Silver Linings Playbook ♣

19

10 de Outubro. 

Essa é como a Dinah se parece na fanfic, apreciem!

Falar, escrever, gritar, envolver, dizer... Tudo isso é dizer o que sente marcar com a mão o que passa na mente, mostrar o que acontece com toda intensidade fincada em si. É mostrar as pessoas, e ao mundo tudo que passa em si. É sentir.

Camila e Lauren poderiam facilmente ser assistidas pelos minutos, pois elas não passavam junto com o tempo, elas mergulharam no olhar uma da outra, não apenas no que o físico oferece, mas com fitadas intercaladas e surpresas, algumas vezes com uma pitada de disfarce da parte de Lauren, já que ela não era acostumada a se encantar tanto por algo. Já Camila, sabia a complexidade de dar forma e detalhar ainda mais os mínimos expostos, era parte da áurea artística que vivia dentro de si.

Por mais que ambas tentassem, era impossível escolher uma das múltiplas palavras para reorganizar ou criar um tópico pra assunto, elas não queria falar nada naquele momento, o silêncio soava tão natural que Camila sentia que Lauren despia seu corpo com a mente, e lia sua mente com os olhos.

— Você consegue entender como somos tão intensas juntas, Camila? — Lauren questionou encarando-a de frente, atenta ao sorriso quase inerte que Camila dera. — Como se eu te conhecesse a tanto tempo que saberia totalmente encontrar caminhos seus, aqueles mais íntimos, assim como você comigo. —  Lauren sentou-se na cadeira esquecida do canto, os olhos nunca abandonando o rosto de Camila. — Eu não sei nem como posso explicar isso tudo que sinto em mim.

— Lauren, e-eu... ninguém nunca me viu tão transparente como você, ninguém nunca soube dos meus medos desse modo, do medo de me perder, da sensação de não pertencer. — Camila murmurou.

— Eu sei Camz, eu sei por que sinto da mesma forma. Sinto isso rasgando meu peito, mas não de uma forma ruim, é como uma abertura necessária para que eu pudesse realmente respirar, realmente me enxergar. — Lauren dizia enquanto assistia Camila morder a ponta do polegar e corar. — Eu não consigo explicar a explosão que sinto quando estou com você, quando penso em você. Eu nem mesmo sei se quero...

— Lauren...

— Eu sei que você não está pronta pra isso, pra mim. Eu sei que é difícil, eu entendo tudo isso, mas eu precisava falar, colocar isso até mesmo sobre mim, assumir e sentir em mim mesma que estou sentindo isso e é uma sensação maravilhosa, Camz.

— Lauren, eu nunca fui livre realmente. E eu não digo isso pelas escolhas e posições que existem, eu digo isso pela minha parte mais interna, por dentro eu sempre me perseguia, era uma dualidade de sensações aplicadas na mesma intensidade no mesmo momento que faziam a minha mente viver numa batalha dilacerante. Ela ainda faz isso. Eu estou presa dentro de mim...

Lauren levantou rapidamente da cadeira, esquecendo-se de todos os móveis ali, toda distância que tivera de Camila esvaiu quando ela sentiu seu corpo tombar no da garota menor.

— Então me deixa entrar... deixe-me cuidar de você, fazer parte de tudo com você, desvendar e viver isso. Defender-te nessa batalha e te fazer parte da minha explosão. 

— Lauren, eu...

— Você me dá cócegas no coração, Camila. — disparou Lauren, já com os olhos próximos aos de Camila. — E eu nem mesmo sei como posso descrever isso. É cientificamente impossível, mas você me faz desacreditar em todos os doze anos que dediquei à medicina. Tudo parece artístico comparado a você. — Camila fechou os olhos, surpreendendo Lauren à garota levantou os braços, esticou os dedos e com o todos eles escorregou o tato sobre o rosto de Lauren. De modo intercalado, ela estudou os lábios - contornando o polegar direito por toda extensão, para logo depois deslizar os indicadores pelo maxilar carinhosamente, arrancando um suspiro profundo da médica. A principal atenção foi dada aos olhos, quando Camila traçou delicadamente cada minúcia, estudando cada particularidade, totalmente afeiçoada. Camila despia Lauren com o toque, e Lauren cada vez mais se sentia esvair.