Capítulo 2 - A Carta de Aprovação

79 9 11
                                    






Para todos aqueles que apoiaram e incentivaram a minha leitura e amor por esse vasto e incrível universo dos livros






Wander estava na esquina de seu quarteirão. Ele estava animado. Ficara sabendo, em seu último encontro com Marah, que ela se mudaria para a mesma quadra que ele. Ele estava sentado no meio fio, olhando para todas as direções para ver se o caminhão de mudanças estava chegando.

Já fazia alguns minutos que ele estava ali, mas a animação fazia parecer que estava a apenas alguns poucos segundos.

Logo, sua irmã apontou na outra esquina.

— Faz o que aqui? — perguntou a irmã ao chegar onde Wander estava.

— Tô esperando a Marah. — respondeu Wander.

— Por que você só se refere a ela como Maravilhosa quando está falando diretamente com ela? Não é assim que um apelido funciona.

— Não sei. Costume, acho.

— Agora que estamos falando dela, sempre tive uma pergunta entalada na garganta. — disse, com um sorrisinho sapeca — Como vai a relação sexual de vocês?

Embasbacado com a pergunta, Wander nem mesmo pôde respondê-la. Quando o choque passou, ele, simplesmente, se limitou a olhar para ela com os olhos fumegantes.

— Desculpe. Não resisti. — disse a irmã, rindo da reação do irmão — Achei que não fosse um tema tabu para você, um jovem de dezesseis anos.

— Você já é adulta! Não deveria brincar com esse tipo de coisa como se tivesse quatorze anos.

— Já pedi desculpas, O.K.? Mas, já aproveitando que perguntei, e a resposta?

Wander se levantou do meio fio da forma mais ameaçadora possível. Entendendo o recado, Tânia continuou seu caminho em direção à casa.

Wander se sentou de novo e voltou a esperar por Marah. Sem nada para fazer enquanto isso, ele resolveu brincar um pouco com alguns cascalhos soltos da rua.

Parecia que ela não chegaria nunca. Hora ele jogava sua pedrinha de uma mão para a outra, hora ele a rolava pela calçada. Ele havia perdido a paciência e jogara as pedras o mais longe possível, na rua, quando, no horizonte, surgiu um caminhão.

O caminhão foi se aproximando e parou em frente à casa em que Marah moraria agora. Ela não estava no caminhão, a garota viria de carro, com os pais.

O motorista e o outro homem não desceram enquanto a família não chegou.

Não tardou muito até que o carro branco aparecesse e parasse atrás do caminhão. A porta de trás se abriu e, de lá, veio uma Marah saltitante. Ela correu até Wander, o abraçou e beijou-o.

— Marah, não esqueça que seu pai está aqui. — gritou a mãe da garota, descendo do carro. (Ela saíra do banco do motorista, já que dirigira.)

— Ah, está certo. — disse Marah em resposta, saindo dos braços de Wander.

— Lembrar que eu estou aqui por quê? — perguntou o pai, saindo de trás do caminhão.

Alma de Golem (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora