19 - Marcelo Pierce

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Pego a caminhonete e vou seguindo rumo ao apartamento de minha irmã. Sinceramente não sei da urgência dela, mas estou curioso o porquê ela tanto insistiu que eu aparecesse lá no apartamento bem na hora que estava o maior clima entre mim e minha namorada. Mas, Priscila é minha irmã e faria tudo por ela. 

Assim que chego na porta de seu apartamento, bato com força na porta e ela abre rapidamente me pedindo pra fazer silêncio. Entro sem entender e ela aponta para o sofá, onde meu coração se encontra. – Por que eu não consigo esquecê-la? (Penso)                                                                       Meu coração instantaneamente bate mais forte e desesperador e meus olhos não sai do rosto dela e sem saber o que fazer apenas fico parado esperando Priscila falar.

– Marcelo, quero te pedir um favor. (Leva Evelyn para o quarto dela) Ela faz aquela cara de pidona. 

Droga, nem ela pedir se posso ou não, ela não fez, apenas praticamente me obrigou a levá-la. 

Nem queria fazer tal coisa, por que meu corpo bate desesperado por ela, logo agora que estou apaixonado por outra, namorando até e eu tenho que estar presente de alguma forma na vida de Evelyn. E o namorado dela, aquele bobão do Paul Wesley?! (Penso enquanto a levo em meus braços e fico decorando cada detalhe de seu rosto perto do meu. Bate uma ardência em meu coração e sinto uma vontade imensa de colar os meus lábios no dela)

Abro a porta do seu quarto com ajuda de Priscila e a coloco suavemente em sua cama a cubro e faço de tudo para que Priscila não perceba, apenas pouso um beijo em sua testa e sinto a quentura do seu rosto nos meus lábios, meu coração acelera e me perco por uns instantes. Levanto a cabeça e tento não olhar diretamente para Priscila apenas a acompanho até a porta da qual saímos e fomos conversar.

Priscila se senta no sofá com raiva e vejo que ela não vai me dizer tão fácil o que aconteceu com Evelyn, então decido dar um cutuco forte nela.

– Ai Marcelo. (Ela diz meio brava)

– O que você está pensando aí?

– Nada. (Fecha a cara)

– Mentira. Me chamou aqui para carregar Evelyn nos braços e levá-la para o quarto e ainda disse que ia me dizer alguma coisa sobre, e agora diz que não é nada?! (Digo erguendo uma sobrancelha)

– Hum... bem que você gostou de levá-la para o quarto em seus braços, num foi? (Pergunta sendo trelosa)

– Nada disso. (Dou uma gargalhada) – Não vim aqui pra isso e sim te ajudar. Me conta o que houve com ela? (Pergunto a ela em pé)

– Essa era a ajuda, dã! Está preocupado com o bem estar dela? (Continua implicando)

– Priscila!!! O que você quer saber de fato? Se eu gosto dela, ou se ela gosta de mim? É isso?

– Sim. É isso.

– Não sei por ela se ela sente algo por mim, mas eu tenho namorada agora. Penso nela como amiga da minha irmã. (Digo um pouco com raiva)

– Droga, só de pensar que não posso demonstrar muito do que sinto ou minhas atitudes senão Priscila vai sacar tudo e contar para Evelyn. (Penso consigo mesmo)

– Tá bom. Desculpa! Bom, o que eu posso dizer sobre isso é que Paul o canalha a traiu na frente de todo mundo e ela tá assim arrasada. (Priscila solta tudo sem parar pra pensar)

– Como é? Aquele cara fez isso? Ele tá louco? Destruir assim E-e-evelyn, aquela menina, a Vee! (Falo super irritado quase gritando e gaguejando)

– Estás gaguejando porquê?

– Nada. É que sinto-me indignado por isso. (Digo ficando de costas pra ela) – Por quê demonstrei tanta raiva nessa história?! E ainda fiz a burrice de gaguejar... (Penso enquanto fico virado de costas pra Priscil) – O que ela disse a ele? (Me viro)

– Ela deu o fora nele enquanto ele tentava se explicar que não era nada daquilo que ela estava vendo.

– Ele ainda teve essa ousadia de dizer isso? Cara de pau desse cara. Quando o ver eu vou quebrar a cara dele. (Falo com uma fúria e fechando a mão em formato de punho)

– Calma Marcelo! Eu também tenho que me acertar com esse cara, entra na fila. Não vou socá-lo por que minhas mãos são bem pequenas pra isso. Mas, ele vai ouvir umas verdades.

– Tudo bem maninha. Olha, vou ter que sair agora. (Tento escapar dela para ela não perceber mais nada)

– Já? Mal chegou e já vai sair? Tanto você sai assim? (Continua sentada no sofá olhando para mim)

– Muitas perguntas e só uma resposta; namorada. Só te peço, não diga nada a Evelyn por favor.

– Por quê?

– Por que se ela gosta de mim, ela pode ainda ficar mais arrasada se souber de fato que tenho namorada. É melhor você desconversar qualquer suspeita a ela sobre se tenho namorada ou não.

– Mas isso vai criar uma expectativa pra ela, não acha? Se eu for mentir e dizer a ela que você não tem ninguém e ela estiver afim, ela vai querer estar com você.

– Eu sei que é complicado, mas deixa ela descobrir sozinha que se tenho ou não alguém. Apenas dê a entender que não quero compromisso com ninguém.

– Por quê você está tão preocupado com o que ela vai pensar?

– Dar pra você fazer esse favor pro seu irmão mais velho aqui? (Me abaixo até o sofá e seguro nos braços dela)

– Okay irmão. Mas me apresente a sua nova namorada um dia.

– Pode deixar. (Me levanto e vou até a porta da sala)

– Só espero que Evelyn não me mate por essa mentira. (Priscila diz a mim)

– Ela não vai. (Pisco pra ela enquanto fico segurando a porta aberta)

– Como você sabe?

– Por que ela te ama demais! (Saio logo em seguida)

– O que exatamente aconteceu nesse apartamento??? (Me questiono enquanto vou para a garagem do condomínio) – Hoje foi exatamente o dia que Priscila quase descobre que tenho algum sentimento por Evelyn. Isso não pode acontecer. Tive muitas oportunidades para estar com Evelyn e ela simplesmente não quis para ficar com o bobão do Paul, agora ele a trai e eu tenho que largar tudo para ficar com ela? Nada disso. Tenho que pensar em fazer minha vida e com outra pessoa. 

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