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Tenha uma boa leitura! 💙
— Léo?! — Chamo por de trás de sua porta. — Léo!! — Sussuro com mais força.
A melhor opção seria gritar, mas isso pode despertar o Collin e eu sinceramente não estou afim.
Ouço o barulho de algo caindo lá dentro, o som da maçaneta me desperta e eu espero atenta. Léo abre a porta por fim, vejo seus cabelos bagunçados e percebo sua cara de espanto misturada com uma feição de zumbi.
— O que foi? — Pergunta com sua voz rouca.
Seguro o riso.
— Léo, eu não consigo dormir. — Faço bico. — Será que...
Ele suspira e pega em minha mão me puxando para dentro do quarto.
— Obrigada!! — Corro até sua grande cama. — Agora sim! — Afundo meu rosto em seu travesseiro.
Ouço o riso de Léo. — Acho que você precisa de uma chave reserva. — Se deita ao meu lado. — Essa coisa de me fazer levantar para abrir a porta é crueldade.
— Léo, desculpa por isso, é que...
— Não se desculpe, eu gosto de dormir com você , e com o meu bebê. — Sinto sua mão acariciar minha barriga.
— E nós gostamos mais ainda. — Coloco minha mão por cima da sua.
Passado alguns minutos assim , com as mãos sobre o nosso bebê, meu olhos começaram a pesar, Léo estava tão calado que não me restava dúvidas de que ele estava dormindo.
Esses últimos dias foram bem cansativos para ele, Léo sai cedo e só volta de noite, e mesmo quando está em casa tem trabalho a fazer, e eu me sinto um pouco culpada por isso, ele passou alguns dias comigo quando eu não estava bem, e isso fez com que muito trabalho se acumulasse.
Faz dias que não conversamos , trocamos algumas palavras as vezes, mas não podem ser consideradas uma conversa de verdade.
O sono se intensifica e acabo adormecendo de vez.
[...]
Hoje é sábado, um dia maravilhoso para aproveitar com o melhor amigo, mas isso só é possível se seu melhor amigo estiver em casa e não trabalhando.
Eu entendo que essa é a sua profissão, mas poxa , eu sinto tanta falta dele.
— Ihh, vai chorar?
Collin provoca e me tira dos meus pensamentos. Estou sentada na bancada com a mão apoiando o queixo, e Collin está sentado de frente para mim, mas eu até havia me esquecido dele.
— Não vou chorar, eu não choro , sou uma mulher forte. — Ergo os ombros.
Ele gargalha alto, e eu o olho com a testa franzida.
— Vanessa, você acha que me engana?
Levanto as sobrancelhas. — Eu? Enganando? — Solto um riso forçado.
— É! — Responde sério. — Eu te conheço há pouco tempo, mas aprendi a te entender, você se entristece com as minimas coisas, mas finge não se importar para ninguém sentir pena. Você disfarça com ironias e retruca com provocações, mas você é uma simples mulher sensível como as outras. — Completa.
— Uau!! - Faço cara de espanto. — Freud, é você?
Ele ri. — É exatamente disso que eu estou falando. — Pisca.
Reviro os olhos e cruzo os braços.
— Mas me conta, como foi na casa do pai da sua amiguinha? — Pergunta com um sorriso malicioso.
— Foi estranho. — Faço uma careta ao me lembrar. — O pai dela é um arraso, mas ficou me olhando a noite toda, ele deve ser aqueles riquinhos metido a besta que não está acostumado com mulheres como eu! — Dou de ombros.
— Mulheres como você ? Quer dizer... Malucas?!
— É Collin!! — Admito sem vontade. — Sou maluca mesmo!
— E bem lenta também.— Murmura.
— O que ? Lenta por quê ? — O olho com a testa franzida.
— Vanessa! Vanessa!! — Exclama rindo. — Tão doidinha e tão inocente.
Bufo e faço menção de levantar, mas ele pega em minha mão e me faz recuar.
— Então fala, por que eu sou lenta?
— Vanessa, o homem estava te paquerando! — Diz como se fosse óbvio.
Dou risada e olho como se ele fosse um maluco.
— Collin, você acha mesmo que um cara daquele estaria me paquerando? — Balanço a cabeça. — Ele deixou bem claro o quanto me acha irresponsável por ter engravidado tão jovem e solteira. E eu não faço o tipo dele.
— Por que não? — Pergunta. — Você é uma mulher linda e chama a atenção, qualquer homem com noção e um par de olhos se sentiria atraído.
Collin nem se tocou do que acaba de me dizer, eu continuei o olhando pensativa, ele pareceu dizer algo tão óbvio. Será que ele já se sentiu atraido por mim ?
Repreendo meus pensamentos, e decido dizer algo.
— Bom, eu não acho!! — Me levanto.
Ouço sua risada e me viro para ele. — O que foi ? Você insiste em me achar uma palhaça né?! — Crispo os olhos.
— Não te acho palhaça. —Dá de ombros. — Eu te acho legal até.
Me espanto com sua sinceridade.
— Obrigada, eu acho! Você também é legal. — Admito aproveitando o momento.
Ele sorri e acena com a cabeça. — E o nome do garoto ? Você está demorando muito para escolher.
Hoje acordei decidida a escolher o nome do pequeno, mas o Léo não está aqui, queria muito fazer isso com ele ao meu lado.
— Eu estou pensando ainda. Na verdade eu queria mesmo é comprar as coisas dele, isso sim está me matando de ansiedade.
— Hoje é um bom dia para isso.
Léo não gosta que eu saia sozinha, se não, já estaria entrando nas lojas agora mesmo.
— Concordo que hoje é um bom dia pra isso, mas o Léo disse que não é bom eu sair sozinha.
Me sento no sofá mas continuo olhando para ele, seu rosto muda para uma feição pensativa.
— Eu posso ir com você, te levo nas lojas, te ajudo e depois a gente pode almoçar em algum lugar, que tal? — Sugere com um olhar confiante.
— Você faria isso, Collin? — Me alegro com sua proposta.
— Eu faria, ainda mais com você fazendo essa carinha de criança que acaba de ganhar doces. O Léo sempre me diz que é impossível te dizer não, acho que agora entendo o porquê. — Ele ri.
Sorrio para ele. — Vou me arrumar então. — Me levanto contente.
Ele assente e se levanta também, me aproximo e em um movimento rápido, fico na ponta dos pés e beijo sua bochecha. Ele me olha espantado mas logo depois sorri envergonhado.
Meu jeito sempre foi assim, eu surpreendo as pessoas na maior parte do tempo, eu nem sempre faço as melhores escolhas, mas não importa, isso serve pra me fazer rir depois.
— Vai ser uma tarde e tanto. — Collin murmura.
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Cabem mais dois ? [SEM REVISÃO]
RomanceVanessa é uma professora de dança cercada por seus amigos que são as únicas companhias de sua vida, aos seus vinte e quatro anos ela se vê perdida quando descobre estar grávida de um cara pelo qual jamais escolheria como um pai para seu filho. Ela s...