Capítulo 14

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* Não será um capítulo grande, mas, é só pra vocês terem uma ideia de como o Ethan se sente em relação a guerra x seu grande amor. * 

Boa leitura! 

POV - ETHAN. 


Uma semana havia se passado desde que voltei para essa fodida guerra. Uma semana que meus pesadelos retomaram, era sempre a mesma coisa. Eu sonhava que estava correndo em direção a criança enquanto ela chorava sob o corpo morto da mãe, e quando eu ia pegá-lo no colo, seu pequeno corpo se transformava em um rio de sangue. Eu não sabia até quando eu aguentaria essa pressão, esse medo de saber se eu conseguiria voltar pros braços de Louísa vivo, ou se ela apenas receberia meu corpo dentro de um caixão fechado. Eu nunca fui muito de frequentar a Igreja, mas, desde o momento em que eu coloquei meus pés na guerra, eu passei a orar e pedir a Deus pra que ele me mantivesse vivo.

Louisa... Não tinha um dia em que eu não pensasse nela. A cada vez que eu olhava pro meu dedo anelar eu sorria por saber que agora eu definitivamente pertencia a ela. Ela era a parte boa que tinha em mim, e por ela eu tentava sempre ser o melhor. Muitos homens correm de compromisso, mas, comigo foi totalmente ao contrário, quanto mais eu a tinha, mais eu queria comigo. E a semana que passamos juntos foi definitivamente a melhor da minha vida. E eu queria isso pra sempre. Queria seu corpo quente ao meu, suas pequenas mãos me embalando quando eu tivesse um fodido pesadelo, ou até mesmo seu corpo abrigando o meu quando fazíamos amor. Sim, eu e Louísa fazíamos amor. Eu nunca em toda a minha vida me senti tão completo e tão sortudo como eu me senti quando ela se entregou a primeira vez pra mim, era como se eu tivesse a mais preciosa pedra do mundo em minhas mãos, e na verdade eu tinha.

— Ethan, nós precisamos ir cara — Ouvi a voz de Collen me chamar. Coloquei meu Rifle M16 em volta do torso, guardei a carta que Louisa havia me mandado embaixo do meu travesseiro e sai do acampamento. — Sua cara tá uma boa merda — Collen falou assim que me avistou.

— Foda-se — Falei passando direto e indo em direção ao caminhão que nos aguardava.

— O que tá pegando? — Coll perguntou subindo e se sentando ao meu lado.

— O de sempre, os fodidos pesadelos e cada dia menos desmotivado pra estar nessa guerra. Eu realmente não sei onde estávamos com a cabeça pra nos alistar pra isso, é só um monte de merda... Estamos arriscando as nossas vidas pra um bando de filhos da puta nem se quer valorizar.

— Cara eu sinto exatamente a mesma coisa, mas, agora que estamos aqui temos que honrar o nosso juramento, temos que salvar essas pessoas. Você acha que eu não estou louco pra voltar pra casa? Pra ter a minha noiva nos meus braços? Ter a minha família do meu lado? — Collen falou colocando seu Rifle no chão e me olhando — Eu to contigo irmão, e vamos passar por essa juntos.

— Eu sei, estamos nessa juntos. — Falei socando seu ombro e por um momento eu me senti melhor.

Assim que o caminhão parou, descemos entre os aglomerados de prédios abandonados e de longe podíamos ouvir os barulhos de bomba e tiros. E mais uma vez eu rezei e pedi a Deus que eu e meus companheiros saíssemos vivos dali.

— Smith e Saimon quero que vocês deem cobertura para O'brien e McMiller — O capitão falou, e correndo em direção aos outros soldados.

— Caralho, isso daqui hoje tá inferno — Collen gritou e começou a correr em direção ao cabo O'brien que estava ficando sem munição.

