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Olá, obrigada por cobrarem, eu realmente sou a recordista na não organização de ideias e noção de prazos. Por favor, se encontrarem erros me avisem. 

Essa é como a Ally se parece na fanfic. 

Paz! 

Ninguém pode dizer ao certo como se posicionar diante de situações diversas a não ser que, ela possa realmente ser vivenciada. Ir ao parque, cavalgar, nadar à noite, sentir alguém, poder vê-la. Amar alguém... Todas as sensações e entrando em êxtase ao mesmo tempo como um vasto colorido de coisas, de sentidos e de formas. Da mesma forma se deve conceituar​ o pensar, porque a mente se concentra naquele momento, naquela pessoa, naquele sentir.

A diversidade de emoções vividas por Camila e Lauren completava o sentido uma da outra, enquanto Lauren tentava manter o corpo equilibrado, o ar respirável, o abraço aquecido, as palavras audíveis, Camila tentava posicionar na sua mente o misto de coisas que seu corpo respondia com toda mais detalhada contemplação, tentar configurar a função da mente pra todo o corpo e do corpo pra mente, tarefa árdua vivenciada pelas duas.

Lauren, agora sentada no corredor, amparava o corpo fraco de Camila sobre seu peito. Por alguns instantes ela se permitiu pensar que não estivesse no hospital, que não existiam pessoas, sirenes, barulhos e obrigações. Ela se permitiu enxergar e sentir atentamente Camila presente em todos os seus sentidos. Olhar pra Camila, tocar Camila, ouvir sua respiração, os batimentos do seu coração realçando sobre seu próprio corpo. Camila era um mesclar de intensidade, e Lauren saia da órbita toda vez que permitia seu próprio consciente a detalhar isso.

A chegada de outro paciente trouxe de volta a realidade aos braços de Lauren. Camila estava esgotada, todas as suas forças estavam derramadas ao chão, seu corpo era quase todo sob Lauren. Rapidamente Lauren trouxe seus sentidos de volta ao hospital, e pode escutar de longe, o som áspero da voz do seu pai ganhar uma maior veemência, assim como o grau de um sonido que foi aumentando.

— Dra. Jauregui!

O pulso de Camila descansava sob as pernas de Lauren, dando os indícios necessários para confirmar que ela estava desacordada, talvez devido à fraqueza, mas Lauren não queria ter dúvidas.

— Dra. Jauregui! — Michael encarou os seguranças na porta principal do hospital. — Mexam-se, tirem essa garota daqui, agora!

— Atenção, equipe de enfermagem da Ala central, preparar o centro cirúrgico. — Lauren respirou fundo antes de prosseguir. — Há um paciente com urgência para procedimento de craniectomia*, é possível que o proveniente tenha se rompido, então deixem a ala de emergência livre de quaisquer obstáculos para a equipe. Preciso de um clinico na preparação do laudo central e os indícios do resultado da endoscopia de emergência.

*Craniectomia corresponde ao procedimento neurocirúrgico de remoção de parte da calota craniana devido a situações que aumentem a pressão dentro do crânio.

Michael encarou a filha, que agora se levantava com cuidado, sendo auxiliada por um dos enfermeiros. Camila ainda desacordada, agora estava completamente deitada no seu colo. Lauren sentiu as pernas bambas por ter que se dividir entre a atenção de Camila, a emergência do paciente e ainda pensar em Noah, que havia saído do seu circulo de visão. Olhou o crachá no jaleco azul do enfermeiro, antes de gentilmente direcionar sua atenção pra ele.

— Claus, preciso que encaminhe a Camila pra um dos quartos, reserve-os e assegure-se de acompanhar todos os sinais vitais, intervalos, níveis de oxigenação, repouso, resistência, pressão arterial e cardíaca. É possível que ela esteja fraca, então eu preciso que você fique por perto, tudo bem?

Silver Linings Playbook ♣Onde histórias criam vida. Descubra agora