Capítulo 22 - Um Último Ato Rebelde

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Para todos aqueles que apoiaram e incentivaram a minha leitura e amor por esse vasto e incrível universo dos livros











Mathias levava um tom cansado na voz quando liberou Wander, e até esqueceu de trancar o galpão, algo que Wander reparou, mas não comentou. Saiu do galpão com o roteiro em mãos e tratou de procurar por Marah, animado. Finalmente a achou. Ela estava escorada numa árvore longe do casarão, observando o horizonte. O homem se aproximou - finalmente me acostumei a isso - e a beijou.

- Eu vou embora. - disse sem rodeios.

Marah se manteve sem expressão, não parecia ter assimilado.

- Eu tive uma ideia. Ao que parece, estamos bem na fronteira.

- Wander, você estava no primeiro do Ensino Médio. Já deveria saber disso há séculos. - comentou a namorada, ainda sem entender.

- Não é isso que quis dizer! Olha, é só que... Eu cansei daqui. Não quero mais ficar aqui, nem ser um rebelde. Eu só gostaria de esquecer essa loucura toda. Não tenho a menor vontade de ser parte desta guerra que está prestes a começar, mas só há um jeito de fugir. Podemos sair do país.

- Wand, querido, você não está pensando direito. Não há como sair. Seja de avião ou de carro. As saídas do país com certeza estão fechadas, assim como as das cidades. A essa altura, ao menos as cidades próximas já foram informadas sobre essa rebelião. Seria quase impossível sair.

- Nem tanto. - Wander sorriu - Poderíamos cruzar pelo mato. Não, eu não endoidei. Acontece que eu descobri que tem uma cidadela próxima o bastante para que cruzemos pela floresta.

- O quê? Quem te contou isso?

- Não é quem me contou. Mathias simplesmente deixou essa informação escapulir. Não me surpreende que ele tenha mantido segredo. Eu aposto que esse era o plano de fuga dele, caso as coisas dessem errado ele só atravessava a floresta e se abrigaria ali. Provavelmente ele tem uma rota toda preparada num mapa no quarto dele, escondido.

- Wander, isso... Até que faz sentido.

- Claro que faz. Não subestime minha capacidade de raciocínio só porque meu Golem é de fogo.

- Mas nesse caso, temos que planejar oque fazer. Não temos como esperar que tenhamos a sorte de que tudo saia como queremos. Conte-me mais sobre seu plano.

- Bem, nós teríamos de nos separar. Eu vou ao quarto de Mathias vasculhar e tentar achar o mapa com a sua rota de fuga. Enquanto isso, você deve procurar ajuda e se certificar de que consigamos contatar a tal cidadela de Bolívia.

- Por quê? - indagou Marah.

- Porque nós vamos gravar um vídeo avisando mais ou menos sobre nossa ida e a situação do Brasil. Caso contrario, seríamos provavelmente levados à lei lá.

- Isso não resolve muito.

- Eu sei, mas é o mais próximo que temos de uma chance de sair dessa situação.

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