Anastásia Steele
Encaro Christian, nervosamente. Estamos há cerca de vinte minutos no meu quarto, e não trocamos uma palavra. Ele está em sua cadeira, ao lado da minha cama. Seus olhos estão em um ponto fixo na parede, o tempo todo. O passar do tempo, silencioso, ao seu lado, torna as coisas mais nervosas. É estranho... parece como... quando Maria não falava. Eu sinto que ele está mal, mas ele não me diz nada. Era exatamente assim com a nossa primogênita.
—Ana... —Christian sussurra e eu o encaro. —Você... você me perdoaria se eu mentisse para você?
Olho para Christian, sem entender sua pergunta.
—Você seria capaz disso? —Ele insiste.
—Christian, você lembra... lembra da nossa conversa antes do acidente? —Pergunto encarando-o, ele abaixa a cabeça depois de assentir. —Você não pareceu me perdoar.
—Você acha que... que eu te odeio?
—Eu não sei, Christian, diga-me você.
Christian me olha e abre um sorriso torto, o que me confunde, logo o silêncio se estende novamente. Dura minutos... eu acho, então ele me olha novamente, largando seu ponto fixo da parede, que agora descobrir ser a foto de Theodore junto com Maria e Lana.
—Ana... Rose... —Ele diz sorrindo, é a primeira vez que ele me chama assim. —Sabe? Eu conheci a Lilian.
—É mesmo? —Pergunto sorrindo, minha avó... só o seu nome me faz sorrir.
—Foi ela, de certa forma, que me encorajou a ir até você.
—Ela? —Gargalho jogando a cabeça para trás. —A velha amiga que você disse?
—Sim, bem, ela não me encorajou ao contrato, mas disse que se eu te achava especial, eu deveria lutar por você.
—Especial? —Pergunto franzindo o nariz.
—Quando... quando eu te vi, naquele colégio, brigando com a Katherine, eu me lembrei de algo... quando você tinha dezesseis anos, e eu te vi naquele parque, gritando: 'Kate, não jogue terra no cabelo'. Eu lembro que eu apenas balancei a cabeça e disse, não, ela não é a minha Rose, ela nem parece.
Christian me olha, com todos os seus sentimentos de volta no olhar; ele balança a cabeça rindo e volta olhar para a foto das crianças.
—Então, eu tive certeza que você era, de alguma forma, especial. Você foi a primeira pessoa que me fez lembrar dela. Então eu corri e liguei para a Lilian, e eu disse: 'Lilian, eu estou em apuros, alguém está mexendo comigo'.
—O que ela disse? —Pergunto tentando conter as lagrimas.
—Christian, vá atrás dela!
—E eu disse: 'como eu vou conseguir chegar nela? '. —Christian sorri e balança a cabeça. —Ela gargalhou e perguntou o nome da garota, e eu disse, Anastásia Steele. Então ela gargalhou, por minutos, eu não entendi, mas hoje eu entendo.
—Entende?
—Sim, porque ela sabia que era você, minha Rose, que você não havia morrido. Ela sabia, e ela sabia que eu ia te encontrar. Eu apenas... apenas me lembro do que Walsh me falou, sobre casar, apenas por dinheiro. De alguma forma absurda, eu achei que daria certo, aquele... aquele contrato, foi a única forma que eu achei de conseguir chegar até você.
Coloco a mão sobre a boca, encarando-o, e eu não tenho a menor noção do que dizer.
—Eu soube, sabia?
—Do quê?
—Que no dia que você entrou na minha casa, com todas aquelas meninas lindas, que a minha vida jamais seria a mesma. —Christian sorri e enxuga suas lágrimas. —Então, a cada dia, eu notava o quanto você era como a Rose, porque você é ela. Mas eu não conseguia acreditar, eu sabia que a Lilian era a avó da Rose, agora da Ana? Não, eu nunca imaginaria. Mas você era a minha Rose, e eu a vi em você, o tempo todo. Seu jeitinho mandão, protetor. Você era ela, você é! Mas eu não queria acreditar, porque pela primeira vez, em tantos anos, alguém mexeu comigo, e se você não fosse, eu sabia que estaria ficando louco, e não poderia me apaixonar, mas eu me apaixonei por você, Anastásia Rose.
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Amor Por Aluguel
Fanfiction"Seja gentil, educada, e diga sempre a verdade" ... eu deveria seguir isso, juro eu deveria, mas após a morte da minha avó, pessoa que sempre me dizia isso, eu percebi que a vida era muito mais do que ser gentil, educada e sempre dizer a verdade. Na...