Página 32 - Perto demais para estar longe

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Quando menos espero o som melódico da campainha me desperta do transe em que minha mente mergulhou do tal arquivo. Foda não chega nem perto do que minha vida e mente se tornaram depois que encontrei aquela caixa, e se não fosse por Hyunwoo ao meu lado, eu teria enlouquecido.

Novamente a campainha toca, olho pra trás já que estou na janela e vejo a sala deserta, saio dali no momento em que Son sai do quarto

-Estava batendo uma? - pergunto irritado observando sua pele soada

-Pensando em você? Ah claro, faço muito isso. - ergo o dedo do meio pra ele indo até a porta, abro ela e o infarto me agarra com uma tal força que sou levado a óbito de imediato

-Meu amor!!! - me tremo todinho, sou envolvido pelos braços de omma e seu amável perfume me embriaga. Mas ao mesmo tempo em que um sentimento muito bom me preenche no lugar da saudade, um sentimento de medo e perca me domina trazendo lágrimas em meus olhos, retribuo o abraço de minha mãe com um apertado

-Hey querido, está tudo bem, sim? - sua voz meiga me deixa pior. Mas que droga! Eu sei que estou errado, sei que era para ser passageiro mas, isso... o que aconteceu entre mim e Hyunwoo foi mais forte do que ambos. Não foi algo como "Vou ficar com meu próprio irmão pra ver no que vai dar", não!
Foi completamente inesperado e não vou mentir dizendo que esperava tudo isso, o jeito como ele me toca, como age, como lida comigo... cada mínimo detalhe de como é faz com que eu me apaixone a cada dia. Algo que nossos pais nunca aceitariam.

-Vocês não iam voltar à tarde? - Hyunwoo pergunta um pouco mais próximo e baixo

-Íamos mas o vôo depois do nosso deu problema e também levamos um susto quando o aeroporto ligou avisando - omma explica me mantendo em seus braços

-Amo... - pigarreia logo que começa a dizer - amamos saber disso - disfarça

-Vou levar as malas pro quarto. - appa avisa deixando um aperto suave em meu ombro como forma de cumprimento, sei o quão fechado é, e não o culpo, faz parte da educação que teve

-Ki, você está bem? - Hyunwoo pergunta receoso, apenas balanço a cabeça assentindo, de nada me servirá dizer a verdade, não vamos poder fazer nada a respeito

-Vem cá - Minhee chama, num segundo sinto o calor de outro corpo com o meu, respiro fundo entre cortado inspirando o perfume dele, não sinto apenas o perfume mas sim as carícias em minhas costas. Um leve e simples carinho que me transmite calma, e a certeza de que ficaremos bem... juntos. Permito que um sorriso largo saia junto com minhas lágrimas, fecho os olhos pra sentir todas as emoções maravilhosas e tão únicas quanto, estando com nossa omma, e com o homem que eu amo, eu daria qualquer coisa para fazer deste momento, eterno, eu faria tudo.

Depois de um tempo se instalando em casa, verificando se havíamos cuidado de tudo, e principalmente, se não havíamos ido a falência, estando os quatro sentados no sofá, nossos pais de um lado e nós dois do outro. Eu dou o meu melhor para manter minha postura firme e, evitar qualquer vestígio de nós dois, Hyunwoo parece fazer o mesmo já que vez ou outra fecha a mão em punho logo depois de procurar por mim e não encontrar. Acho uma cena muito fofa mas mantenho minha postura, observo nossos pais, omma se emociona contando sobre sua irmã que faleceu, mas logo abre um lindo sorriso dispensando as lágrimas

-Não há motivos para chorar. - afirma e nós apenas concordamos. Não só escutamos mas falamos também sobre nossa convivência, contamos a verdade sobre os primeiros dias apenas ocultando sobre nosso envolvemos, Hyunwoo contou que abrigara com a cobra coreana pelo mesmo espalhar coisas estúpidas à seu respeito, se eu ri com a desculpa esfarrapada? Magina! Só quase morri de tanto gargalhar

-Hyunwoo constragido por terem dito que era galinha? - gargalho até sentir sua mão firme segurar meu braço me impedindo de cair do sofá, me recomponho com o toque.
Tivemos semanas para nos matarmos aos beijos, abraços e na cama, fizemos isso! E foi exatamente por isso que nos acostumamos a ficar um agarrado com o outro, a ausência de carinho, abraços e principalmente do contato e amor dele é o pior castigo depois de adquirir nesse tempo o costume de tê-lo só pra mim.

