CAPÍTULO 62

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— Lucca, por que chora tanto ? A mamãe está aqui. — O balanço em meus braços. — Sou uma péssima mãe.

O choro cessa e ele fecha os olhinhos, respiro aliviada e me sento com cautela. Assim que me encosto e fecho meus olhos, Lucca se agita e chora novamente.

O dia tem sido complicado, ele dormiu pouco e tem chorado muito, não sei se é dor ou apenas desconforto, pensei em ir ao hospital, mas achei melhor esperar um pouco e ter certeza de que será necessário. Acontece que já faz quatro horas que estamos nessa, e nada muda.

Pego meu celular e ligo para a pessoa mais experiente que conheço.

— Oi Dona Lia, como vai ?!

Olá minha querida, estou ótima e surpresa por sua ligação. — Diz em seu tom suave de sempre.

— Na verdade eu liguei porque preciso da sua ajuda, o Lucca está chorando tanto e eu estou preocupada.

Oh querida, pode ser cólica, mas posso ir até ai te ajudar se quiser

— Ficarei muito grata, não sei mesmo o que fazer. — Me desespero.

Dona Lia tentou me acalmar pelo telefone, mas mesmo com seu jeito delicado, isso não me ajudou em nada
Ouço o barulho da campainha e corro até a porta, ela me sorri e beija meu rosto, logo depois beija Lucca e o pega nos braços.

Com todo a sua habilidade, ela embala meu pequeno o fazendo se acalmar, meus olhos já estão lacrimejando por minha tristeza ao ouvi-lo se tranquilizar em outro colo.

— Acho que ele dormiu, querida!!

Me surpreendo com a rapidez e vou conferir, Lucca está dormindo serenamente e suas bochechas ainda estão avermelhadas por seu choro incansável da tarde.

— Mas como...? Eu sou péssima nisso. — Tapo  meu rosto com as mãos e me envergonho por não ter conseguido acalmar meu próprio filho.

— Afaste esses pensamentos meu bem, não diga isso, você apenas não tem experiência ainda, com o tempo você vai se acostumando. — Assinto e sorrio com sua calma.

— Obrigada, Dona Lia, não sei o que seria de mim sem a senhora. — Beijo sua bochecha e a surpreendo.

— Não me agradeça, fico feliz em poder ajudar esse bebê lindo. — Ela diz sorrindo enquanto admira meu bebê. — Agora acho melhor colocá-lo no berço. — Ela me entrega Lucca com cuidado.

Ela se mexe devagar e solta um pequeno suspiro, temo em acordá-lo novamente e o fazer chorar, então caminho devagar até o quarto.

As luzes estão apagadas , mas a luz da tarde ilumina o ambiente mesmo através das cortinas, coloco Lucca no berço e o cubro com seu cobertor azul claro que escolhi junto do Collin. Contínuo o olhando por um tempo e imaginando o que se passa em sua mente, ou se ao menos pensa em algo, começo a rir baixinho com meus pensamentos desnecessários.

Eu talvez seja nova demais ou imatura demais para conseguir oferecer segurança para um outro ser, Lucca talvez não confie em mim o bastante para se sentir seguro, esses pensamentos me magoam, mas não posso desistir de tentar, quero continuar me esforçando, ele é meu filho, e se eu não fizer tudo o que for necessário por ele, ninguém mais fará.

Volto para a sala e encontro Dona Lia observando um pequeno porta retrato onde estou abraçando o Léo com o Lucca no colo.

— Faz duas semanas. — A interrompo, ela se assusta um pouco.

— É uma linda família. — Comenta.

—Obrigada!! Como está Meg e seu filho ?

— Estão bem, Meg anda muito atarefada com as diversas atividades que seu pai impôs, frequenta a escola de manhã , depois vai para a natação e sua aula de piano.

Cabem mais dois ? [SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora