Prólogo - Uma pequena oração.

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"Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos."
(Tiago 5.16)

21 de outubro de 1998,

     Maria só havia aceitado o convite de ir para aquela igreja porque Joel, seu primo, havia implorado para ela ir.

     Mas a mulher sabia que ali não era o seu lugar. Ela respirou fundo mais uma vez e abraçou o pequeno corpo de seu filho.

     O rosto de Rafael era tão sereno! Tão em paz que Maria só pensava o quanto ele era sortudo por ser apenas um bebê e não entender nada da confusão que estava dentro de sua mãe.

     -Quem é a mãe que trouxe o bebê para a gente apresentar esta manhã? –O Pastor perguntou ao terminar a oração.

     Antes mesmo de Joel segurar o braço de Maria ela já sabia que era ela. A mulher caminhou até o Altar de cabeça baixa, não queria olhar para todas aquelas pessoas, ela era tão errada! O lugar dela não era naquela igreja! Não era em nenhuma! Deus não podia aceitar uma mulher como ela.

     Quando Maria subiu ao Altar ela teve que olhar para o Pastor que estava a sua frente, e se surpreendeu ao perceber que ele não a olhava com uma expressão de julgamento ou condenação, ele não se mostrava melhor do que ela nem nada do tipo. O homem sorriu e ela sem perceber sorriu também.

     -Você é o pai da criança? –O Pastor perguntou se dirigindo a Joel.

     -Ah, não, não! –Ele sorriu. –Eu sou apenas o primo dela.

     O pai da criança. Aquelas palavras pareciam até um conto de fadas perto da realidade da mulher.

     -Tudo bem, posso segura-lo? –Ele perguntou estendendo as mãos e Maria colocou o pequeno Rafael nos braços do Pastor. -Nós não batizamos as crianças, afinal elas não tem pecado nenhum. Eles são puros e ainda vão escolher o caminho que irão seguir, mas apresentamos a vida deles a Deus, para que eles no futuro venham escolher o Bom Caminho. –Ele sorriu e se virou para Maria. –Qual o nome dele?

     -Rafael.

     -Estendam as mãos para cá pessoal, vamos abençoar a vida desse pequeno. –Todos estenderam as mãos e fecharam os olhos, e mesmo Maria sem entender nada, sabia o quanto aquilo era importante e fechou os olhos. –Senhor, meu Deus e meu Pai! Eu te apresento a vida do Rafael, é certo que ele nunca vai se lembrar dessa oração, ele ainda é apenas uma criança, mas o Senhor é eterno e se lembrará dessas palavras. Mesmo que ele se afaste do caminho do Senhor, essa oração o fará voltar-se para ti. Abençoe a mãe dele, que ela venha ser uma mulher sábia para o criar. Eu entrego a vida dele nesse Altar, em nome do Senhor Jesus! Amém!

     Sem perceber algumas lágrimas escorriam pelo rosto de Maria, mas ela não se importou.

     O Pastor José sorriu para Rafael, e o bebê abriu os enormes olhos castanhos.

     Uma grande história Deus havia preparado para aquele bebê, desde pequeno ele havia sido separado por Deus, mas muitas coisas ainda iriam acontecer para que os sonhos de Deus se cumprissem na vida de Rafael.

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