM TEMPO DEPOIS...

— Eu quero anestesia!

— Você disse que não ia querer.

— Mas. Eu. Quero. Anestesia. AGORA! — Mare gritou me assustando e fazendo com que eu sentisse um pouco de pena do meu irmão.

— Ok amor, eu vou chamar o doutor Now.

— Some da minha frente Collen! — Ela gritou de novo e jogou a cabeça contra o encosto da cama. — Eu juro que nunca mais darei pro seu irmão, não se o intuito dele for me engravidar, não mesmo. Me recuso. Espero que ele esteja escutando isso.

Me aproximei da cama e passei o pano molhado em sua testa. Mare estava há oito horas em trabalho de parto, e só tinha dilatado cinco centímetros. Eu entendia sua dor, e sabia que tudo o que ela falava era da boca pra fora.

— Você saberá que valeu a pena, no momento em que pegar seu pequeno bebê no colo, e ela olhar dentro dos seus olhos. Toda a dor será esquecida, e você só lembrará de como é bom ter seu bebê junto a ti. Eu te garanto. — Falei acariciando seus cabelos. Ela concordou com a cabeça no mesmo momento em que o monitor apitou avisando que uma nova contração estava a caminho.

— Alguém tira essa criança de mim, por favor! — Mare sussurrou com lágrimas nos olhos. — Eu não aguento mais.

— Calma. — Respondi tentando tranquiliza-la, no mesmo momento em que o médico e uma enfermeira entrou na sala.

Com muita rapidez, um exame de toque foi feito e como sempre, a dilatação estava lenta.

— A senhora realmente deseja a peridural? — O médico que aparentava meia idade perguntou com a voz rouca e tranquila.

— Por favor. — Respondeu com a voz cansada. Mare sempre foi fraca quando o assunto era dor, e eu fiquei sem acreditar que ela tinha escolhido o parto normal. — Amor, pega na minha mão e fica comigo. — Ela esticou a mão em direção a Collen que prontamente foi ficar ao lado da mulher, e eu me senti uma intrusa ali.

— Eu vou ver como o resto da nossa família está, eu volto depois. — Falei beijando carinhosamente a bochecha da minha melhor amiga e dei um abraço no meu irmão. —Boa sorte. — Sorri e deixei o quarto no exato momento em que a enfermeira ia aplicar a anestesia.

Enquanto caminhava até a sala de espera, parei em frente ao berçário, onde vários barulhos de choros de recém nascido preenchia o ar. Sorri ao olhar aqueles pequenos seres, e senti uma vontade absurda de ter logo a minha filha em meus braços. Olhei a minha barriga de seis meses e fiz um carinho onde agora era o bumbum do meu bebê. Com o passar dos dias, o médico me ensinou a compreender em que posição Hope estava, dessa vez, ela estava de cabeça pra baixo.

— Logo é a sua vez, meu amor — Virei ao ouvir a voz de Ethan. Ela caminhava em minha direção. Lindo, forte, e apaixonado.

— Eu estou ansiosa.

— Eu estou ansioso, aliás, Elliot quer conhecer logo a prima e a irmã, palavras dele. — Ethan falou rindo. Cada vez que ele falava dos nossos filhos e da sua sobrinha, era possível sentir o amor transbordando em suas palavras. Ethan era aquele homem que derramava amor por tudo o que tinha, e fazia. Desde o seu acidente, ele passou a dar valor mil vezes mais a vida, e a todos ao seu redor.

— Como você acha que ela será? — Perguntei encostando minha cabeça em seu ombro enquanto ele acariciava minha barriga.

— Eu acho que ela terá seus cabelos, seus olhos e o nariz do Elliot. Ela será perfeita, verdade seja dita, nós sabemos fazer filhos. — Ele riu e beijou meu pescoço.

ESPOSA DE UM SOLDADOOnde histórias criam vida. Descubra agora