Aviso: Biblioteca Pública de Nova Iorque na imagem.
Pensamentos, sonhos e pesadelos são comuns quando querem relatar sobre o inconsciente de cada pessoa. Para alguns, pesadelos são uma espécie de treino para situações de perigo, para outros, são memórias e momentos que nosso cérebro cria. Alguns, apostam que ele tem ligação com o estado físico e mental, outros, apenas acreditam na fiel vantagem se serem mensagens divinas com propósitos maiores.
-
— Você gostaria de ligar para seus pais? – Clara perguntou sentando-se ao lado do pequeno.
Noah pensou em chamar sua mãe. Ele conseguiu decorar o número da sua casa e da tia Dinah. Sempre fora responsável e ciente de alguns detalhes. Sabia que precisava estar atento e garantir proteção à sua casa ou estar pronto para qualquer ordem de sua mãe.
Após um longo tempo estudando aquele garoto, Clara pensou que ele poderia ter se perdido dos pais ou de algum responsável. Ela não pode deixar de observar como o garoto parecia consciente com as coisas e cuidadoso. Ele leu metade da pilha separada por Clara, parou algumas vezes apenas para beber água no corredor, limpava-se e voltava para sua diversão. Ao finalizar completamente alguns dos gibis da caixa, o pequeno guardou tudo cuidadosamente, fechando a grande caixa e deixando-a sobre a mesa.
Noah não falou muito com Clara, ele manteve um olhar baixo e silenciosamente, pediu apenas pra usar o telefone amarelo que estava sobre o balcão.
— Claro querido. – disse Clara guiando o pequeno até a entrada. Noah precisou levantar os pés para encarar atentamente os botões do aparelho fixo. Ele tirou o telefone do gancho e colocou sobre o balcão amadeirado. Enfiou as mãos no bolso esquerdo e tirou um cartão branco com letras desenhadas em cinza, cuidadosamente observando os números abaixo do nome, Noah estreitou os olhos e apoiou o mesmo sobre o aparelho afim de enxergá-los e digitá-los corretamente. Após o segundo toque, finalmente a linha ganhou voz:
— Ei...– A voz do outro lado da linha respondeu descontraída com um volume considerável de música soando ao fundo.
— Lauren?!
— Sim. Quem é?– A mulher respondeu, porém dessa vez apenas sua voz era perceptível, sem música.
— É o Noah. – ele tentou falar algo a mais, mas não pensou em nada. Clara arqueou a sobrancelha direita com a familiaridade do nome, mas manteve-se em silêncio.
— Ei Batboy! – ela respondeu com uma expressão animada, — Opa, vamos preservar sua identidade secreta. Podemos estar sendo espionados. – ela sussurrou a última parte arrancando um sorriso tímido de Noah. — Alguma super missão secreta?
— Sim. Eu não posso sair daqui sem um repons-resposn-responsável. – concluiu com dificuldade o garoto.
Após explicar exatamente onde estava, Noah voltou para sua posição inicial, sentando-se numa das cadeiras que estavam na parte frontal da biblioteca. Clara aproveitou-se da distração do garoto para pensar sobre a coincidência do nome tão familiar ao qual garoto falava, retirou seu avental e arrumou os papéis para o fechamento da biblioteca.
Após o que pareceu alguns minutos, o Jipe de Lauren foi estacionado do outro lado da rua. Ela abriu a porta e caminhou com a bolsa preta ajustada sobre o ombro. Dentro do carro estava cuidadosamente posto o jaleco do hospital, mesmo que só entraria no plantão tarde da noite, naquele dia ela foi chamada antes para um caso especial. Atravessou a rua e percebeu uma das portas já fechadas, Lauren caminhou pela lateral onde havia uma entrada já conhecida por ela, encontrando o garoto sentado com a mochila sobre os pés, passou o olho pelas vestes reconhecendo o boné sobre as mãos, um moletom cinza no corpo e os dedos entrelaçados.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Silver Linings Playbook ♣
FanfictionLauren é uma mulher que aprende sobre sentir e amar ao encontrar um doce menino, Noah, que precisou crescer cedo e que mesmo transbordando bondade, não recebe atenção da sua mãe. As coisas se tornam proporcionalmente intensas quando a vida de Laure...