29 - Dejávu

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Parece Dejávu. Tudo acontecendo como se fosse ontem. Meu irmão com aquela vaca da Kelly dormindo juntos no quarto e sendo pegos por mim e pelos meus pais. Foi uma cena horrível, ter que ver aquilo e o sorrisinho sacana de Kelly para todo mundo sabendo que por nós era tudo uma armação dela contra nossa família, chega a me dar ânsia. 

Sinto um vento frio batendo em meu rosto enquanto vou com Paul Wesley de volta para Chicago. 

Horas se passam e ainda estamos na estrada, olho para meu relógio e vejo que se passaram duas horas desde a última vez que estive na Lanchonete de LA. Volto com meu rosto para Paul que continua dirigindo transparecendo o seu cansaço. 

– Já está cansado? – O pergunto analisando sua fisionomia.

– Um pouco, mas precisamos chegar em Chicago ainda hoje.

– Verdade. Se quiser que eu dirija, tô aqui para te ajudar.

– Obrigado, mas não precisa. Até por que você tem uma certa fama aqui nos States. Uma fama bem ruim.

– Que fama? – Ergo a sobrancelha.

– De causar acidente. – Paul solta uma risada.

– Sério isso Paul? – Minha expressão a afirmação de Paul e sua risada me causou uma careta sem resposta.

Ele se vira e olha diretamente em meus olhos, vendo que não gostei de sua brincadeira de mal gosto. – Desculpas Evelyn, é que é a fama que os paparazzis colocaram em você depois de dois acidentes.

– Dois acidentes? Desde quando foram "dois" acidentes? – Gesticulo com aspas não acreditando no absurdo.

– E não foram? Tanto que você ficou longe por mais de duas semanas da escola e meio que em coma duas vezes no hospital? 

– Nada disso. Foi apenas um acidente que me causou sequelas graves nos meus órgãos e ainda em fase de recuperação fui para a escola mesmo assim e por causa disso, a Gina fez uma brincadeira de mal gosto comigo e 'causou' uma leve tontura em mim e com isso acabei indo para o hospital de novo e quase ficando em coma.

Minhas palavras foram um pouco rígidas para o ouvido de Paul, mas ele tinha que entender essa situação e não achar que sou causadora de acidentes. Depois dessa conversa, foi o suficiente virar-me para a janela e olhar a estrada passando por mim. Só de imaginar que cheguei a tanto nesse lugar, passei por tanta coisa e ainda vou reencontrar meu irmão aqui no mesmo lugar que eu sinceramente não esperava por isso. Pensei que sair do Brasil foi a melhor coisa até esse momento.

– Evelyn. 

Queria poder viajar por um outro lugar e tentar um sossego. Ter problemas em outro país e dos meus sonhos. Imaginar que estaria aqui realizando meus projetos, ter um namorado decente, viver uma vida de "princesa" que sempre sonhei, realmente acho que meu futuro não é esse.

– Evelyn. – Paul chama por Evelyn.

Brigar com minha melhor amiga por causa do seu irmão foi a coisa mais estúpida que eu fiz. Reencontrar meu ex foi a coisa mais estranha que aconteceu. Relembrar tudo isso, parece um dejávu de tudo que imaginei deixar no passado e seguir em frente. Planejei melhorar e ser uma boa pessoa para minhas amigas, e o que eu fiz?! Briguei com todas elas a partir do momento que chegamos aqui. Que tipo de amiga/pessoa eu sou?

– Evelyn!! – Paul grita chamando por mim.

Em um estalo volto para a realidade. – Oi. – Ergo a minha cabeça para olhar em seus olhos quando percebo que estou escorregando do banco do carro.

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