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Noah Cabello na mídia.

Lauren caminhava de volta pra casa. Sua rotina estava totalmente cheia, ela se desdobrava entre tomar conta do hospital, de casa, da sua própria rotina e dividir o pouco do tempo restante para Noah, Camila, Ally e justificativas direcionadas a sua mãe. Nada poderia ser totalmente culpa dela, mas o tempo mal distribuído sempre era a desculpa que ela encontrava para todos que buscavam qualquer tipo de contato com ela com as mesmas perguntas de sempre. Já estava no automático pra Lauren responder sempre a mesma coisa. "Olá! Desculpe! Eu estou bem, é o tempo! Falamos-nos mais tarde.".

Quando Lauren finalmente conseguiu terminar o longo plantão, tendo gerido todas as lacunas no setor administrativo e agendado uma reunião com o departamento geral, ela foi elegantemente convidada a sair do hospital, para segundo Ally, "ter um descanso normal como um ser humano normal.". A preocupação da loira era tamanha, que retirou o ramal da sala de Lauren da linha, e trancou a porta, deixando uma Lauren desconexa do lado de fora.

— Você está me expulsando de minha própria sala? — Lauren contrapôs confusa. — O quão isso é errado, Ally?

— Considerando que você não dorme realmente há quase dois dias, isso é um bem para você.

Lembrando-se das palavras concretas de Alysson em sua mente, Lauren fechou a porta atrás de si, certificando-se de que teria realmente que descansar. O sofá carregava mais roupas que seu próprio armário, a televisão havia virado um depósito de copos e talheres que – devido à pressa – tinham ganhado um novo lar. De soslaio, Lauren encarou o aquário, que ainda tinha água limpa, mas a comida dos peixes estava ali, esquecida ao lado, sem nenhum sinal de que moravam pessoas por ali.

— Ótimo, minha casa parece um lar abandonado. Que bela espécie de dona de casa eu sou. — Lauren andou rapidamente pelo cômodo, desfazendo-se dos sapatos e da blusa, nada explicava a sensação de retirar a blusa por completo do corpo. Antes que pudesse ao menos pensar em deitar no sofá mesmo, Lauren ouviu a porta bater, ela considerou estar louca por segundos, mas ouviu novamente e resmungou caminhando até a mesma. Mal tinha aberto totalmente a porta, e Lauren se surpreendeu colocando o rosto totalmente pra fora preparada para uma de suas frases ensaiadas sobre não ter tempo, ou não querer colocar o papo em dia com alguns dos vizinhos, mas a surpresa foi ainda maior quando os olhos firmes e castanhos de Clara espantaram a médica que murmurou um palavrão silenciosamente.

— M-mãe! — Lauren coçou a cabeça claramente confusa. Olhou rapidamente para o apartamento sabendo o sermão que ia receber, mas logo abriu totalmente a porta. — Entra.

Clara estava com o sermão estabelecido e pronto para Lauren, sua expressão séria e calculista morreu totalmente quando finalmente encontrou o rosto de Lauren: exausto, consumido, fatigado e abatido. A médica percebeu que estava apenas de top, mas não foi um problema pra sua mãe, já que sua atenção estava voltada propriamente para seu rosto. Temendo qualquer pergunta quase ensaiada, Lauren se apressou em dizer: — Eu estou bem, mãe.

— Até quando Lauren? Até quando seu corpo vai aguentar essa rotina?

— Na verdade. — Lauren começou seu discurso médico. — Cientificamente eu estou bem. O meu sistema mesolímbico está sendo estimulado e a dopamina sob meu corpo, sendo liberada, talvez isso explique o bocado de energia que tenho, mesmo que isso se esgote em pouco tempo, muito provavelmente.

— Sem termos médicos, Lauren. Isso não vai funcionar comigo.  — Clara decretou, cruzando os braços sobre o peito.

— Infelizmente. — murmurou Lauren.

— Você percebe que passou a dirigir seus diálogos de conversa e aproximação, até de contato social apenas a meros termos científicos e médicos? É um modo de espantar as pessoas ao seu redor?— Perguntou Clara enquanto assistia Lauren colocar comida para os peixes, descontraída.

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