Blow your mind

13.1K 778 506
                                    

Eu tentei enrolar meu pai o máximo que pude. Passei a semana inteira resolvendo a documentação da universidade para confirmar minha matrícula, aproveitei para solucionar o problema da minha carta de habilitação italiana, e claro, explorei mais alguns lugares legais na cidade.

Contudo, minha suposta enrolação não durou muito tempo. No sábado Massimiliano chegou em casa bastante animado, depois de mais um treino da Juventus, trazendo consigo uma sacolinha com as cores e o nome do time impresso na frente.

A animação dele acabou me motivando a abrir o pacote com certa expectativa também, me deparando com uma camisa da Juventus. Eu estava prestes a agradecer, mas acabei recebendo um balde de água fria quando virei as costas do uniforme, dando de cara com o nome DYBALA estampado acima do número 10.

Depois disso eu passei quase 20 minutos reclamando sobre os técnicos dos times não terem o direito de ter um número e uma camisa com seus nomes estampados. Mas segundo meu pai, ninguém compraria uma camisa do seu amado time com o nome do técnico, já que todos os torcedores querem apenas as camisas com o nome e número do seu craque. Ele ainda disse que essa era uma provisória, já que ele mandaria fazer uma com meu nome nas costas.

Mas porra Max, precisava ser justo a camisa dele? Claro que eu não perguntei e nem deixei transparecer algum tipo de sentimento negativo, porém minha animação de usar essa camisa desapareceu, principalmente quando meu pai soltou um ''amanhã é dia de jogo e eu quero você lá''.

Desde o dia que meu pai comentou que gostaria da minha presença nos jogos, eu tentei de alguma forma mentalizar que tudo acabaria bem e que não teria problema nenhum em passar 90 minutos olhando o tal Paulo Dybala jogando, mas minha mente traiçoeira sempre me levava de volta a boate.

Eu ainda lembrava de cada detalhe dele e pensar em vê-lo de novo me provocava certo arrepio, o que me deixava ainda mais raivosa. Por que diabos eu ainda pensava nesse cara? Sempre fui do tipo de me divertir nas noites, mas nunca passava disso, no outro dia eu nem me lembrava dos caras e pronto. Lances casuais. Mas ele ainda pairava sobre mim e eu precisava esquecer isso.

Pensei em dizer que eu estava com uma crise de cólicas, que eu estava com febre ou até mesmo dizer que a Ágata estava doente, tudo para arrumar uma desculpa pra não ir a esse jogo, porém não consegui. Não queria magoar meu pai apenas por uma malcriação minha.

Por isso aqui estou eu, dirigindo um dos carros de Massimiliano, indo para o grandioso Allianz Stadium assistir a partida entre Juventus e Torino. A cidade toda parecia estar em clima de festa, já que a disputa era entre os dois times de Turim.

Consegui achar uma vaga no estacionamento do estádio, já que o ticket vip que Max me entregou nesta manhã supostamente me dava direito a ter um estacionamento diferente e a não enfrentar as filas enormes que tomavam conta de todo o pavilhão da entrada.

Na estrutura do estádio, haviam grandes feixes de luz preta e branca decorando o ambiente. Os torcedores apareciam de todos os cantos, cada um com suas faixas, camisas e gritos de apoio aos respectivos times.

Fui levada a uma sala ampla que ficava bem no alto do Allianz Stadium, onde os familiares dos jogadores ou pessoas próximas do time tinham o privilégio de ter uma visão total dos gramados. A sala também tinha cadeiras e mesas, tendo também um serviço de buffet à vontade e até mesmo bebidas.

Ok, eu sabia da existência de áreas vips, mas nunca imaginei que seria assim.

A sala não estava tão cheia, tinha apenas algumas pessoas, incluindo crianças que brincavam por todo o lado. Mais a frente, saindo dessa área, tínhamos acesso a arquibancada real, onde eu iria assistir o jogo.

Lights On • Paulo DybalaOnde histórias criam vida. Descubra agora