Never be the same

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Aviso: as notas finais do capítulo são muito importantes!

Espero que gostem!

Colocar os pés de volta em solo italiano me fez sentir bem.

Assim que o avião aterrissou em Turim, eu pude finalmente soltar a respiração pesada que estava presa dentro do meu peito durante toda a viagem. A sensação de paz interior foi real e o sentimento de nostalgia me atingiu em cheio, fazendo-me relembrar da minha chegada ali.

Na primeira vez que desci nesse aeroporto, a vários meses atrás, eu era a garota que estava ansiosa demais para embarcar numa aventura que seria morar com seu pai depois de tanto tempo, numa cidade nova e com um total de apenas uma amiga conhecida.

Agora, eu descia ali tendo na cabeça que eu era uma Fiorella diferente, sendo nítida essa mudança para quem quisesse enxergar. Durante todo esse período, acabei descobrindo coisas sobre mim mesma que não conhecia e até mesmo coisas que pensei nunca descobrir. Me dei conta da minha capacidade em fazer novas amizades, de conviver com meu pai, de amadurecer academicamente e até mesmo ter certeza da profissão que havia escolhido.

Mas o fato que realmente abriu meus olhos e me fez ver as coisas de forma diferente, com toda a certeza tinha sido meu relacionamento com o jogador. Até porque eu nunca havia namorado antes e nunca pensei que pudesse saber ou sentir a sensação de estar apaixonada por outra pessoa.

A emoção de compartilhar sua vivência ao lado de alguém era uma das experiências mais incríveis e ao mesmo tempo difíceis do ser humano. Antigamente, pensava que isso não era necessário, sendo apenas mais uma convenção forjada pela sociedade que banalizava uma vida onde todos devem encontrar sua cara metade, porém hoje eu sabia da importância que era ter um apoio afetivo, seja ele dos meus pais, dos meus amigos ou de um namorado.

Mesmo não parecendo, pois fiz questão de errar em não demonstrar isso direito, Paulo Dybala me ensinou o que é amar. Digamos que fui uma aluna difícil, daquele tipo que tentava ao máximo fazer birra e que não dava o braço a torcer por conta do orgulho, mas no fundo eu sabia que tinha tido um professor excelente.

O jogador me ensinou que amar é colocar as necessidades do outro em cima das suas, sem que isso nos prejudique. É mergulhar em um abraço que não te sufoca. É aceitar os defeitos do outro, pois suas qualidades superam qualquer outro detalhe, até porque amor não é apenas paz.

Amar é conviver. É dias bons e dias ruins. É estresse, é calmaria, é discussão e muita risada.

Fazendo um resumo ainda maior dessa minha reflexão, eu me dei conta de que amar outra pessoa é muito simples, pois nem mesmo nos damos conta quando isso acontece, mas como é de praxe do ser humano, sempre acabamos complicando o significado das coisas, arrumando mil e um obstáculos para colocar na frente.

Aos meus vinte e dois anos, finalmente percebi que estar amando não é perder parte de si mesma e sim achar aquela parte que se agrega em você.

O caminho no táxi até meu apartamento foi bem rápido. Como minha volta foi bem em cima da hora, acabei esquecendo de avisar para meu pai que estava chegando, mas isso não seria um problema, pois de certa forma, Max já podia sentir que seu sermão pelo telefone tinha funcionado e que logo sua filha voltaria para casa.

Passar pelo hall do prédio sem ao menos me identificar foi como se eu nunca tivesse ido embora e passado 14 dias longe dali. Quando o bip do elevador anunciou minha parada, andei devagar pelo ambiente, analisando tudo de novo mas com outros olhos. Era bom estar finalmente em casa!

Não precisei dar muitos passos para esbarrar com Massimiliano. O homem estava saindo da cozinha em direção a sala quando seu olhar me encontrou parada ali no meio do corredor principal. O mais velho ficou estático por alguns segundos, logo depois colocando um sorriso enorme em seu rosto, abrindo seus braços, esperando pelo choque do meu corpo contra o seu.

Lights On • Paulo DybalaOnde histórias criam vida. Descubra agora