01 - Sal rosa do Himalaia

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Nota da autora: Pessoal este conto trata-se de um romance BL (Boy's Love) e possui conteúdo adulto, além de possíveis triggers! É a minha primeira história deste gênero, por isso perdoem os possíveis erros... Espero que gostem!! Ah, e não se esqueçam de deixar comentários :D


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Deitado no chão do meu quarto, só conseguia pensar o quão entediado eu estava naquela tarde de domingo. Tem coisa mais deprimente do que domingos? Não podia sair com o Ian porque ele estava fazendo uma daquelas viagens de família super empolgantes, Fran estava ocupada demais aquele dia fazendo qualquer outra merda mais importante e Sara era uma garota que nunca atendia o telefone de qualquer forma.

Sara e eu, apesar de termos vivido algo intenso, o que sentíamos um pelo outro estava bem longe de ser qualquer tipo de amor. Acho que vivemos algo como um relacionamento de conveniência. Um dia, estávamos nos sentindo tristes e miseráveis com a vida e tivemos essa brilhante ideia de dar uns pegas. Os pegas duraram uns seis meses, o que pelas minhas contas foi mais do que já fiquei com qualquer outra pessoa, o que de certa forma a torna especial. Mas isso não a impediu de dar um tapa na minha cara, me chamar de filho da puta e me deixar sozinho no meio da rua.

Mas que droga! O Ian tinha que ter feito essa viagem idiota bem no dia que, pensando em Sara, eu queria sair pra encher a cara e perder a primeira aula de amanhã por causa da ressaca. Eu poderia beber sozinho, mas não seria a mesma coisa. Não teria ninguém do meu lado pra me chamar de viado enquanto empurra outro copo de vodca barata pela minha goela abaixo.

O telefone tocou, me distanciando das minhas divagações. Era minha mãe, me pedindo para comprar coisas no mercado, pra variar. Já a minha mãe é um pouco louca. Ela trabalha demais e às vezes inventa de fazer umas receitas que ela viu no programa do Jimmy Oliver.


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- Sal rosa do Himalaia? Que merda é essa? - sem me dar conta, eu falo em voz alta no meio do supermercado.

Vi alguém se aproximar subitamente.

- As pessoas sempre subestimam esse produto sabe? Ele tem vários benefícios pra saúde, melhora a circulação sanguínea, evita cãibras e é indicado pra quem tem pressão alta.

Eu apenas o fitei, um pouco confuso por toda aquela baboseira. Ele parecia ter a minha idade, talvez menos, e falava aquelas palavras como se elas fizessem algum sentido pra mim.

- Hey, Ana! Quantas vezes eu disse pra não mexer aí! - ele gritou e saiu correndo.

Foi aí que me dei conta que o cara vestia um avental de atendente do supermercado e saía correndo atrás de uma criança. Dei de ombros e caí fora o mais rápido possível. "É cada uma que me acontece...".

Mais tarde naquele mesmo dia enquanto minha mãe cozinhava algo extremamente elaborado e cujo gosto seria muito próximo de qualquer merda menos o da receita, meu celular tocou e eu dei graças a Deus.

- Fala, Ian. Voltou gay o suficiente?

- Meio gay. Não me importaria de dormir de conchinha com você.

Nós rimos.

- Escuta, eu sei que prometi que tomaríamos umas biritas ainda hoje, mas eu descobri, hehe - Ian parou pra rir de alguma coisa que parecia uma piada interna - enfim, amanhã tenho prova na primeira aula...

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