Capítulo 6 - sentindo algo realmente estranho.

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Gwen

Trancada aqui nesse buraco, eu me relembro de detalhes de meu querido irmão Michel, o lindo cabelo em contraste ao sol, suas risadas, suas brincadeiras, sua alegria por coisas simples, como me dar as mãos,  passear juntos pela casa.
Me lembro também de um tempo atrás, há uns quase dois anos em que seu aniversário de maioridade chegou, eu me lembro de rir por qualquer coisa pelo corredores, de sorrir para os empregados e eles para mim, pois era isso que Michel faz com todos nós: traz tanta alegria que chega a doer em nosso coração.
Enquanto organizavamos tudo, ele ficava pelos corredores brincando com tudo mundo e correndo igual a um retardado.
Então seu aniversário chegou, passamos o dia inteiro passeando e então, a noite, convidamos seus melhores amigos para um grande jantar. Todos os seus amigos da faculdade e da infância foram, além de que ele pediu para que nossos empregados fossem sentar conosco na mesa igualmente (o que, claro, eles tinham todo o direito pois vários destes criaram nós dois talvez até mais que nós pais). O clima estava totalmente feliz, a todo momento nós riamos, e sonhariamos em que carreira e que futuro meu querido irmão iria levar. Parecia até que era natal.
Lucas, que para mim era somente um amigo de infância, voltou de uma escola interna em que tinha passado o último ano, e estava mudado. Ele me olhava quase toda hora, parecendo querer falar algo para com minha pessoa.
Então eu o olhei nos olhos pela primeira vez naquele jantar, como eles eram/sāo lindos! Ele fixou por algum tempo meu olhar e então sorriu, depois virou a cabeça rapidamente, fingindo rir de uma piada que meu pai estava contando.
Mas eu tinha visto.
Era pra mim.
E eu gostei.
Ele sorriu. Para mim.
Como assim?
Eu não sabia, meu querido. Mas estava começando.
Começando o quê?
Eu pergunto.
O nosso amor?
A minha prisão?
São muitas coisas para eu pensar e eu presciso de muito pouco para enlouquecer neste cárcere.

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