Ter sua vida privada exposta por todos os lados sempre me pareceu uma ideia ruim. Eu constantemente me perguntava como grandes atrizes, cantores ou pessoas influentes na mídia conseguiam aguentar tanta pressão e holofote por onde quer que andavam.
Para alguns, essa exposição faz parte da vida pública, e vendo pelo lado positivo, é um meio importante de divulgação do seu trabalho, que pode te trazer fama e sucesso. Quantas pessoas não tiveram seu sonho realizado apenas por ter seu vídeo compartilhado pelo mundo todo no YouTube? Quantas pessoas não conseguiram uma ajuda graças ao apoio de diversos estranhos nos comentários de uma simples publicação no Facebook?
É fácil achar grandes exemplos de conquista graças a essa era de rede social, mas assim como o Yin Yang na filosofia chinesa, também é possível ver o outro lado da moeda onde a mídia acaba sendo um dos principais vilões em diversos casos.
Basta apenas um pequeno erro seu para o mundo todo se achar no direito de colocar os dedos apontados pro seu rosto, fazendo julgamentos e preconceitos sobre sua pessoa, mesmo a maioria nunca tendo sequer a chance de conversar com você ou te ver pessoalmente.
Minha aversão a esse mundo de exposição começou quando eu era apenas uma criança e tive que presenciar o inferno que causaram na vida da minha mãe, sendo esse um dos motivos pelo qual dona Glória abandonou a Itália e preferiu recomeçar em um novo lugar, onde conseguiu finalmente seu anonimato de volta, e mais importante, sua paz de espírito.
Agora pensa comigo, se naquela época foi difícil manter um relacionamento com um jogador de futebol, imagina agora que as câmeras dos celulares andam sempre em sua direção, todos esperando apenas o seu primeiro deslize para virar motivo de piada e ódio gratuito.
Depois que a mídia descobriu sobre meu relacionamento com o Paulo, tudo mudou. Foi ilusão minha achar que depois de alguns dias as pessoas iriam perder a curiosidade e tudo iria voltar a ser como era antes.
Não estava sendo fácil lidar com meu nome estampando revistas italianas de fofocas, não estava sendo fácil ver os olhares atravessados e os murmúrios quando eu andava pelos corredores da faculdade e muito menos com as milhares de solicitações nas minhas redes sociais.
Na semana passada, eu e o jogador decidimos sair para assistir um filme e digamos que o passeio acabou sendo muito desgastante pra mim, pois a cada movimento nosso dentro do cinema, vários cliques nos celulares aconteciam em nossa volta, fotografando e filmando cada segundo de um momento que deveria ser apenas nosso.
Quando cheguei em casa, logo vi as milhares de fotos nossas rodando pelas marcações no Instagram de Dybala, com diversos tipos de comentários, bons e ruins, que variavam de "Ela até que é bonita'' para "Ela está aproveitando que o pai é técnico e o namorado é jogador para se promover".
Era nossa vida privada sendo exposta numa situação tão íntima, mas Paulo parecia não se incomodar com a situação e pior, ele não pareceu perceber o quanto aquilo me deixou chateada.
Sufoquei dentro de mim todo o sentimento ruim, tentando ao máximo evitar aborrecê-lo. Eu sabia que se tocasse no assunto, ele ficaria chateado e viria com o mesmo papo de "é normal e agora você precisa se acostumar com isso''.
Era errado guardar minhas emoções desse jeito, que eu deveria explicar ao jogador como eu estava me sentindo ao longo da semana, mas ao mesmo tempo eu não queria sair como a problemática da história. A parte mais difícil era fingir que estava tudo às mil maravilhas, então acabava preferindo ficar mais na minha, evitando qualquer tipo de estresse, principalmente agora que ele estava bem e se sentia quase pronto para voltar aos gramados. Não queria ser mais uma preocupação na vida dele.
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Lights On • Paulo Dybala
FanfictionEle nasceu para brilhar. Já ela sempre preferiu os bastidores. Ele desde sempre soube que sua paixão era os gramados. Já ela está está a procura de algo pelo qual possa se apaixonar. Ele é Paulo Dybala, a La Joya da Juventus. Já ela... Bem, ela...