Meant to be

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A cada dia que se aproxima do mês de Dezembro, a temperatura em Turim vai caindo. Desde que cheguei na cidade, hoje foi primeiro dia em que só consegui sair de casa toda coberta com um enorme suéter de lã e uma jaqueta grossa. Como a maioria das minhas aulas eram pela manhã, eu saía de casa por volta das oito horas, tendo que enfrentar o frio pesado da madrugada. Durante o restante do dia, o sol aparecia apenas para enganar, já que o clima ainda continuava gelado.

Apesar de sempre ter vivido em lugares onde temperaturas baixas são uma realidade nessa época do ano, eu não era lá a maior fã. Eu gostava, mas minha vontade de ficar apenas deitada na cama com uma caneca de chocolate quente me deixava meio depressiva e sem ânimo.

Mesmo nesse estado, Ágata insistiu para ir tomar um café no nosso lugarzinho de sempre, na praça em frente a universidade. Assim que ouviu a ideia da garota, Lucca preferiu ficar dentro do campus, onde segundo ele estava gostosinho demais para sair dali.

- Okay, eu sei que estamos bem ocupadas com várias provas e seminários, mas agora você não vai fugir de mim. - a morena sentou na minha frente, com um copo enorme de café puro. - Eu quero saber o que rolou entre você e o Paulo naquela noite depois do jogo.

Eu sabia que Ágata não iria esquecer isso tão cedo. No dia seguinte, quando acordei na casa do jogador, meu celular tinha várias mensagens da garota e eu acabei dizendo que responderia ela depois que chegasse em casa e logo minha amiga sacou o que eu quis dizer.

- Se você quer saber se transamos, a resposta é não. Mas sim, acabamos dormindo no sofá e quando acordei no outro dia, eu estava dormindo na cama dele. - dei de ombros, apesar da empolgação dela.

- E como você foi parar na cama dele assim? - ela quis saber, tomando um gole do seu café.

- O Paulo disse que o irmão dele chegou e nos pegou dormindo no sofá. - eu ri. - Nisso o jogador acordou e me levou pro quarto dele.

- Então rolou uma conchinha bem casalzinho né? - Ágata riu alto quando revirei os olhos. Mas ela estava certa.

Eu nunca havia dormido com nenhum cara na mesma cama e eu costumava achar meio incômodo imaginar alguém invadindo meu espaço, mas o que eu senti foi totalmente o oposto disso.

Quando despertei pela manhã, os braços do jogador estavam ao meu redor, me abraçando por trás, suas pernas estavam enroladas nas minhas, e seu rosto estava enterrado no meu pescoço. Por alguns minutos eu fiquei ali, parada, apenas ouvindo a respiração pesada de Paulo, com um turbilhão de sentimentos correndo por minha cabeça.

Me virei com cuidado para encarar o rosto sereno de Paulo, podendo observar todos os seus mínimos detalhes, sem ficar com vergonha de ser pega no flagra, já que sempre quando eu o encarava por tempo demais, o jogador costumava fazer alguma piadinha sobre isso.

Um conforto que eu nunca havia sentido antes inundou meu peito, junto com uma sensação gostosa de paz.

E de certa forma, algo dentro de mim dizia que não queria perder aquela sensação.

- Agora chega de falar de mim. - saí dos meus devaneios e encarei Ágata, que me lançou um olhar inocente. - Eu quero saber de você. O que rolou na sua noite? Como foi o encontro com o tal cara da boate? - perguntei e ela soltou uma risada.

- Ao contrário de você e o jogador, eu e meu homem secreto chegamos aos finalmentes. - meu queixo caiu com a revelação, vendo pela primeira vez o rosto de Ágata adquirir um tom avermelhado.

- Okay, esse tom rosado no seu rosto é novo pra mim. - disse, vendo a moça cobrir o rosto com as mãos. - Senhorita Ágata Pinola, você está apaixonada? - brinquei, vendo a morena fazer uma cara de dor, soltando um gemido.

Lights On • Paulo DybalaOnde histórias criam vida. Descubra agora