Página 46 - Ninguém teme o escuro, mas o que há dentro dele

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Despertar de um sono pesado e profundo, apenas com selinhos no pescoço e orelha, chega a ser um crime, naturalmente imperdoável. Mas essa é a minha realidade, eu odeio ter que acordar cedo…

Eu odeio ter que acordar!

Como Hyunwoo consegue acordar com disposição? E ainda têm o fato de que nós transamos ontem. Se não fosse pra me foder, eu nem teria nascido.

Eu ainda não consigo entender esse lance de ter que nascer, crescer, se matar de estudar, se fuder de trabalhar, reproduzir e gastar tudo o que conquistou durante toda a vida, para cuidar de uma coisa que nós vamos perder, mesmo sem querer. No caso, estou falando sobre vida e saúde. É curioso esse ciclo vicioso, mas também tenho em mente que tudo isso foi criado pelo ser humano e sua mente ignorante. É um assunto complexo para que eu possa falar com exatidão, mas é algo que realmente deveria ser discutido e repensado.

Preconceito nada mais é do que pensamentos enraizados, seja ele qual for.

— Vamos acordar, preguiça. — Hyunwoo sussurra com a boca rente ao meu pescoço

— E você, por um acaso, me deixa dormir, nesse inferno?! — resmungo

— Não devia ter dormido tão tarde ontem, amor... — o filho da puta abusa da situação, é necessário um certo esforço da minha parte, para não mandar ele ir a puta que o pariu ou para casa do caralho. Hyunwoo sabe como eu fico quando acordo, ainda mais quando sou acordado antes das 6h da manhã, e ainda me provoca desse jeito, do mais absurdo possível.

— Sai, Japa.

— Não. Eu tenho algo pra você.

— Além de me irritar logo de manhã?

— Mas você só reclama, cruzes! — o moreno vira meu corpo, sem sair de cima dele. Eu não preciso abrir os olhos para falar, certo? — Durante o tempo em que ficamos longe, eu passei um tempo praticando trabalho manual.

— Artesanato?

—Não é bem artesanato... — Son mexe em algum lugar e isso desperta minha curiosidade, abro os olhos e vejo o momento em que Hyunwoo tira uma pulseira do bolso.

Duas, na verdade.

— O que é isso?

— Fiz duas pulseiras para nós dois. A sua está escrito Japa, — era pra ser um tipo de insulto, xingamento ou algo do tipo, já que temos descendência sul-coreana. Mas acabou se transformando em uma forma de carinho, ao qual ele aceitou muito bem. — E a minha tem BabyKyu.

Não tem como eu não demonstrar nada, tendo demonstrações tão maravilhosas dos sentimentos dele. Quando que eu iria imaginar Hyunwoo se ocupando com algo desse tipo? Exatamente, nunca. Porém, é uma forma tão pura e singela, que me surpreende ao ponto de me fazer sorrir. Ele conseguiu me despertar do meu sono. Son coloca a pulseira em meu pulso e eu o ajudo com a dele.

— Isso significa que estamos casados? Aliança?

— Bem... Se você quiser...

— Eu quero, não há nada que eu mais queira na vida do que estar ao seu lado. — nunca estive tão certo das minhas palavras, e provavelmente, eu nunca acordei tão feliz, graças a esse Japonês do Paraguai. — Obrigado.

— Pelo que?

— Ah, Hyunwoo, por tudo! Por ter cuidado de mim, ter me esperado e respeitado meu tempo, por ser o amor da minha vida.... São tantas coisas.

Dispensando palavras pra responder a altura, Hyunwoo me dá um selinho carinhoso. Eu o amo tanto que não consigo descrever em palavras. É tão raro encontrar alguém como Hyunwoo, disposto a me esperar e respeitar meu espaço e tempo, correr atrás de mim quando eu não queria ver a fuça dele. Tudo isso graças ao machismo que a sociedade carrega.

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⏰ Última atualização: Sep 22, 2020 ⏰

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Uncontrolled Love {Hiatus}Onde histórias criam vida. Descubra agora