Capítulo 26 - confirmações.

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Maven

No outro dia, eu não consegui nem ver a cara de Jasper.
Eu simplesmente acordei e fui correr com o batalhão focando em um lugar fixo atrás das costas do soldado lerdo a frente, com meus punhos mais fechados do que o necessário.
Logo após a corrida matinal, nós vamos direto ao refeitório para tomar o café da manhã.
E a minha sorte?
Bem, ela é inexistente,  porque o idiota que quero dar um soco senta bem na minha frente.
Jasper já está atracado no pão e café disponibilizado para nós, também estou comendo, mas ele come como um necessitado,  desesperadamente. E mesmo assim, como a maioria dos soldados somente pega o café e vai para o trabalho designado, o refeitório já está vazio.
Vazio e silencioso até que Jasper solta, com seu sotaque estranho e cantante, enquando sua boca está cheia de comida:
- Conn me disse que você me procurou quando eu estava dormindo. - Eu não acredito que ele é que veio até mim, e não o contrário.
- Eu preciso de um favor teu. - respondo, quase sussurando.
- Desde que eu não tenha que esconder um cadáver,  te ajudo - ele diz e eu rio.
- Não é isso. Eu preciso de algo mais simples.
E então explico o plano.
É simples e rápido. Talvez em uma hora da folga dele tudo se resolva.
E Jasper se vai enquanto eu vou trabalhar em outro departamento da Guarda.

...

Jasper

Maven é um cara no qual nunca pede nada, mas ajuda todos.
Várias vezes, quando namorava, eu pedia para ele ficar em meu lugar no trabalho enquanto eu ia visitá-la. Recentemente, tive urgentemente que visitar minha mãe. E lá estava ele, e sem nem mesmo perguntar o motivo, ficou em meu lugar.
Nós dois somos aquele tipo de colegas em que um não sabe nada sobre a vida do outro, porém somos unidos como se tivéssemos nascido na mesma família. 
E ele nunca pede nada em troca.
Então, quando ele me procurou, a noite, separadamente, eu entendi que ele precisava muito, pela primeira vez, de algo em troca.
E quando ele explicou o que poderia estar acontecendo com sua amiga, e o que eu teria a ver com isso, e o que fazer. Não precisei perguntar novamente, eu entendi, talvez antes dele. Ele gosta dessa mulher.
E mesmo ela podendo ser uma criminosa, eu vou fazer isso pelo meu - se é o que ele me consedera isso- amigo.
Cheguei no endereço, com o plano combinado memorizado.
Primeiro, eu teria que seduzir alguém.
"A casa é enorme. Tem no mínimo quinze empregados. É óbvio que alguém terá que colocar a coleta seletiva fora, varrer a calçada, limpar o jardim..." - Maven repete em minha cabeça o plano.
Um homem idoso sai com uma tesoura em mãos.
Não custa tentar.
Chego perto deste. Abro um sorriso. Comprimento. Digo que tenho uma encomenda para Gwen di Fiori. Ele diz que é impossível. Gwen está morta. Abro outro sorriso, mais tranquilo, como um gentil carteiro. Pergunto qual foi a causa.
- A garota era mimada. Os pais dela viram o irmão morto, ela desacordada com a arma do crime e deduziram que ela o matou. - ele disse, meio cochichando, pigarreia e mais baixo: - mas os empregados comentam que ela morreu foi nada.
Fingindo surpresa, abro a boca, como se isso fosse "A" fofoca.
Ele continua, abrindo um sorrisinho por saber de algo tão grande:
- Dizem que está presa no quarto. A patroa, mãe dela, não deixa quase ninguém entrar nos antigos quartos dos filhos para limpar. Esses dias, o patrão entrou no quarto da srta. di Fiori e minha filha disse que viu ele saindo de lá chorando. - O jardineiro termina e pede a caixa para entregar para os patrões.
Então a história é verdade que Maven me contou.
Eu entrego a "encomenda". Na Guarda existem carimbos de todas as partes do mundo, foi só carimbar o embrulho com lugares distantes entre si e dizer que a encomenda atrasou.
Gwen di Fiori nem fazia ideia que tinha encomendado um vestido.
E nem sabia que estava perto de ser resgatada.
Muito menos por um cara que gosta dela como Maven aparenta ser.
Que clichê de merda. E mais uma vez, o "príncipe" salva a "princesa".
Mas quem sou eu para discutir, não é mesmo?

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