Página 40 - Segundas Chances

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Após aquele momento de conversa que eu e Hyunwoo tivemos, procuro Changkyun e o encontro deitado em sua cama fitando o teto branco. Ele já sabia da minha resposta para Hyunwoo, e não pode me pedir que fique se ele mesmo permitiu essa situação, no entanto, não consigo não sentir por ele. Changkyun nunca ficou contra mim nem mesmo quando eu era o errado, muitas vezes se sufocou para não sofrer, mas de uma forma ou de outra, sofreu de formas inimagináveis com o assunto relacionado ao seu sentimental. Eu não queria causar falsas esperanças de que houvesse um "nós" no futuro, mesmo que essa possibilidade pudesse existir ilusoriamente por alguns dias, e imagino o quanto foi difícil pra ele ter que abrir mão do seu amor por mim e me pedir para que repensasse sobre culpar a pessoa errada.

Não o chamo, apenas uno meus lábios aos dele aproveitando que seus olhos estão fechados. Deixo que o beijo flua à medida em que ele queira, Chang se senta e segura meu rosto pedindo passagem com a língua para explorar minha boca, permito fazendo o mesmo até que nosso oxigênio acabe e ambos tentamos recuperá-lo, ofegantes. Changkyun ri baixo

— O que é, peste?!

— Você fica muito fofo todo vermelhinho.

— Aish, mereço. — mordo o lábio mas deixo um sorriso sair

— Vou sentir sua falta. — confessa, agora sério

— Eu não vou sumir, só vou voltar pra casa.

— Você que não ouse sumir, idiota. — ameaça. Nos olhamos por curtos minutos até ele me dar outro selinho — Vai logo, antes que eu mude de ideia.

— Eu te amo, Chang. — digo e ele abaixa a cabeça. Me levanto e pego minha mochila jogando no ombro, mas antes de sair do quarto, posso ouvir um "eu também te amo, Kihyun."

                             ••••••

Eu e Hyunwoo seguimos o caminho em silêncio dentro do carro dele. Porque aceitei vir com ele mesmo? Eu não sei, na verdade, ultimamente não sei de mais nada. A única coisa que eu quero é acordar desse pesadelo o mais rápido possível.

— Você está mais magro. — comenta entrando no meu quarto

— Eu também notei. — murmuro sentado na cama de cabeça baixa olhando para o celular desligado. Um segundo corpo senta-se na cama ficando à minha frente.

— Aqui. — chama minha atenção, ergo a cabeça reparando nos sanduíches que ele preparou

— Você quem fez?

— Bom... — ele sorri — Hyungwon me deu uma ajuda na cozinha uns dias e eu aprendi.

— Que progresso — sorrio fraco

— Prova? — Hyunwoo me estende o sanduba, pego o alimento e mordo um pedaço e volto a me lembrar dos dias em que passei na casa de Changkyun sem comida, não por não ter, a casa dele tem fartura de comida, mas por não sentir fome. Meu estômago me castiga pela fome, além de comer o meu sanduíche, acabo comendo o de Hyunwoo, e por último, acabo com o suco. O moreno à minha frente ri

— Satisfeito? — pergunta enquanto ofego, balanço a cabeça assentindo e sorrio

— Obrigado.

— Vem cá — me chama para seu colo o qual vou de bom agrado, não vou mentir dizendo que não queria ir à mais tempo pra lá, mas só fui imediatamente quando o convite foi feito. Encosto a cabeca em seu peito e inspiro o tão familiar perfume que já havia me viciado.

— Você e Changkyun... Estão juntos? — pergunta baixinho acariciando meus cabelos

— Somos amigos, Hyunwoo. Ele sabe que eu amo você — minha voz sai no mesmo tom

— Aquele beijo...

— Foi para te provocar. — me aconchego mais em seus braços e fecho os olhos

— Senti tanto sua falta, Kihyun. — suspira e deposita um beijo em meus cabelos — Eu não conseguia ver o momento em que teria você em meus braços para te proteger de qualquer coisa que estivesse enfrentando. Você habitava em cada pensamento que eu tinha, eu só queria ter notícias suas e saber que estava bem, saber se também pensava em mim, saber se também sentia minha falta...

— Como conseguiu convencer Changkyun à falar comigo?

— Prometi a ele te ajudaria a enfrentar isso.

— E como pretende fazer isso?

— Lembra daquele apartamento que te falei? Ele já está pronto para nós. Acho que esse é um ótimo começo.

— E quando nós vamos?

— Final de semana será mais tranquilo para fazer a mudança.

— Tudo bem. — deixo um beijo em seu peito — Nunca mais me esconda nada, nem se você pegar uma gripe, promete? — peço baixo, ouço seu sorriso soprado pelo exemplo

— Eu prometo amor. — Hyunwoo responde com a voz carregada de sinceridade, e é graças à isso que levanto a cabeça para olhá-lo. Mantemos contato visual por alguns segundos até que eu fite seus lábios carnudos, uma parte de mim luta contra beijá-lo, mas a outra grita pelo ato voltando a causar minha confusão interna.

— Como está com a faculdade e com o trabalho? — quebro o silêncio e o clima que ainda favorece muito um possível beijo acontecer. Eu ainda não estou preparado para ter um relacionamento, na verdade, eu não me sinto preparado para mais nada, a única coisa que quero é esquecer toda essa mentira da qual me envolvi. Mas isso não quer dizer que eu não o ame mais, depois de tudo, acho que nada vai tirar Hyunwoo da minha cabeça, muito menos do meu coração.

— Puxado mas estou conseguindo equilibrar. E você? — ele ergue à mão até meu rosto acariciando suavemente

— Tô quase incendiando aquela escola. — rimos da minha brincadeira idiota — Acho que os professores daquela Joça esquecem que a época da escravidão acabou.

— Acredite, na faculdade vai ser pior

— E quem te disse que vou pra faculdade?

— A teimosia continua à mesma, não?

— Idiota. — faço careta pra ele — Acho melhor irmos dormir, tenho aula amanhã e já estou quase em época de prova

— Tudo bem. Tenha uma boa noite. — diz, saio de seus braços me deitando no travesseiro — Se precisar de mim me grita, ok?

— Pode deixar. — fecho os olhos sentindo a sonolência me embalar em seus braços confortáveis. Tudo ao meu redor escurece, não sei ao certo quanto tempo fiquei inerte à realidade, e menos ainda se durante ela eu caí dentro da minha própria escuridão, mas afirmo com toda a certeza que antes mesmo de entrar em algum sonho, pude ouvir à voz de Hyunwoo...

Eu te amo, meu vício.

Uncontrolled Love {Hiatus}Onde histórias criam vida. Descubra agora