24 - Amélia

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Grito, socos, pontapés, tudo isso escuto todos os dias... Vê ali minha mãe sendo agredida pelo meu padastro não é fácil. 

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Afogando em meus pensamentos, debaixo da cama do meu quarto, chorando aos  meus seis anos de idade sem poder fazer nada.

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10 anos atrás


Amélia, Amélia, venha cá meu amor. – Minha mãe corre até mim e se ajoelha na minha frente e me dar aquele abraço apertado.

– Que foi mamãe? – Digo mirando em seus olhos e vendo-o pavor.

 Nada amor.  Ela diz esfregando suas mãos nos meus braços sem fixar o olhar.

 Cadê papai? 

 Papai saiu. – Ela diz ainda olhando para baixo.

 Saiu para onde, que horas volta? – Faço inúmeras perguntas..

Escuto um gemido e um choro aumentando... – Seu pai querida, não vai voltar. – Ela se derrama em lágrimas e me abraça ainda ajoelhada na minha frente.

– Como assim, mamãe? – Uma lágrima escorre dos meus olhos.

Parou por uns instantes... – Seu pai saiu em uma emergência do trabalho, e em uma perseguição dos bandidos, ele... – Ela parou de imediato e ficou em um silêncio absurdo.

Se levantando dali, a mãe de Amélia saiu sem proferir mais nenhuma palavra a filha dando explicações do que aconteceu com seu pai. E com isso, Amélia com alguns dias foi deduzindo que seu pai não mais voltaria para casa. 

A cada dia que se passava, Amélia sentia um vazio tomando conta do seu peito... Ver a casa vazia todos os dias, ver sua mãe sempre enfiada dentro do quarto, saindo apenas pra comer, a fez entender que necessitava fazer tudo sozinha, ela cuidava de tudo, varria a casa, lavava os pratos, lavava as roupas e sua mãe o máximo que fazia era tomar banho, trocar as roupas e cozinhar. Nem sair de casa ela fazia mais.

Amélia foi crescendo em um tanto de responsabilidade absurda. Aos seis anos perder o pai e ter que cuidar de tudo pois sua mãe ficou depressiva o suficiente para não conseguir fazer mais nada. Memórias de seu pai vinha em sua mente em tudo que ela fazia, a fazendo parar para chorar. Sempre durante todo o trajeto pela casa a fazia lembrar de seu pai e com isso ela não aguentava, mas quando se olhava no espelho se deparava que ela agora tinha que cuidar de tudo.

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Amélia é filha única de Jeff e Rose. Ela era muito amada pelos dois. Jeff  Johnson Carter , policial com seus 36 anos, casado com Rose Johnson Carter, secretária da polícia, 30 anos. Jeff e Rose se conheceram dentro do estabelecimento da polícia. Ele precisava de uma secretária quando se tornou o policial mais renomado da Academia porque prendia quase 90% dos bandidos quando era escalado para ficar no lugar de um outro policial, ou quando era sua responsabilidade. 

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