Capítulo 23 - Num Outro Lugar

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Para todos aqueles que apoiaram e incentivaram a minha leitura e amor por esse vasto e incrível universo dos livros    









Seus pés doíam. A vestimenta estava coberta de suor. O Sol condenava aquele pequeno grupo. Já deviam ser cerca de meio dia, e os quatro não haviam parado de andar por um segundo que seja. Os sapatos pareciam apertar mais e mais a cada passo. Estava um inferno caminhar assim. A água que eles haviam juntado para a viagem já estava no fim, e faltavam mais horas de caminhada. Ainda estavam na metade do caminho, Marah constatou ao ler o mapa. Haviam calculado mal o tempo. Não chegariam ao pôr-do-Sol, e sim de madrugada.

Wander elevou seu cantil até a boca e bebeu o mínimo, só para saciar-se sem gastar a água que restava.

— Talvez nós devamos parar um pouco e descansar. — sugeriu Neil.

— O sr. Neil tem razão, Wander.

— Ora, por favor, chame seu sogro de Neil apenas.

— Desculpe.

— Tudo bem. — Wander finalmente cedeu depois de cinco tentativas durante a trajetória.

Todos suspiraram de alívio e cada um se recolheu sob a sombra de uma árvore. Conforme eles avançaram, as plantas foram crescendo e dificultando a caminhada. O capim os cobria até os joelhos, fazendo cócegas na pele. O Sol estava escaldante lá em cima e uma nuvem mínima de poeira subia a cada vez que um pé tocava o chão.

Wander limpou o suor que nascia em seu couro cabeludo. Fechou os olhos e se permitiu relaxar, sentado de costas para o grosso caule. Sentia em seu peito que finalmente caminhava para fora daquilo. Porém o momento não durou muito.

Ao longe era possível ouvir o trote de cavalos, os cascos batendo fortemente contra o chão. O barulho só aumentava. Automaticamente, todos se levantaram.

— Estão nos procurando! — Neil começava a tremer de medo. Ultimamente, sua personalidade parara de oscilar e ele estava há dias com sua versão medrosa.

— Talvez devamos tentar nos esconder.

— Não vai adiantar. — explicou Marah — O trote está oscilando, não estão simplesmente tentando nos alcançar, estão procurando em todo o arredor.

— Então o que fazemos?

— Cara, cê é lesado?! Corre!

Rennon não esperou para ver se concordavam, apenas disparou o mais rápido possível. Foi seguido sem hesitar pelos outros três. Mas não importava o quanto tentassem, não podiam competir com cavalos.

— Eu não sabia que eles tinham posse sobre esses cavalos. — comentou Marah.

— Isso é bem típico do Mathias mesmo... Esconder isso para sua própria fuga. Só me pergunto como conseguiram. Cavalos não são pequenos e necessitam de muito cuidado.

— Cara... Caras... Ah, sei lá. Simplesmente pensamos nisso depois, OK? Quando, tipo, NÃO ESTIVERMOS SENDO PERSEGUIDOS!

— Eu já devia saber que isso não daria certo... — choramingava Neil.

Alma de Golem (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora