CAPÍTULO 35

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Azeitona, eu quero azeitona, preciso de azeitona, vou morrer se não comer azeitona.

Sento na cama e coço meus olhos, suspiro cansada e observo o escuro do meu quarto. Sinto o gosto de azeitona em minha boca,  - É uma pena descobrir que é só o gosto mesmo.

Azeitona ? Sério ? — Murmuro olhando minha barriga.

Me jogo para trás e me deito novamente, acendo a luz do abajur e olho o pequeno relógio ao lado.

— Três da manha? — Esfrego as mãos em meu rosto.

Durante esses dias eu venho perdendo o sono, mas eu me senti tão cansada durante a tarde, que acabei me convencendo de que dormiria a noite toda mesmo que um meteoro caisse dentro do meu quarto.

Mas fui acordada por muito menos que isso. Uma simples azeitona.

Me levanto totalmente desapontada por perder meu sagrado momento na cama. Acendo as luzes de cada cômodo que passo, e deixo acesa, se os garotos acordarem pelo menos eu terei companhia.Vou até a geladeira e a abro com esperança, corro meus olhares por cada canto dela, vejo maionese , batata, suco, sardinha, verduras. — ECA!!.

— Nada de azeitona!! — Resmungo desapontada.

Fecho a porta da ilusão e debruço sobre a bancada. Olho diretamente para o corredor e resolvo tentar dormir novamente.

Apago a luz da cozinha e ando pelo pequeno corredor , paro na frente da porta do Léo e suspiro. Penso em bater, mas antes decido conferir se está aberta, quem sabe dessa vez ele tenha lembrado. Giro a maçaneta e a porta se abre, sorrio contente e entro.

Meu sorriso se desmancha assim que vejo o que menos esperava.

A monstruosa deitada ao lado dele.

Sinto meu corpo se esquentar, e a raiva me toma, dou alguns passos a fim de me aproximar, seguro minha imensa vontade de gritar , e respiro fundo. Volto para o corredor e fecho a porta com força.

Corro até meu quarto e tranco a porta, sentada na cama sinto meus olhos arderem, uma vontade tremenda de chorar me toma, não entendo por que sinto isso, eu sempre tive um pouco de ciumes do Léo, mas agora com essa mulher eu sinto um ódio tremendo e tenho vontade de pular em cima dela, isso não pode ser normal , deve ser coisa da gravidez.

Algumas lágrimas de nervoso caem dos meus olhos, de repente tudo fica mais intenso, minha raiva , a vontade de chorar, os soluços... Me deito e cubro meu corpo, fecho os olhos e contínuo chorando, mas em um determinado momento o sono vem e acabo me rendendo a ele.

[...]

Abro os olhos e sinto um peso sobre eles, o sol já pode ser visto pelo pequeno vão da janela, fico sentada na cama por um tempo , olho no relógio e percebo que já são dez horas.

Megan...

Levanto com rapidez e me apresso a escolher uma roupa para buscá-la. Prometi que pegaria ela na saída e ainda nem me arrumei.

Tomo um banho rápido, coloco meu vestido azul claro, ele cobre metade das minhas coxas e fica larguinho em meu corpo, o que o torna muito confortável. Deixo meu cabelo solto e calço uma sapatilha preta bem simples.

— Aonde você vai? — Collin pergunta enquanto mastiga o cereal.

Observo seu rosto cansado e sua boca cheia de comida enquanto  chamo um táxi pelo celular. Solto um riso debochado ao ver sua situação precária.

— Vou buscar a Meg na escola. — Explico. — Você não vai trabalhar?!

Ele faz uma careta enquanto assente.

Cabem mais dois ? [SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora