Anastásia Steele
Caminho até o berço, no máximo de silêncio possível, curvo-me um pouco e coloco Lana deitada, ela não acorda e logo estou invadida de alívio. Essa danadinha passou a noite toda chorando, e só parou quando Christian a pegou, mas todo o choro voltou quando ele saiu para o trabalho, finalmente ela dormiu, e as crianças já estão chegando.
Cubro minha pequena e ligo a babá eletrônica, caminho até o interruptor e ela resmunga, mas não chora ou acorda. Suspiro aliviada e apago a luz saindo do quarto. Os dias têm sido bons e cansativos. Cansativos com Maria que está sempre com um péssimo humor, e agora só fica trancada naquele quarto. As crianças estão mais agitadas e eu não sei o motivo, talvez por causa do baile de fim de ano, eu não entendi direito. Tudo está muito corrido, o tempo parece voar. E sobre esse pontinho que é como um furacão na minha barriga, é só Christian chegar para ele começar a se mexer, o papai dele não precisa nem tocar na minha barriga, e só estar no mesmo cômodo. É como se ele sentisse.
E Christian... bem, ele apenas está sendo legal, na última semana eu notei sua ausência, ele dormiu em um quarto diferente, não voltou para casa alguns dias e eu imagino que ele esteja com outra mulher, mas o que eu posso fazer? Eu... sou só a esposa de mentirinha. Não posso simplesmente cobrar nada dele, falar que noto o perfume, as marcas de batom e tudo mais. Isso não é da minha conta. Eu apenas quero que o fim do ano chegue logo, assim tudo isso vai acabar.
Entro na sala e sinto algo se apossar de mim, algo forte, eu ignoro no primeiro momento, mas quando começo a fazer o jantar, entendo o que é. Eu estou com medo. Muito medo. Medo de perder Christian, de perder a vida que tenho ao lado dele. Eu sou feliz, sou feliz mesmo que não seja real. Eu tenho medo pelas meninas, quando nós formos embora. Vai ser difícil para elas, para Maria e Lana, e para mim. Ele e seus irmãos são nossa família também, e eu vou ter que deixá-los para trás.
Tento afastar o pensamento, mas isso é inevitável, eu só não consigo. Quando as crianças chegam, eu tento disfarçar, dizer que estou bem, e eles parecem convencidos, sirvo o jantar deles e depois os mandos para fazer o dever. Caminho até o sofá e me sento, Fifi e CG correm e vem para o meu colo. Eles estão bem grandinhos, CG mais, ele está uma bola e bem pesado. Acaricio um e logo os dois estão brigando por atenção, então simplesmente tiro eles do meu colo e fico sentada no sofá, acariciando minha barriga.
—Sra. Grey. —Taylor diz depois de um pigarreio.
—Taylor? Aconteceu algo? —Pergunto e então ele dá uma olhadinha para o lado.
Nesse momento noto a segunda presença. É uma mulher, uma mulher alta, loira e com olhos verdes. Ela não é nova, por volta dos quarenta, mas é bem cuidada, muito bem cuidada. Está usando um vestido elegante preto e branco, saltos. Seu olhar é frio, e ela tem um sorriso assustador.
—Essa é a Sra. Lincoln. —Taylor diz, incomodado com algo.
—Eu não esperava visitas. —Murmuro levantando-me, cruzo os braços e a encaro.
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Amor Por Aluguel
Fiksi Penggemar"Seja gentil, educada, e diga sempre a verdade" ... eu deveria seguir isso, juro eu deveria, mas após a morte da minha avó, pessoa que sempre me dizia isso, eu percebi que a vida era muito mais do que ser gentil, educada e sempre dizer a verdade. Na...