Ajudo omma com a janta depois da nossa conversa, dona Minhee é uma ótima cozinheira, ótima mãe e uma amiga extremamente incrível. Seu dom de me acalmar é impressionante, ainda mais de me fazer amá-la a cada minuto, seu sorriso meigo me deixa tão fascinado que em alguns segundos me imagino sem ela, é algo extremamente incômodo.

Deixo-lhe um beijo no ombro ao que vou arrumar a mesa para jantar, rio das piadas que faz sobre a viagem que fizeram. Acho que nosso jeito combina muito, já Hyunwoo combina mais com appa por ficar mais com ele, não que eu seja mais afeminado, pois não sou, é questão de carisma.

Jantamos em silêncio, não como muito deixando quase tudo no prato, peço licença para me levantar deixando omma preocupada, a tranquilizo alegando cansaço. Lavo meu prato, e vou pro quarto. Ajeito minhas coisas para ir deitar com o coração mais disparado do que fórmula1, tomo um banho rápido e vou pra cama. Omma aparece para deixar um beijo de boa noite, vejo que quer conversar mas está tão cansada que desconversa do assunto, insisto para que vá descansar, até que por fim, se rende.

Suspiro.

Viro de lado na cama tentando dormir, será que ele já está dormindo? Será que está no quarto ou saiu pra aproveitar a noite de sábado? Dúvidas é uma das piores coisas. Sinto meu braço dormente e viro pro outro lado. Tento tomar coragem para levantar e ir até lá, mas a dúvida dele estar dormindo ou ter saído acaba comigo, a expectativa fala mais alto. Salto da cama descalço mesmo, vou até a porta abrindo ela dando de cara com ele que adentra meu quarto, segura minha cintura enquanto fecha a porta, seguro em seu rosto deixando que o momento nos embale e crie vida por sí só. Nossas línguas se enroscam com saudade e desejo, não só elas como nossas mãos que puxam, arranham, apertam um ao outro, e somos obrigados a partir o beijo para recuperar o oxigênio. É possível ouvir as batidas descompensadas do meu coração, junto com ambas respirações ofegantes. Acaricio seus cabelos descendo pra nuca sentindo seus beijos em meu pescoço

-Pensei que tivesse saído - sorrio ofegante, solto um gemido baixo com o chupão que recebo

-E saí, do meu quarto pro seu - rio

-Besta. Passei o dia todo sentindo sua falta e... - Hyunwoo me sela demorado mas não se afasta ao separar nossos lábios

-Nós vamos ficar bem

-Promete?

-Prometo. - sorrio, é como se alguém acendesse aquela vela da esperança dentro de mim e voltasse a me aquecer por dentro.
Não rolou nada além de beijos, alguns amassos que duraram pouco pra nenhum dos dois ficar "animado" e mãos bobas que serviram mais pra risos do que provocações. Seguimos nossa madrugada assim, Hyunwoo adormeceu ao meu lado agarradinho comigo, mas não o senti logo que acordei.
Eu deveria saber que a noite que tivemos seria um aviso de um "aproveite bastante", vejo ele uma única vez na lanchonete, e mesmo assim de longe carregando algo para caminhonete. Ajudo dona Minhee a lavar a dispensa que é consideravelmente maior do que a lanchonete, mas a parte pesada fica pra mim porque ela sai pra resolver outros assuntos, conclusão: estou morto. Ao menos consigo jantar, vou pro quarto me arrastando e, do jeito que caio na cama, eu fico. Com dores horríveis no corpo, na alma e no coração.

Cadê você Hyunwoo?



Demorou mais saiu, perdoem esse cap bosta, o próximo virá melhor. Se gostar, deixa seu voto é muito importante pra mim, sintam-se a vontade para comentar. Até breve. ❤

Uncontrolled Love {Hiatus}Onde histórias criam vida. Descubra agora