15 - Acorda Sunshine (parte 1)

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– Acorda Sunshine!! –Diz Priscila com um copo de café quente entregando a mim. Sentada ela na poltrona perto da minha cama do hospital.

Eu olho para os lados quase não conseguindo enxergar por causa da persiana que se encontra escancarada e a claridade do sol entrando no quarto. Coço os olhos e com o aparelho da poltrona, levanto mais a parte superior da cama para poder enxergar melhor.

– Pri!! – Digo com a voz embargada. –Obrigada por trazer o café pra mim, sabe que eu preciso é mesmo escovar os dentes e não de café logo de cara assim. Trouxe algumas rosquinhas? – Pergunto rindo como se Priscila tivesse se tornado garçonete.

– Sua sem graça! Quase me matou do coração e já está abusando da minha amizade. – Priscila diz.

– Desculpas! Força do hábito. – Fecho os olhos por uns instantes tentando enxergar com toda aquela claridade. –Agora entendi o "sunshine". – Olhando para a janela.

– Oops... Desculpa! Achei que você ia querer um pouco do sol, porque você ficará aqui. – Priscila diz com medo da minha reação depois que ela contar a verdade.

– Sim. Mas, nem toda a hora que quero sol. Ah, obrigada por cobrir com a persiana, está bem melhor agora. E aí sabe quando vou sair daqui? – Pergunto esperando pela resposta.

– Ah!! – Priscila tenta disfarçar.

– Mas antes de você me responder, me pega um copo de água gelada e um comprimido para dor? Minha cabeça está doendo muito desde quando acordei ontem e vi vocês, mas a morfina não me deixou em paz, tive que dormir. – Falo enquanto ajeito o travesseiro.

– Ah, então você nos viu ontem? Achei que não tinha visto nada. Estávamos conversando ontem para reversarmos em visita-la todos os dias.

– Hum [...] Como assim "reversar"?– Pergunto depois de ter dado o último gole na água e ter tomado o comprimido.

– Era isso que preciso te explicar. [...] Você ficará aqui por uns quinze dias... Mas você não terá a mordomia nesse hospital como você esteve no hospital anterior, que foi sua fuga. O bom é que você ficará acordada e lhe faremos companhia todo o dia. – Diz Priscila com o sinal de promessa nos dedos. 

–Como é que é? Não poderei sair daqui tão cedo, como assim? – Digo desesperada.

– Calma, também não precisa pensar em fugir, porque o médico sabe disso e tomou suas providências. – Priscila fala calmamente e continua recebendo meu olhar de raiva para ela.

– É melhor começar a correr dona Priscila, pois você acabou de sentenciar sua morte. – Digo eufórica saindo da cama e tentando pega-la. – Paro e me escoro na cama sentindo uma dor bem onde se encontra os novos pontos. – Ai! – Grito por uns instantes de tanta dor e Priscila ajuda a me deitar novamente. – É! Acho que você tem razão. Tenho que ficar dessa vez na cama por quinze dias... Depois posso ir? – Pergunto arregalando os olhos.

– [...] Depois de quinze dias, o médico fará uma avaliação para ver se você estará apta a ter alta. –Diz Priscila segurando a minha mão.


– Olha, Priscila diz isso olhando lá para fora do quarto por uns instantes e depois volta a olhar para mim.

– Marcelo já chegou! Vou dar umas voltas no hospital e pego seu refrigerante no outro andar. Quero ver se esse cara está aqui ainda. Está bem assim?– Priscila diz segurando na minha mão.

– Ta certo! Mas cuidado, viu? – Puxo a mão dela quando ela ia se afasta para sair do quarto enquanto o irmão dela, Marcelo fica de vigia no quarto, para alguma ocasião inesperada.

Marcelo fica me encarando suavemente enquanto Priscila sai do quarto para ir olhar todos os lugares. sobe um andar para pegar o refrigerante em outra máquina de líquidos e dar uma volta, e não encontra ninguém suspeito.

– E ai! Como você está? – Diz Marcelo entrando no quarto e sentando na ponta da cama, segurando a minha mão.

– Indo bem melhor do que ontem.

– Falo rindo tentando disfarçar o medo que não consegue de alguma forma esconder de Marcelo e sim deixo transparecer ao seu olhar.

– Não precisa esconder isso de mim, Evelyn! Vai ficar tudo bem com você, seu namorado está vindo ai. - Ele diz olhando para o chão. Depois volta a olhar pra mim tentando disfarçar a tristeza de que não gosta nem um pouco que eu esteja namorando com outro homem e não ele.

– Okay então!– Fico mais tranquila dando um sorriso no canto da boca.

Priscila chega no quarto e bate levemente na porta. Olha para Marcelo e eles se entre olham o avisando que ninguém suspeito se encontra no prédio. Então Marcelo me avisa que está indo embora. Priscila entra no quarto para se despedir de mim e Marcelo sai e dar a mim uma última olhada para lembrar -se por uns dias que ele permanecerá ausente daquele quarto.

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Depois de dar minha última olhada na mulher que amo, sinto que ela é muito pra mim que de alguma forma devo tirar-me de sua vida. Então porquê não sair à procura da garota misteriosa que estava no hospital outro dia e me consolou o suficiente que arrancou um beijo quente meu?! Enquanto estou nos corredores do hospital, brevemente entro no elevador para ir ao andar de cima à procura da moça misteriosa. Aperto um dos botões do andar de cima e antes de fechar a porta um homem estica seu braço para poder entrar também.

– Ah senhor, mil desculpas. – Digo olhando para um homem um pouco mais velho que eu com calça e camisa preta e sapato preto. – Desculpa em lhe perguntar, mas o senhor vai a algum funeral?

– Pergunto ao homem o observando de cima a baixo.

– O homem brevemente vira de costas e olha nos meus olhos e sorri rapidamente o avisando para não o chamar de senhor e o sorriso some do seu rosto quando ele diz que; sim, vai a um funeral, mais em breve.

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