página 45 - O amor não pode esperar

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Yoo Kihyun. — engulo em seco apenas pela falta de expressão que a mulher tem. Ela estreita os olhos em desconfiança. Qual é o problema dessa cidadã?

— Como descobriu descobriu isso aqui? — questiona. Eu não vou conseguir e não sinto a menor vontade de detalhar à ela sobre o inferno que eu passei até aqui

— Alguns registros me trouxeram até aqui

— E o que você quer?

— Conhecer minha mãe. — sou direto, já estamos enrolando muito, o que piora a situação do meu coração que bate desgovernado dentro do peito. A mulher suspira, deixando aquela postura dura de lado

— Olha, garoto… você não devia ter vindo até aqui. — ela confere para saber se ninguém está olhando, aparentemente o lugar está vazio. Após, ela me olha por inteiro, deixando um sorriso curto sair pelos lábios rachados e sujos — Você é tão lindo…!

— Você é a minha mãe? — eu tenho que perguntar, primeiro ela me trata mal, depois ela me elogia, eu estou entre ficar e partir! Ao menos uma resposta eu mereço

— Não tenho direito de ser chamada assim por você, meu pequeno Kihyunnie. Perdi esse direito há muitos anos. Eu nunca fui capaz de ser mãe, nunca pude te dar a vida que você merecia… eu nunca pensei que esse momento chegaria, mas sempre imaginei como você poderia ser, sempre imaginei como seria bom ter você em meu colo…

— Por que não posso te chamar de mãe? — pergunto em um tom mais baixo — Por que não pôde ficar comigo? Independente da vida que eu podia ter, você me gerou, me deu a vida, porquê não pôde me criar nela?

— Sua vida era mais importante do que tudo nesse mundo, Kihyun, sempre foi e sempre será. Eu dei a minha vida pela sua, mas isso não me torna sua mãe. Eu quis que você nascesse, só não imaginei que pudesse ser tão doloroso te deixar partir…

— E por quê deixou?

— Porque… eu não queria sacrificar você à miséria, eu não podia! Mas não se passou um só dia, em que eu não pensei em você. Meu bebê, minha criança, sempre esteve em minhas orações. Agora veja você, tão lindo, saudável e forte. — ela sorri deixando uma lágrima cair

— Sempre esteve aqui? — vejo o sorriso sumir

— Algumas vezes. Eu… posso te dar um abraço? — pergunta. Reparo em suas mãos, eu não vou confiar em alguém que acabei de conhecer! E mesmo sabendo que negar é a melhor opção, deixo que ela me abrace (le-sê: aperte). O cheiro dela é realmente desagradável, é tão forte, que recebo um soco na boca do estômago, mas não me afasto, deixo que ela me abrace, até que decida se afastar… minutos consideravelmente depois.

Eu não consigo descrever o que sinto no momento. Sei lá, eu imaginei que seria um encontro mais receptivo, talvez? Mas foi algo tão… comum? Talvez eu estivesse fantasiando demais.

— Você tem que ir embora. — diz logo que se afasta

— Por que?

— Está tarde, e essa área é perigosa a noite, muito perigosa.

— Você vai ficar bem? — a mulher sorri diante á minha pergunta

— Estarei esperando seu retorno, meu filho.

— Até amanhã. — sim, eu já ia perguntar se eu poderia voltar amanhã, mas nem precisei. Antes que eu saia, Hyunki olha novamente, para ter certeza de que ninguém esteja olhando, e assim me libera.

Me sinto desconfortável com a sensação de estar sendo observado, mas não tenho coragem de olhar em volta para saber se alguém está com a mira em mim. E não, não me sinto seguro até estar em casa, e isso leva um tempo longo. Detalhe: tive que andar até o ponto mais próximo que fica há 1hora dali, esperar mais 1h pro ônibus aparecer, e perdi as contas de quanto tempo fiquei dentro do transporte. Mas tive a enorme sorte de sentar no banco, na metade do caminho.

Uncontrolled Love {Hiatus}Onde histórias criam vida. Descubra agora