States

21 - Competição Teatral

                                                                        ~~ Alto falante~~

– Amados e queridos alunos e pais. Estamos aqui esta noite apresentando a vigésima primeira oportunidade que a nossa Escola Principal de Chicago oferece. Ao longo desse ano, fomos presenteados por um grupo de alunos que teve o maior prazer em dar ideias para melhorar o conhecimento da nossa escola. E através desse grupos muitos professores foram formados que atualmente estão conosco. Venho aqui de todo o meu coração declarar o quanto sou feliz por estar fazendo parte mais uma vez como Diretora e como Juiz desse projeto e ajudar meus queridos alunos a alcançar seus sonhos. 

– Nosso objetivo é dar grandes chances para o crescimento educacional e profissional para os alunos que passaram e passam até hoje por aqui. Não deixarei passar em branco as vontades dos nossos candidatos. Hoje, estão competindo uns contra os outros, mas o que queremos passar, é que eles terão o prazer em aprender que tudo na vida há competição e que sempre eles procurem olhar de uma forma positiva e crescer ainda mais como ser humano.

– Meus queridos pais, devo apresentá-los os primeiros três grupos que irão se apresentar hoje, chamarei aqui pelo nome e todos compareçam em minha frente para que os que estão na plateia possa identificar seus filhos. 

– Terceiro ano, Grupo dos Vencedores; Paul Mathew Smith, Dylan Martin, Emily Perez, Darla Martin. 

– Poxa Pri esse seria o nome do nosso grupo. – Digo a Priscila.

– Eita foi triste.. E precisamos urgentemente ver isso logo, pois o nosso grupo só tem eu e tu. 

– Iiih estamos ferradas mesmo. Mas o pior nem é is... – E o que é então? – Diz Priscila. 

– A gente nem tem nome e conteúdo – Conto nos dedos a nossa situação. 

– Poxa, é verdade. O pior de tudo também é que sentamos aqui nesse fundão e não estou vendo quase nada. Parece até que os grupos convidaram a família inteira deles. – Priscila olhando para todo o ambiente do teatro.

– É mesmo. Estamos no fundão e fundão da escola também.. – Eu e Priscila rimos.

– Próximo grupo, do terceiro ano, Os anônimos; Julie Baker, Wendy Collins, Justine Nelson, Calvin Turner.

– Pri esse também podia ter sido o nome do nosso grupo. – Esse também sua louca? –Priscila diz.

– O que é que tem? – A pergunto sem entender. – Tu falou do nome do primeiro grupo e agora desse. Só falta falar do outro que vai vir.

Assim que os grupos foram entrando um por um acompanhado de quatro pessoas, os pais de cada um foram levantando, aplaudindo seus filhos e tirando inúmeras fotos. A primeira etapa da competição é feita dentro da escola, com os pais na plateia junto com alguns professores e uns convidados dos pais. De Juiz tem a Diretora Pyrrho, mais dois professores e um ator nacional. Além das avaliações dos juízes, tem também a gravação da competição. 

– Último grupo dessa noite, do terceiro ano, As Patricinhas; Ashley Wright, Adele King, Katherine Adams e Jackson Parker. 

– Esse também... – Digo rindo e olhando a cara de bunda de Priscila. – Ei me explica o porque Jackson está no grupo de patricinhas?

– Por que ele é o maior gostoso dessa sala... – Diz Gina que surge do nada atrás de mim.

– Saco. Alguém te perguntou alguma coisa? – Pergunto devolvendo a forma como ela falou.

– Não. Mas respondo mesmo assim, na hora que eu quiser. – Ela rir.

– Por que você está rindo sua hiena empanada? – Viro me levantando pra ela cruzando os braços.

– Ai começou essa briga..– Diz Priscila pondo a mão na cabeça ainda sentada.

– Isso! – Diz Gina apontando para um rapaz vindo até ela se sentando ao seu lado.

– Não acredito.. – Digo me chocando com o rapaz. – O que você está fazendo aqui? – Digo para o mesmo com o olhar cabisbaixo.

Depois de citar o último grupo, a diretora Pyrrho pede para que os dois últimos grupos esperarem atrás da cortina para o primeiro grupo se apresentar. A diretora saiu de cena e deixou com os competidores começassem.

– Primeiro de tudo, desejo que a todos pudessem fazer o máximo de silêncio possível. – Diz Emily Perez do primeiro grupo a se apresentar.

Depois de ouvir tudo o que foi dito pela diretora e pelo primeiro grupo que começaram a dançar sua coreografia, Evelyn e Priscila ficaram de certa forma encurraladas naquela confusão.

– Estou aqui por que quero estar. – Diz Paul Wesley com a maior cara lavada.

– A gente já terminou... Não precisa comparecer no mesmo lugar que sua ex e tão pouco tempo de término. Fica estranho demais você aparecer hoje e agora. – Digo com os braços cruzados o encarando com tristeza profunda.

– Eu conheço essa voz.. – Priscila sussurra, se levanta e vira na direção de Evelyn. – Não acredito que você está aqui!? – Priscila arregala os olhos.

– Olá Priscila como você está? – Paul ainda ao lado de Gina.

– Nem me venha com um Olá seu pamonha. Você traiu a minha amiga aqui e agora quer falar comigo como se estivesse tudo bem. – Priscila bate com os braços em seu corpo e apontando o dedo para o rosto de Paul.

Olho para Priscila me admirando com sua atitude. Priscila não é muito de brigar com as pessoas, discutir e muito menos gritar. Mas, quando a algo que a irrita, lhe tira do sério, ela fala suas verdades demonstrando incrivelmente sua raiva. Obrigada Pri! – Penso e solto um sorrisinho de lado.

– E você hein Gina. Nunca pensei em minha vida que você faria uma coisa dessas? – Priscila direciona seu olhar para Gina.

– Eu fiz o quê? Nem amiga de vocês eu sou mais! – Ela diz com desdém.

– Eu não estou aqui para discutir, nem brigar com vocês. Realmente queria tentar me entender com você Evelyn, mas acho que pela sua cara não tem mais jeito entre nós dois. – Paul diz.

– É uma coisa você falou, 'não tem mais jeito entre nós dois'. – Saio dali e decido ir lá pra fora respirar um pouco de ar fresco. Deixo Priscila por lá, e mando-lhe uma mensagem a avisando que estaria lá fora porque o ar pesou em seu pulmão e não está conseguindo respirar direito.

Assim que Evelyn saiu do colégio ela foi para o campo onde fica alguns grupos de alunos tanto matando aula quanto conversando na hora do intervalo. É uma área de lazer para os alunos, e foi ali que Evelyn foi parar.

Ali a noite sozinha no campo, me encosto em uma árvore de frente para o fundo do colégio, abaixo a cabeça muito triste com o coração apertando não imaginando que minha alegria foi embora a partir do momento que Paul apareceu. Escuto um barulho de beijos, risadas, e entre a árvore olho para ver quem era que estava se aproximando... – Mais o quê...– Levo um susto vendo Marcelo de mãos dadas uma moça loira vindo na direção para a porta dos fundos da escola. 

Saio de imediato e volto para a mesma porta adentrando para o colégio e indo em direção a porta da frente. – Não acredito que Priscila mentiu pra mim. – Sussurro deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

**