Oi, bem de antemão vou me desculpar pela demora, acho que isso já virou uma praxe de alguma maneira. Eu adoro escrever e isso vem funcionando como uma espécie de terapia para mim nesse momento, tratar de temas cuidadosos como esse para mim é essencial, mesmo que desse modo, como uma estória. Porém todo e qualquer acesso à informação é importante e bastante válido! Se informem, busquem seus direitos, sobretudo nós mulheres, sobretudo nós que estamos em minoria. Vejo vocês no fim do capítulo, desfrutem de tudo!
A mente de alguém que sofre algum abuso é machucada, ela busca se redimir de qualquer coisa, ela busca uma referência, ela procura um motivo, ela machuca a si mesmo, ela perdoa e condena ao mesmo tempo em que retrata, ela ampara e dá colo, ela expulsa e aponta, criminaliza. Muitas vezes o inferno é mascarado pelo silêncio, a percepção humana que vem aflorando desde a evolução nos permite ter nossa própria opinião, nossa perspectiva e nosso veredito, o que muitas vezes nos impede de ter empatia, o que muitas vezes não impede de sermos verdadeiramente humanos.Todo mundo nasce carregado de esperança! Nosso corpo está repleto de condições químicas que representam bem como sentimentos estão vivos e tem função em nossa vida. Endorfina, dopamina, serotonina e ocitocina correm solto por nosso organismo, nosso cérebro trabalha incansavelmente, nosso coração bate perfeitamente e distribuí vida ao nosso corpo, tudo perfeitamente equilibrado. Mas de onde vem o amor? De onde vem a fé?
Lauren descansava as mãos sobre o rosto após mais um dia de expediente no trabalho, a diferença entre ter horários certos para início e fim era esse, Lauren já passara de vinte e quatro horas de plantão e ainda se mantinha ali, precisava reavaliar alguns pacientes até o fim da noite. Seu corpo já gritava por sono, ou por qualquer pequena coisa que a mantivesse desperta, mas a sua mente parecia ser a vilã, não a deixando esquecer de cada detalhe que pairava seu cotidiano. "Camila, Noah, Clara, Camila, dar comida ao peixe, Camila, Hospital, Noah, Dinah, Camila, ética médica, Rachel, Camila, se alimentar", lá, no último caractere da vida de Lauren estava seu nome com uma lembrança vaga de se alimentar e dormir. Lauren balançou levemente o rosto tentando se livrar de todo cansaço que parecia se espalhar pelo seu corpo inteiro, mesmo que estivesse acostumada a isso, parecia um pouco surreal pra ela entender que seu corpo precisava se recuperar e ela não era uma super heroína, pelo menos não ainda.
Ouviu batidas leves na porta e murmurou para si enquanto se arrastava até a porta para receber a não tão desejada visita, não que fosse comum esse mal humor, mas o cansaço transforma circunstanciadamente o estado espiritual de alguém.
A figura de uma Allyson igualmente cansada, mas um tanto quanto esperançosa surgiu, Lauren se permitiu estudar a amiga de trabalho por alguns segundos até ser educadamente convidada a se afastar por outro corpo familiar, Normani, com máscaras e um suporte para soro sendo arrastado sem nenhum amor pra dentro da sala da médica.
- Oi Laur, eu vim te visitar! A Normani quis te ver também. - Ally disse amigavelmente ainda na porta da sala.
Lauren sacudiu os cabelos loiros da médica mais baixa enquanto acompanhava Normani invadir sua sala e se sentar na sua cadeira já cruzando as pernas.
- Normani, você percebe que está com roupas hospitalares, certo? Roupas essas que, não te apertam, não te deixam com calor, eu quero dizer, você está literalmente nua aí.
- Eu sei, essa é a parte maravilhosa de estar aqui, você entende o que eu quero dizer? Sem calor, sem problemas, sem aperto, sem estresse. - Disse Normani enquanto abanava carinhosamente a área de virilha. - Então Lo, aonde está seu pai com todas as atitudes de perfeição dignos de um Jauregui?
- Mani! - Ally alertou gentilmente.
- Não Ally, tudo bem! - Lauren comentou ainda encostada na porta da sala encarando a amiga. - Sabe Mani, primeiro, eu concordo com você sobre não usar calcinhas, inclusive, eu acho que nem sutiã deveríamos usar, me incomoda, me aperta. - Lauren comentou retirando o jaleco e colocando os óculos de grau sobre o cabelo. - Ponto dois, sobre o Michael, é realmente tão bom quando pessoas tóxicas param de falar com você. É como se o lixo fosse jogado fora e você tivesse um ambiente respirável novamente.
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Silver Linings Playbook ♣
FanfictionLauren é uma mulher que aprende sobre sentir e amar ao encontrar um doce menino, Noah, que precisou crescer cedo e que mesmo transbordando bondade, não recebe atenção da sua mãe. As coisas se tornam proporcionalmente intensas quando a vida de Laure...