"VIAGEM AO PESADELO"

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Este capítulo será totalmente narrado pela Luana:

Minha história? No mínimo é engraçada. Sempre fui uma garota extrovertida e brincalhona. Gostava muito de sair com meus amigos e parentes. Eu era simplesmente uma garota de sorte. Mas tudo isso começou a acontecer, do nada tudo veio a desmoronar, sonhos interrompidos, felicidade convertida em tristeza num piscar de olhos... Sabe, às vezes dá vontade de dar o dedo do meio para a vida, mas aí eu olho para o meu passado e lembro o quanto eu era feliz, logo acende uma luz de esperança que me faz acreditar que vou voltar a ter minha vida de antes. Aconteceram tantas coisas comigo de lá pra cá. Nem sei por onde começar... Bom, vamos lá:

Um mês antes...

Eu tinha 17 anos, estava no segundo ano do ensino médio e na escola eu era popular... Quase popular vai... Os amigos que eu tinha eram os melhores, sempre estavam do meu lado para me ajudar ou me ferrar. Minha melhor amiga era a Solange, mas eu a chamava de Sol, e ela sabia que eu já estava afim de um garoto do terceiro ano. Ela me perturbava com isso o tempo inteiro, mas é o jeito dela. Era mais um dia de aula normal...

O sinal toca e os alunos começam a se levantar para irem embora.

— Pessoal, antes de saírem, peguem esse informativo e tragam assinados amanhã pelos seus pais. Precisamos ter uma noção de quem realmente vai para nossa viagem de fim de ano. — diz o professor.

— Professor, quem mais vai? — pergunta uma das alunas.

— Já disse mil vezes, se você tivesse prestado atenção saberia que vamos com o terceiro ano. — diz o professor.

— Ai, sério que vamos ter que ir com esses marmanjos? — diz a aluna.

— É sério sim! E se sente tão incomodada fique em casa minha querida. — ironiza o professor.

O pessoal da sala começa a rir. A aluna com a cara fechada se levanta, pega a mochila e sai da sala.

Essa daí é a Priscila. Metida e exibida, se acha a dona do mundo e quer tudo do jeito dela. Ela também não gosta de mim por algum motivo.

— Essa garota é ridícula! — digo.

— Ridícula é pouco para definir isso. — diz Solange. — Vamos logo para casa. Quero almoçar. ESTOU FAMINTA.

— Você também só come né sol? Isso faz mal. — ironizo.

— Faz mal é não comer. Comer é vida meu amor. — ironiza Sol.

Dou risadas e saio com ela da sala. Já indo para casa começamos a conversar:

— Você vai para a viagem de fim de ano? — pergunta Sol.

— Pra ser sincera, não estou com muita vontade sabe? — digo.

— Ai, para Luana. Eu sei que você vai, você nunca recusou sair assim com a gente.

— É, mas eu não estou a fim de ir. Prefiro ficar em casa mesmo.

— Você vai! Nem que eu te puxe pelos cabelos. — ironiza Sol.

Dou risada e digo:

— Eu vou pensar. Tem muito tempo ainda.

— Talvez eu consiga te convencer, sabe quem vai também?

— O terceiro ano?

— Sim, mas adivinha de quem é a sala? — pergunta Sol.

Eu fico encarando ela e ela fica me encarando.

— Mentira? — digo.

— Ele mesmo que você imaginou. Talvez essa possa ser sua chance.

— Para Sol! O cara é de outra sala, nem deve me conhecer. Não me convenceu...

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