Lights On • Paulo Dybala

Consequences

Com toda tempestade que ocorria ao meu redor, eu estava tentando focar nas coisas boas que aconteciam no dia a dia, ou melhor, nas pessoas que estavam ao meu lado, para tentar melhorar meu humor. Passar um tempo com Ágata e Lucca, ficar em casa vendo algum filme com Massimiliano, ou apenas ficar enrolada num cobertor quentinho, com a cabeça deitada no peito de Paulo no sofá da sua casa, aproveitando seus cafunés gostosos. Todas essas pequenas coisas me deixavam feliz e me trazia paz por alguns momentos de plenitude.

Logo após o episódio com meu professor, a quase duas semanas atrás, meu comportamento acabou piorando. Nos primeiros dias fiquei evitando falar com todo mundo, inclusive faltei algumas aulas na faculdade, querendo ter um tempo apenas comigo mesma para refletir sobre tudo. Foi difícil, pois Dybala sabia que algo estava errado e ficava no meu pé 24 horas por dia tentando algum tipo de contato, mas eu não me sentia confortável em dividir com ele esse acontecimento que, na minha opinião, tinha sido humilhante.

Por fim consegui amenizar meus sentimentos, tentando aos poucos voltar ao normal para distrair minha mente. Na semana passada, o primeiro jogo de Paulo na volta dele aos gramados do Allianz Stadium acabou sendo adiado. O motivo foi a grande nevasca que aconteceu em Turim, deixando assim o gramado todo congelado. Apesar do frio gigantesco, fiz diversas fotos incríveis do time naquele caldeirão branco e postei algumas nas minhas redes sociais.

Por medo dos flashes de estranhos, também acabei recusando diversos convites do jogador para fazer algum programa diferente, preferindo ficar sozinha com ele em casa, onde eu sabia que pelo menos ali poderia ficar a vontade. Fizemos diversas receitas diferentes na cozinha, convidados alguns amigos e até mesmo brinquei com o pequeno Edin de 4 anos, filho do jogador Pjanić, que passou uma tarde ao lado de seu pai na casa do argentino.

No dia 8 de Março, acabei fazendo uma viagem rápida para Madrid, em comemoração ao chá de bebê de Caterine Aveiro, esposa do Cristiano Ronaldo. Como o segundo jogo da Juventus contra o Tottenham tinha sido no dia anterior, Paulo acabou voando de Londres direto para a capital espanhola. O evento foi lindo, pude conhecer pessoalmente diversas amigas e Dybala até mesmo fez amizade com a pequena Mia Lenni, filha de Kate e Roman Bürki.

Agora por falar na partida do dia anterior, a Vecchia Signora tinha conseguido se classificar para as quartas de finais da Champions League. Tinha sido difícil, os 93 minutos de partida foram intensos e complicados, mas o time italiano mostrou o peso da tradição e da camisa, conseguindo virar o jogo para 2x1 dentro do Wembley, fazendo Turim inteira celebrar a vitória como se fosse a decisão do campeonato. Meu peito se encheu de orgulho pelos jogadores, principalmente por Paulo, que marcou o segundo gol, e claro por Massimiliano, que mesmo sob dificuldade e pressão, conseguiu fazer seu clube ser campeão naquele duelo.

Depois dessa pequena movimentação na semana, tudo voltou a ser como estava antes. Eu ia para a faculdade, enfrentava diversos olhares e cochichos, era bombardeada nas redes sociais e nas revistas de fofocas, voltava para minha casa, estudava o máximo que eu podia, e por fim me encontrava com Paulo, dormindo na maioria das vezes com ele em seu apartamento.

Nosso relacionamento também continuava igual, mas por conta da minha aversão interna com tudo relacionado a mídia, eu acabava ficando com a cabeça um pouco mais nas nuvens que o normal, pensando nas mil possibilidades relacionadas ao nosso futuro, sentindo medo dos piores cenários que se formavam em minha mente.

Eu não queria perdê-lo por conta disso. Mas também não queria e nem poderia me perder.

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Era sábado, dia 10 de março, a temperatura em Turim continuava baixa mas pelo menos não estava nevando, e nesse momento Ágata e eu estávamos no pequeno loft de Lucca, escolhendo algum seriado para assistirmos na Netflix, enquanto o rapaz preparava a pipoca na cozinha.