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20 - Desconfiança

Depois de acordar e me ver deitada na cama, fico imaginando quem será que me trouxe aqui. Levanto-me de minha cama e vou ao banheiro fazer minhas higienes, passo pelo espelho do meu guarda-roupa me vejo e passa uns flash do que aconteceu ontem.

Me sinto triste por uns instantes então decido apenas em não desistir e continuar seguindo com a minha vida.–Sou mais importante para não ficar sofrendo por alguém que não me mereceu. Sou mais eu, sou mais do que imagino ser, sou capaz de conquistar tudo a minha volta. Não vou sair dessa por baixo, vou sair por cima e não vou ficar aqui lamentando porque ele me traiu, e sim continuar vivendo minha vida. – Penso enquanto me analiso no espelho.

Fechando a porta do guarda-roupa, depois de me arrumar com um jeans azul, blusa branca simples e uma jaqueta marrom, coloco o meu tênis All Star e sigo fora do quarto cantarolando.

Batom com força na porta do quarto de Priscila provavelmente a fazendo cair da cama e rindo por isso. Vou a cozinha e paro em frente a geladeira com aquela pequena dúvida do que comer no café da manhã, analiso bem e vejo que apenas ovos e água aparecem na geladeira. –Mais que pobreza é essa nesse apartamento? Cadê o cereal, leite, comidas sólidas... Precisamos fazer umas compras. –Falo em voz alta.

Fecho a geladeira e vou rebolando para a sala, percebo que Priscila nem saiu do quarto, então coloco um som bem alto tocando – I Love Rock 'n' Roll –  Britney Spears.

Volto para a cozinha envolvida com a música e me coloco de frente a geladeira fazendo movimentos com o corpo e gritando as partes que mais amo na música,  –"The beat was going strong playing my favorite songI could tell..."

Sem parar para pensar e nem me importar que Priscila estava ouvindo tudo enquanto procurava o mais profundo sono no horário das 08:00 hrs estando nós duas super atrasadas para o colégio que decidimos estudar pela manhã onde nenhuma das duas acordam cedo.

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– Mais que diabos 'tá acontecendo lá na sala? – Um pouco sonolenta com os olhos ainda fechados sussurro para mim mesma. 

Desistindo de ficar escutando todo aquele barulho, me espreguiço abrindo com muita dificuldade meus olhos, vendo todo o conteúdo do quarto um pouco embaçado pelo tempo que passei dormindo onde minhas olheiras e bolsas tomaram conta.

– O que será que Evelyn está fazendo na sala tão cedo?! Ainda é 07:00 hrs e temos aula apenas às 09:00 hrs. Tem algo de errado. 

Com muita dificuldade me levanto com cuidado da cama, pois sinto umas dores na costa. Pouso a minha mão esquerda esticando todo o braço para sentir mais ou menos onde a dor está se expandindo e com mais dificuldade o braço esticado também está dolorido.

– Olho para os lados sentada na cama e todo o meu corpo se encontra dolorido. Ponho minha mão sobre minha cabeça não está quente, ótimo. – Não é febre. – Penso.

O que será que houve comigo? Tento de certa forma lembrar do ocorrido, e só lembro apenas de passos pesados, chuva, noite e desmaiada.

Abro os olhos dentro de uma casa e uma voz masculina ao fundo conversa com mais alguém onde não deu para identificar. – Não consigo ver ninguém. Meus olhos estão embaçados por causa de alguma droga desconhecida para mim que me fez desmaiar... Não sinto cheiro bom ao redor desse lugar, não consigo ver os rostos ali em minha frente, há algo de errado e não sei o que é, quem é, onde estou, para onde vou, só sei que, não sei se estou sozinha ou com mais alguém aqui...