— Segue pela direita e fique com o alvo na mira, assim que eu mandar você dispara — McMiller falou apontando em minha direção e eu apenas concordei. Quanto menos você falava, mais o seu trabalho era bem feito e foi assim que seguiu o resto da tarde, trocas de tiro, bombas e por sorte, conseguimos mais uma vez sair vivos de lá, e eu como sempre, agradeci a Deus por mais esse milagre.

***

Estávamos voltando para nossa base e eu podia dizer que essa era a melhor parte do meu dia. Era troca de turno, e os outros soldados ficariam no miolo da guerra, enquanto nós descansávamos. Logo que o caminhão parou, eu saltei dele e corri pro acampamento, peguei meu telefone e fui pra fora da barraca e tentei a todo custo pegar pelo menos um fodido sinal pra falar com Louisa pelo skype, e graças ao bom Deus, eu consegui.

— Amor — Ela falou assim que a ligação completou. Pude ver seu rosto, e respirei aliviado. — Eu estou com tanta saudades, a casa não é a mesma desde que você foi embora.

— Eu também sinto a sua falta, e o que me mantém aqui é saber que quando eu voltar, você vai estar me esperando — Falei me sentando em uma grande rocha que havia em volta do acampamento. — Como você está? E a viagem com Mare, tá tudo certo?

— Sim querido, a viagem vai sair de acordo com o esperado, e no sábado nós estaremos na estrada para California. — ela falou sorrindo — Eu queria que você fosse com a gente.

— Eu queria poder estar ai com você — Falei segundo a onda de emoção que me atingiu ao lembrar dos momentos que eu e Louisa dividimos. — Seu irmão mandou um beijo pra você e disse que sente saudade.

— Eu também sinto saudades dele — Ela falou sorrindo e pude notar umas olheiras em seu rosto.

— Amor, você está bem? — Perguntei novamente e logo ouvi vozes vindo do acampamento, mas ignorei.

— Sim querido, me sinto bem, apenas um pouco cansada. Tenho tido dificuldades pra dormir, mas, não se preocupe. Eu estou feliz por estar falando com você. Eu te amo muito Ethan, nunca se esqueça disso, ok?

— Porque você está falando como se estivesse se despedindo? — Perguntei intrigado.

— Não sei, apenas senti a necessidade de que você soubesse que eu te amo mais do que você possa imaginar, e que meu coração sempre vai pertencer a você.

— Eu te amo muito mais, é impossível descrever com palavras. — Falei sorrindo e querendo estar do outro lado, e poder segurar o pequeno corpo de Louisa contra o meu. — Eu preciso ir amor, está tendo uma movimentação em torno do acampamento. Eu te amo. — Falei me levantando e encerrando a ligação antes que ela pudesse responder e senti meu peito se apertando.

Enquanto eu caminhava de volta pro acampamento, senti um frio gelado passar por minha espinha, e antes que eu chegasse à minha base, Collen veio correndo em minha direção.

— Ethan pega seu... — Collen começou a falar, mas parou assim que uma pequena bomba caiu entre nós dois e antes que pudéssemos correr pra longe dali aquela pequena coisa minúscula estourou e arremessou nossos corpos pra uma considerável distancia.

— Collen? Collen irmão, fala comigo — Tentei gritar, mas minha voz saiu num sussurro, olhei ao redor e avistei o corpo de Collen há um metro de distancia do meu, ele estava desacordado e tinha um pouco de sangue saindo da sua cabeça.

— Deus, se você está me ouvindo, por favor, deixe com que a gente saia vivos daqui. — Pedi num fio de voz e então tudo ficou escuro.

Meu corpo relaxou esucumbi ao escuro, e a ultima coisa que eu lembro é de sentir o corpo quente emacio de Louisa me segurando e sua voz rouca dizendo o quanto me amava. 


Recadinhos! 

Espero que tenham gostado!! Não me matem!

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Beijocas e até o proximo. ♥

ESPOSA DE UM SOLDADOOnde histórias criam vida. Descubra agora