CAPÍTULO 9

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Espero que tenham uma boa leitura.

(PS: Não esqueçam os votinhos)

— Por que demorou tanto? — Empurro a hiena que está em cima de mim.

Ele cai sobre o sofá e começa a gargalhar. O olho de lado e faço uma careta para o Léo.

— Eu tive muito o que fazer hoje — Ele joga a chave em cima da mesa e vem até mim — Como foi o seu dia ? — Perguntou ao beijar minha testa.

— Foi um tédio só. Mas, e o seu ?

— Não foi dos melhores — Ele levanta os ombros — Quanto tempo faz que o Collin chegou ?

Nossos olhares vão de encontro ao bêbado jogado no sofá. Parece que ele dormiu. Seu corpo está completamente desajeitado e sua respiração pesada pode ser ouvida de longe.

— O suficiente para me fazer sentir pena. — Solto um riso ao lembrar de seus desabafos.

— Deixa eu adivinhar... A história do pedido de casamento?! — Deduz.

— Bingoo!!

Ele ri. — E o bebê, como está ?

— Bem. Um anjinho feito a mãe — Sorrio

— Feito a mãe ?. — Arqueia uma de suas sobrancelhas — Isso me preocupa!

— Eiii — Murmuro o empurrando.

— Desculpe! — Ele me puxa para um abraço.

Eu passo o dia todo a espera do Leonardo, é como se fosse uma criança esperando os país chegaram do trabalho. Eu pensei que seria ótimo passarmos um tempo juntos, eu tinha razão, mas o problema é que nos falta esse "tempo".

— E as suas férias ? — Pergunto após morder minha maçã. — Você disse que teria férias.

— Semana que vêm! — Responde com empolgação — Tenho alguns planos para nós.

Não consigo controlar o sorriso em meus lábios.

— Estou animada!! Eu posso saber que planos são esses ? — Crispo os olhos.

— Hum... Não. É surpresa, espero que goste.

— Envolve comida ?

— É... Não pretendo te trancafiar sem água e alimento. Então envolve comida também — Brinca

Ufaa! — Resmungo com as mãos no peito

Conversamos um pouco sobre o dia dele, e algumas vezes fomos interrompidos pelos roncos semelhantes aos de porcos vindo do sofá.

Eu sempre gostei de falar, sempre fui boa nisso, minha mãe vivia me mandando calar a boca, era de um jeito mais fofo, não tão rude quanto parece, por isso eu não ligava. Meus amigos sempre tiveram paciência comigo nessa parte, isso é bom porque se não, estaria sozinha agora. Leonardo sempre foi do tipo mais fechado e calado, mas quando estamos juntos ele esquece de tudo isso, e eu passo a ser a ouvinte, mas não reclamo , eu sempre gosto de ouvi-lo falar.

— Você deve estar com fome não é ?

Assinto freneticamente, e ele sorri.

— Não sei porque insisto em perguntar — Concordo com ele — Você confia nos meus dotes culinários?

Me espanto ao ouvir sua fala. — Confio!! O que vai preparar pra gente ?

— Macarrão instantâneo. — Responde com seriedade.

Começo a gargalhar e ele me acompanha também.

— Estou brincando, mas eu sei fazer uma macarronada ótima, você aceita ?

Eu comeria até pedra se ele oferecesse. Sempre fui de comer bastante , mas agora parece que meu estômago se dilatou, é quase impossível sacia-lo.

— Aceito — Molho os lábios ao imaginar.

Qualquer um que convive comigo, sabe que as vezes pareço uma criança, é o meu jeito, eu sempre fui assim, acho que meu cérebro não evoluiu muito dos meus dez anos em diante. Gosto de fazer as pessoas sorrirem porque isso me faz bem, especialmente se essas pessoas forem importantes para mim. Eu sempre tive problemas no meio da família, eu nunca tive uma felicidade por completo, eu precisava de carinho e nunca tive, por isso precisava procurar em outras pessoas o que me faltava em casa, todos do colégio me tratavam bem, e lá eu era o centro das atenções, isso me fez sentir importante de algum modo.

Após comermos sua deliciosa macarronada, resolvemos ir nos deitar, meu quarto fica ao lado do dele e de frente para o do Collin , falando nisso ele está jogado no sofá até agora, o Léo me disse que não iria tirá-lo e eu nem me atrevo.

Confesso que fiquei pensando sobre o quase beijo, não que eu tenha sentido algum tipo de vontade. Mas será que ele realmente me beijaria? Na verdade acho que não preciso ficar pensando nisso, afinal, o cara estava totalmente bêbado, ele beijaria até o Léo se tivesse oportunidade.

Coloco meu pijama azul , é um conjunto de calça e blusa, me sinto bem com ele. Pego minha pantufa de joaninha e vou de encontro ao banheiro que fica no fim do corredor.

— Pensei que já estava dormindo — Léo aparece na porta com sua calça moletom preta e sua camiseta branca.

— Vim escovar os dentes. — Balanço a escova — Deve ter macarrão por todos os lados.

Ele ri. — Acha que o bebê gostou da minha comida tanto quanto você ?

— Eu acho que sim — Pego o creme dental e espremo sobre a escova. — Ele não tem reclamado até agora — Levanto os ombros.

— Que bom, ele tem bom gosto, minha comida é ótima ele deve se sentir lisonjeado — Se exauta com um sorriso largo nos lábios.

Balanço a cabeça em negativo e começo a escovar os dentes.

Ele começa a me olhar , mas fica calado, seus olhos param sobre a minha barriga.

Eu gosto do jeito que ele a observa, eu posso notar o carinho que ele sente por essa gravidez, eu não sei porque achei que ele me odiaria por ter cometido esse "erro" , o Léo sempre foi carinhoso, e com o bebê não será diferente.

— Você acha que é uma menina ? — Ele quebra o silêncio

— Eu gostaria que fosse. Mas, qualquer um dos dois está bom — Apago a luz do banheiro e me aproximo mais dele. — E você ?

Ele acaricia minha barriga. — Acho que gostaria dos dois, se for menina, eu irei comprar aquelas roupinhas de fada, e se for menino com toda a certeza seria uma camisa dos Lakers. — Solto um riso . — É sério!

Meus olhos se enchem de lágrimas, eu me sinto feliz só de imaginar que vou poder dar carinho e amor à alguém que irá depender de mim, eu darei ao meu filho ou filha, toda a atenção que precisar.

— O que foi ? — Ele franze a testa e coloca as mãos em meu rosto.

— Nada! — Uma lágrima cai e um sorriso nasce em meus lábios. — Eu só... Me sinto feliz , acho que agora estou aceitando isso de verdade.

— Eu sei que se sente — Ele sorri. — Eu me sinto da mesma forma — Beija minha testa.

Ouço alguém resmungar próximo à nós. O Collin se encontra com a cara toda amassada e os cabelos bagunçados , ele está pior do que antes.

— Eu não estou feliz — Resmunga esfregando as mãos no rosto.

— E quem se importa ? — Retruco com os braços cruzados.

— O Léo se importa — Rebate olhando para o amigo. — Não é Léo?

Alguns risos saem dos lábios de Leonardo.

— Eu vou devolver essa ladra de amigos pelo correio, amanhã — Ele passa ao meu lado esbarrando de propósito chocando seu ombro no meu.

Ele se incomoda comigo, imagina só quando o Léo depositar toda a sua atenção no bebê?

Acho que o Collin vai surtar!!

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Obrigada por ler❤

Cabem mais dois ? [SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora