1- Evelyn Wilhelm

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         Nada é para sempre, divirta-se, erre, aprenda, pule o mais alto que você puder. Agarre em si mesmo e reconheça que sua vida depende daquilo que você almeja, então deseja e realize para que o tempo que restar seja de felicidade transbordando de amor, o sentimento mais puro e agradável que transforma os sonhos em realidade. Seja quem você é, faça o que se deve fazer e resuma seus objetivos em uma simples palavra: Realizada!

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[Domingo: 10 horas e 30 minutos]

– Evelyn, acorda! – Grita dona Edilane. 

– Ai, mais que saco, – bato com as mãos em cima da cama – posso nem mais escrever no meu diário. – Levanto meu corpo com dores sobre todos os membros, com dificuldade. – Acho que depois de ontem com Luan, Manuela, Júlia e Flávia do curso técnico naquela maratona de corridas que apostamos vai ficar difícil se levantar para ir a qualquer lugar que minha mãe queira. 

– Evelyn, vai ao mercado fazer compras, por favor. – Grita novamente.

– Tá certo mãe, já estou indo. – Grito de volta.

– Ela abre a porta do quarto – Seu pai vai chegar do trabalho para almoçar e ainda não preparei nada. – Ela diz. – O que houve com você menina? Tá parecendo um zumbi. 

– Ah mãe, eu e meus amigos do curso técnico apostamos, quem ia correr 3km de um certo ponto até o outro em Recife. – E quem ganhou? – Diz dona Edilane – Adivinha – Falo escancarando um sorriso. 

– Você! – A mãe aponta com os olhos arregalados – por isso que você tá assim meio morta. Nunca correu na vida e se aventura em 3km de uma só vez. Nem pense que vou sentir pena de você, vá logo fazer as compras por que estou aqui –"rasgando" em sua testa com a mão,   –atarefada lavando roupa sua, do seu pai, minha e do seu irmão.

– Ah!! – Choramingo. Com muita dificuldade levanto da cama depois que minha mãe saiu do quarto. Faço minhas higienes e me arrumo com roupa casual e chinelo e desço para pegar a lista das compras.  

– Mãe, posso pegar seu carro para ir ao mercado? – Grito na porta de casa. 

– Quê? – Ela vem com cara feia. – Você nem carteira de motorista tem, deixa de conversa, vá de ônibus. – Diz a mãe apontando para a porta. 

– Droga, nem consigo enrolá-la. Na próxima eu pego as chaves e vou. – Sussurro ao sair de casa.

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Depois de passar meia hora esperando o bendito ônibus, chego na cidade de Olinda para fazer a tão esperada compra. Só de imaginar que minha mãe deu R$100,00 para as compras e não poder comprar nada pra mim, torna o meu dia triste quanto o nublado que está. O supermercado mais famoso do bairro de Casa Caiada, o Extra tem bastante variedades de produtos. Desço na parada de ônibus e dou de cara com a garagem do mercado, vejo o tantos de carros que entram e saem dali imaginando o meu entrando nessa vaga e preenchendo algum espaço. – Um dia vou comprar um pra mim e vou esfregar na cara do meu irmão Pedro que tem o prazer de dizer que não vou conseguir nada na vida. Aquele idiota vai se surpreender. 

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